As formigas cortadeiras estão presentes apenas nos continentes americanos. Podemos destacar desde o sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina, os lugares com mais probabilidade de serem encontradas. Apesar do nome, existem várias espécies e subespécies que podem ser enquadradas nesse “tipo” de formiga.
No geral, as cortadeiras não fogem a lógica dos outros tipos de formigas. Elas possuem uma complexa atividade social cautelosamente dividida para execução de atividades dentro e fora do formigueiro. Para cada atividade, uma casta ou estamento social é responsável por cumpri-la.
Sociedade das formigas
Podemos destacar no topo da sociedade das formigas cortadeiras, a rainha. Além de ser o maior indivíduo do grupo, esta é responsável por colocar os ovos que irão gerar novas formigas. As operárias jardineiras são as menores de todo o formigueiro. A função delas é manter o formigueiro com estoques de fungos.
As operárias carregadeiras são as que saem do formigueiro para cortar e carregar folhas para dentro do formigueiro e encher os estoques. Por último, as formigas soldados são maiores que as carregadeiras e tem como principal função proteger o formigueiro de ataques externos. Tanto as soldados como as operárias podem viver por cerca de 6 meses. A longevidade de um formigueiro pode ser de 7 a 15 anos quando as circunstâncias são favoráveis.
Danos das formigas cortadeiras
As formigas cortadeiras podem causar danos variados dependendo das espécies que vivem nos plantios agroflorestais. Elas podem atacar vários tipos de culturas de plantio, sendo mais comuns em plantações de eucalipto e pinus, por exemplo. Dependendo da incidência de formigueiros por hectare, a perda pode variar de 14% a 30% da plantação a longo prazo.
As espécies mais perigosas nesse sentido são as saúvas. Os cálculos remetem que cada sauveiro adulto pode ter uma população de aproximadamente 10 milhões de formigas. Essa população pode consumir uma tonelada de material verde por ano, correspondendo a aproximadamente 86 árvores de eucalipto ou 160 árvores de pinus.
Se considerarmos a incidência de vários formigueiros por hectare, as perdas podem somar de forma quase incontrolável. No entanto, na prática esses números tendem a ser menores.
Controle das formigas
O controle das formigas é fundamental para um plantio florestal sem grandes prejuízos. É necessário identificar as espécies que vivem no local para então utilizar o formicida correto afim de potencializar a ação e evitar gastos maiores que os prejuízos nessa empreita. Existem muitos métodos para exercer o controle sobre a população das formigas e nem sempre a morte de todas elas é a melhor saída.
As iscas granuladas é um dos mais utilizados. Consiste em iscas que devem ser atrativas para que as formigas as levem para o interior do formigueiro. A importância de saber a espécie da formiga ajudará a escolher o granulado com a composição certa para disseminar o conteúdo tóxico em todo o formigueiro e agir de forma satisfatória.
Os métodos físicos também são utilizados e consistem na localização de todos ou da maioria dos formigueiros e na destruição desses por meio de veículos escavadeiras.
Também podem ser utilizados outras soluções químicas como os pó secos, os concentrados emulsionáveis, as soluções nebulígenas e os gases liquefeitos.