Durante o século XVIII, as influências do acúmulo de capital, da burguesia e da indústria já pleitavam diversas cidades europeias. A vida urbana se fazia presente e cada vez mais crescente de acordo com as necessidades de produção e ao êxodo rural. Apesar de teoricamente trazer muitos benefícios, todo esse alvoroço urbano causou uma espécie de aversão em muitos autores desse século.
A vida nas cidades não era em si uma das melhores. Toda a transforação do tempo (que agora torna-se regrado pela produção), o andar apressado das pessoas pelas ruas, a exploração do trabalho, a massa de trabalhadores empobrecidos e em péssimas condições de vida eram os motivos principais e desencadeariam o arcadismo.
Arcadismo – a fuga da urbe
Tentando ao máximo se refugiar desse cenário grotesco que estufava as grandes cidades, diversos autores iniciaram um movimento literário que ficou conhecido como arcadismo. O objetivo principal era enaltecer a simplicidade da vida, as belezas da natureza, a melhor relação com o tempo e o desapego da vida urbana.
Os arcadistas também resgatam heranças de outras histórias literárias, reavivando o idealizar da mulher a amada, a objetividade, a utilização dos temas épicos e até mesmo a preferência da linguagem simples. No Brasil, o arcadismo chega com suas influências na metade do século XVIII, juntamente ao pensamento iluminista.
Principalmente em Minas Gerais, a riqueza do Ouro e o fervor cultural contribuem para a difusão dessa escola literária. Obras importantes como “O caramuru” de Frei Santa Rita e “O Uruguai” de Basílio da Gama foram escritas e difundidas pela região.
Principais Autores do Arcadismo
Os principais autores do movimento literário do arcadismo no Brasil, são: Tomás Antônio Gonzaga, José Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e Frei José de Santa Rita Durão. Já em Portugal, os principais autores são: Manuel Maria Barbosa du Bocage, António Dinis da Cruz e Silva, Correia Garção, Marquesa de Alorna e Francisco José Freire.