O Romantismo é uma das escolas literárias mais conhecidas e citadas, principalmente nas escolas e universidades. As características desenvolvidas durante a era romântica servem de inspiração até os dias de hoje para diversas obras no cenário literário de nosso século.
Iniciado em meados do século XIX, essa escola literária teria como características gerais o nacionalismo, historicismo, crítica social, medievalismo, pessimismo, egocentrismo e escapismo. Apesar dessas características gerais, também há uma grande variedade de tendências durante o movimento em suas três fases.
Romantismo em Portugal
O romantismo em Portugal, obviamente seguiria os conceitos ibéricos e centralizados em sua realidade local. A primeira geração do romantismo português se ocuparia nas tendências nacionalistas, medievalistas e historicistas.
Foi nesse contexto que surgiram obras como Camões (1825), Dona Branca (1826) e Viagens na minha terra (1843-1845) de Almeida Garrett e A voz do profeta (1836) e Historiografia: História de Portugal (1846-1853) de Alexandre Herculano.
A segunda geração do romantismo português centraria-se nas tendências do emocionalismo, pessimismo, irracionalismo e do mal do século. Carlota Ângela (1858), Amor de perdição (1862) e A brasileira de Prazins (1882) de Camilo Castelo Branco são exemplos obras que se consagraram nessa fase.
A terceira geração do romantismo nas terras ibéricas é uma espécie de fase transitória para o realismo. Portanto, as obras apresentam pouco apego às características gerais do romantismo e se adequam em um pré realismo.
Obras como As pupilas do senhor reitor (1867) e Os fidalgos da casa mourisca (1871) de Júlio Diniz e outras obras de João de Deus marcam esse período da literatura portuguesa.
Romantismo no Brasil
O Romantismo em território brasileiro procurava também enaltecer a culturalidade brasileira e divulgar um nacionalismo literário em suas obras, principalmente após 1822, ano que o país torna-se independente de Portugal, portanto, um novo país que precisa de uma cultura própria. Eram valorizadas as culturas indígenas como raízes do Brasil.
A primeira geração do romantismo brasileiro centrou-se na tendência indianista, onde as raízes indígenas eram valorizadas em suas diversas virtudes. Também o apego a religiosidade e a exaltação da vasta e exuberante natureza do país. Suspiros Poéticos e Saudades (1836) de Gonçalves Magalhães foi o marco inicial. Outros autores como Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre tiveram grande repercussão no período.
A segunda geração romântica brasileira teria fortes influências nas obras de Lord Byron e seguiria as tendências do mal do século, o tédio da vida boêmia, pessimismo, egocentrismo e desilusão. Noite na Taverna (1855) de Álvares de Azevedo seria uma das obras mais conhecidas no período. Outros autores como Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela teriam destaque nessa geração.
A terceira geração do romantismo brasileiro centrava-se na poesia social influenciada pelos acontecimentos do final do segundo império do Brasil e pela obra de Victor Hugo. Autores como Castro Alves, Tobias Barreto e Sousândrade tiveram grande destaque nessa geração que também marcou a transição para o realismo. A obra Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) de Machado de Assis é o marco final do romantismo e o início do realismo no Brasil.