A divisão entre modernidade e contemporaneidade ainda é um ponto a se discutir e pode variar dependendo do autor. Alguns teóricos defendem o início da história contemporânea após a queda do Muro de Berlim até os dias atuais. Outros teóricos afirmam que o mundo contemporâneo se inicia a partir do início da primeira guerra mundial.
Para que possamos compreender uma linha temporal mais ampla e abrasiva, levaremos em consideração a base teórica de que a contemporaneidade inicia-se no início da primeira guerra mundial. Sem nos apegar tanto a ordenamentos teóricos, analisaremos alguns dos grandes nomes da filosofia do século XX em geral.
Filosofia Contemporânea
A filosofia contemporânea vê-se condenada em um impasse intelectual herdado da filosofia moderna, algo que estudiosos da área chamam de crise da filosofia moderna. Essa crise se originou pela rápida mudança nos avanços científicos, nos campos sociais, nas relações de trabalho e sobretudo na fundamentação do conhecimento.
A filosofia contemporânea buscou uma nova relação com a significação dos impulsos e valores humanos. Algumas linhas teóricas partiram do estudo de impulsos e reações psicológicas, outras reconheceram uma importante relação na significação por meio da culturalidade, da linguagem, dos aspectos sociais e do pensamento lógico.
Além dos despojos da crise moderna, não só a filosofia, mas todos os campos científicos sofreriam outro trauma durante a era contemporânea: as duas grandes guerras mundiais. O evento das guerras mudou radicalmente o pensamento científico das áreas humanas, na medida em que o progressismo positivista leva o mundo à uma autodestruição.
Discussões sobre raça e cultura intensificam-se e o mundo científico entra em uma era culturalista e de quebra de paradigmas sociais. Muda-se as relações econômicas, o nacionalismo é revisto em várias faces e a onda libertária contamina todos os continentes conhecidos. Impulsionados e influenciados por todas essas questões, citaremos três grandes nomes da filosofia contemporânea.
Willard Van Orman Quine
Van Quine foi considerado um dos mais conceituados filósofos analíticos do século XX. Nascido nos Estados Unidos, tornou-se doutor pela Universidade de Harvard e atribuía seus estudos a área de pensamento lógico. Para realizar pesquisas, visitou importantes cidades europeias como Viena e Praga. Nasceu em 1908 e morreu em 25 de dezembro de 2000.
Seus estudos analisam e caracterizam as faces dos juízos sintéticos e juízos analíticos. Van Quine apresenta uma argumentação que os define como sem fundamento firme, apenas ideias que são aceitas sem o devido teste, a fim de se isolarem dos juízos testáveis, exercendo uma relação puramente dogmática.
Mario Perniola
Um dos grandes autores com reputação internacional, Mario Perniola nasceu em Asti, na Itália em 1941, e atualmente leciona na Universidade de Roma na área de filosofia estética. Formou-se na Universidade de Turim e desenvolveu dezenas de projetos acadêmicos que levaram a lecionar como convidado em diversas universidades em países como Estados Unidos, Paris, Canadá, Brasil, Japão e Austrália.
Perniola desenvolveu diversos trabalhos que relacionam as literatura de seu país com as disposições filosóficas do século XX e XIX e fornece um resgate a expressões culturais desenvolvidas nessas obras. Além desses trabalhos, atualmente desenvolve um posicionamento pós estruturalista e pós humano.
Paul Karl Feyerabend
Paul Feyerabend nasceu na Áustria em 1924 e morreu em 1994 em Zurique, vítima de um tumor no cérebro. Paul Feyerabend cresceu em um período conturbado de pós guerra, foi obrigado a fizeram se alistar no exército alemão e tonar-se oficial. Participou da segunda guerra mundial no fronte oriental, condecorado com cruz de ferro e ferido em batalha contra as forças soviéticas.
Após a guerra iniciou diversos estudos nas áreas de sociologia, história e física, mas se encontrou realmente quando estudou filosofia das ciências. Morou em países como Estados Unidos, Nova Zelândia, Itália, Reino Unido e Suíça. Seus trabalhos mais importantes vão de encontro a fundamentação do método científico universal. Paul Feyerabend argumenta que a metodologia científica rigorosa inibe o trabalho científico e dificulta melhores resultados. Esse posicionamento ficou conhecido como Anarquismo Teórico.