Os territórios onde se firmaram os países hoje conhecidos na América do Sul, América do Norte e América Central, foram desde o início da colonização europeia, palcos de diversas injustiças sociais, violência, exploração de trabalho e escravidão, chacinas e intensas disputas e embates políticos.
Numa tentativa de se distanciar dos modelos monárquicos europeus e de toda a herança exploratória, grande parte desses novos países independentes adotaram os modelos republicanos, democráticos e liberalistas, baseados sobretudo na política dos Estados Unidos, que há muito tempo havia se tornado independente da Inglaterra.
Apesar de serem repúblicas, as diferenças sociais, as heranças e vícios dos antigos sistemas coloniais, o caudilhismo, o coronelismo e demais mazelas políticas tipicamente fruto das elites do passado acabaram por fomentar intensas desigualdades sociais e conflitos ideológicos em grande parte desses países.
Numa tentativa de mudança de ordenamento social, vários movimentos revolucionários foram despertados com a influência dos ideias socialistas provenientes das obras de Karl Marx e da presença da URSS no conflito ideológico da bipolaridade ou, como mais conhecida, Guerra Fria.
Guerra Civil de El Salvador
Apesar de hoje, El Salvador ser considerado um típico país independente da América Central do início do século XIX, só foi em 1956 que finalmente pôde se tornar uma nação independente. Ter conseguido se separar do julgo espanhol foi apenas o início de sua empreita, visto que naquele século era pertencente ao México.
As tensões sociais, desigualdades e exploração de trabalho contribuiriam para a miséria de grande parte da população e para a indignação de de algumas pequenas elites pensantes. Para mudar o quadro social, ideias de caráter socialista e nacionalista se difundiam e até mesmo chegavam a atingir as esferas políticas.
Com a queda do café em 1929, o país passa por mais tensões sociais estagnação econômica. Novos governos passam a fomentar o setor industrial e a figura do governante Oscar Osório fora de forte popularidade e com base na redemocratização social. Seu assassinato e o golpe militar que se sucedeu em 1979 deu início a ferrenha oposição de direita.
Apoiados pelos fazendeiros do café e pelas políticas de financiamento norte americana – que financiavam o exército governamental para suprimir os levantes socialistas – as intensas batalhas entre ditadores e rebeldes culminaram na continuidade da estagnação política e na morte de milhares de civis.
Devido a intensidade do conflito, as negociações de paz com as frentes revolucionárias foram iniciadas em 1989. Com o auxílio das Nações Unidas (ONU), o Tratado de Chapultepec que firmava a paz entre rebeldes e o governo finalmente foi assinado e a guerra civil pôde ter seu fim. As frentes revolucionárias até hoje possuem sua representatividade política em El Salvador.