A história é uma disciplina milenar desenvolvida primordialmente por heródoto, na Grécia. A ambição do historiador grego em narrar os fatos nas grandes praças era simples: ele queria que os grandes atos dos homens não fossem esquecidos. Dessa forma, a tradição historiográfica dos grandes atos se estendeu por muito tempo.
Porém, como toda ciência na modernidade, a história passou por muitas mudanças teóricas que mudariam bastante as narrativas. A visão unicamente política – onde eram contada a história por meio dos grandes atos de monarcas -, econômica militar foi tendo menos importância. As fontes, antes só aceitas como os documentos oficiais, foram problematizadas e um universo de novas fontes começou a ser aceito.
A Nova História
A história que produzimos agora tem outras pretensões, bem diferentes da história que era produzida antigamente. Hoje, temos a tendência culturalista, olhamos os mesmos fatos em diferentes pontos de vista, levamos em consideração os contextos históricos, as mentalidades, os imaginários e a vida privada.
Além disso tudo, quase todo material pode ser utilizado como fonte histórica, dependendo do que almeja o historiador. Não só os documentos oficiais, mas objetos pessoais, obras literárias, filmes, peças teatrais, revistas, quadros, etc. Os horizontes de pesquisa e estudo se estenderam além da ordem cronológica e passaram a um novo patamar.
Como entender a mudanças históricas
Em primeiro lugar, é importante desmistificar a histórica. O passado não deve ser visto nem como algo “ideal” nem como algo “inferior”. As ideias de progresso são positivistas e a historiografia já superou com intensos debates qualquer forma de alegação de superioridade ou predestinação – no caso, os positivistas acreditavam que todas as sociedades deveriam evoluir da mesma forma e alcançarem a civilidade tal qual a europeia.
Depois, é importante entender que o passado está mais próximo de nós do que imaginamos. Nós somos fruto de uma montante de tradições e fatos ocorridos. Carregamos costumes, língua, rituais e preferências que são essencialmente culturais e que nos diferenciam de outros povos.
Tendo esses dois primeiros princípios em mãos, é provável que você, ao olhar para os fatos históricos, perceba que cada povo é diferente do restante e que nada é “óbvio”. A história é humana e cada época possui seus determinados valores, estes bem diferentes dos que temos hoje. Enxergar a Igreja Católica como a “grande enganadora de fiéis” é um dos erros clássicos no ensino da história, por exemplo.
Em último lugar, para entender as mudanças históricas, temos que ter em mente que tudo é resultado de longos processos. As coisas não acontecem da noite pro dia. A Revolução Francesa não ocorreu após uma reunião de pensantes, nem por um surto momentâneo. Ela se deu como um longo processo de descontentamento com a política absolutista daquele local, entre outros.
Do mesmo caso no Brasil são os ciclos econômicos. Dizer que o ciclo do Café vem após o ciclo da cana, não significa que a produção de cana tenha parado no país. Muito pelo contrário, esse tipo de produção continuou e continua até hoje. A nomenclatura de ciclos apenas nos serve que entendamos as principais atividades econômicas que estavam acontecendo em cada época.
Você pode aplicar esse princípio a quase todas as mudanças históricas. Isso porque temos em mente que a história envolve processos graduais de transformação e mudanças na sociedade, política, cultura, preferências, religião e etc.