A Europa do século XIX estava pautada nos ideais positivistas e sobretudo a Inglaterra que vivia um estilo de vida burguês e vitoriano. Por ser a potência da época, a Inglaterra era uma grande influenciadora dos demais países europeus e juntamente a França, detinha muitas colônias na África para dar continuidade ao projeto neocolonial.
Apesar disso, algumas nações europeias queriam um mundo novo. Inspirados por ideias modernistas, os alemães estavam dispostos a limpar a Europa por meio de conflito armado e instaurar a vanguarda alemã sobre o tradicionalismo vitoriano. Apresentando-se como grande potência que emergia, a Alemanha queria sua parte no cenário econômico e também a sua fatia no projeto neocolonial.
A Primeira Guerra mundial viria a estourar com o assassinato do príncipe austríaco Ferdinando por uma organização radical chamada “Mão Negra” da Sérvia. As exigências de investigação do império austro húngaro foram negadas pelo país e fomentou a declaração de guerra pelo mesmo. A partir daí, devido as alianças militares entre os países da Europa, várias declarações de guerra surgiram em uma grande rede de países envolvidos.
A participação brasileira
Durante o conflito, o Brasil, assim como outros países do Novo Mundo, se mantiveram neutros. Não fazia sentido se envolver no conflito europeu que nada tinha haver com a realidade brasileira. Apesar disso, o posicionamento brasileiro logo mudaria devido a alguns eventos ocorridos na França em 1917.
O navio mercante brasileiro “Paraná” que transportava o café de exportação para as águas francesas foi abatido por ataques de submarinos alemães. Mais tarde, outro navio mercante brasileiro foi atingido, dessa vez o “Tijuca”. Isso foi o suficiente para que pressões populares pedissem um posicionamento brasileiro perante a situação.
O Brasil declara guerra contra a Alemanha ao lado da Inglaterra e França. Apesar de não possuir material bélico para participar diretamente do conflito, enviou enfermeiros, pilotos e uma patrulha naval para dar apoio aos países aliados. Além disso, um grupo brasileiro enviado para lutar ao lado dos franceses teve participação na frente ocidental da batalha.
O mais conhecido foi o comandante José Pessoa Cavalcanti Albuquerque, que ficou responsável por liderar tropas de cavalaria francesas e blindados durante o conflito. Após o término da guerra, o Brasil participou da Conferência da Paz que aprovou o tratado de Versalhes. O país teve direito a alguns navios alemães e ao dinheiro do café que havia sido exportado para a Alemanha.