O que chamamos hoje em dia como Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, foi um movimento separatista rio grandense ocorrido durante o Brasil Império na província do Rio Grande do Sul, atual Estado da República Federativa Brasileira com o mesmo nome.
Esse movimento separatista teve como principal influência as independências das províncias da América Espanhola próximas a Região Sul do país, onde normalmente tornavam-se Repúblicas Federativas. Apesar disso, o pensamento republicano não estaria presente em todas as articulações políticas rio grandenses. Nem todos eram separatistas.
Os movimentos políticos da província brasileira sulista não se limitavam apenas a uma ideia. Era possível encontrar indivíduos com ideais abolicionistas, republicanos, imperialistas libertários, entre outras articulações, independentemente de serem farrapos ou estancieiros.
Motivos da Revolução
Apesar das intensas diferenças de pensamentos e idealismos entre as articulações políticas do Rio Grande do Sul, havia um pensamento em comum de descontentamento com o império brasileiro. Com a economia sulista baseada no comércio de charque, couro e na produção de gado, os estancieiros não conseguiam exportar sua produção e podiam apenas lucrar com o comércio interno brasileiro e uma singela relação com o Uruguai.
Apesar de ser vendido quase exclusivamente no Brasil, o charque sulista, destinado principalmente aos mineiros e nordestinos, recebia altas tributações por parte do império para chegar até as outras províncias brasileiras, fato que encarecia o produto. O charque sulista era tratado com mais tributos que um produto estrangeiro em terras imperiais, o que motivava cada vez mais aos compradores optarem pelo charque mais barato da Argentina e Paraguai.
A Revolução – passos importantes
Por mais que as personalidades políticas rio grandenses se articulassem, o império brasileiro não se manifestava a favor da melhoria do comércio gaúcho e os deixava cada vez com lucros mais baixos. A ineficiência do império enalteceu o fervor farroupilha com ideias separatistas e libertárias.
Nesse ponto, tanto os farroupilhos como os fazendeiros da região compactuaram em iniciar o movimento revolucionário. Lutando a favor da liberdade das guarras imperiais, do com comércio e de melhores condições, as milícias rio grandenses marcham até Porto Alegre e tomam a cidade no dia 20 de setembro de 1835, derrubando o então governante Antônio Rodrigues Fernandes Braga.
Já nesse estágio da Revolução, Bento Gonçalves instaura a República Piratini, fato que desafiava ferreamente a autoridade do império do Brasil para com os movimentos sulistas. Os rio grandenses agora faziam parte de um novo país e os farroupilhas, de um exército libertário.
O movimento continuaria avançando ao norte, e chegando em Santa Catarina, os sulistas da República Piratini dominariam a província que em 22 de julho de 1839 proclama-se como República Juliana. Apesar da força do movimento separatista, o império brasileiro não reconheceu nenhuma das independências e tratou de nomear o Duque de Caxias para ser o governados da província do Rio Grande do Sul.
Dessa forma, Duque de Caxias trata de iniciar suas campanhas militares para o restabelecimento da ordem na província e aquietar a agitação sulista. Após muitas batalhas e perdas de ambos os lados, no ano de 1845 os comandantes farroupilhos aceitam o tratado de paz proposto pelo império.
Esse tratado mencionava a obrigatoriedade da libertação dos escravos participantes dos conflitos armados sulistas, a anistia para os rebeldes farroupilhos, a devolução das terras perdidas durante o conflito, a incorporação dos comandantes farroupilhos ao exército imperial e a manutenção das taxas imperiais para com o comércio gaúcho.