Todas as civilizações desenvolveram mitos e lendas em seu conjunto cultural, para evidenciar características importantes de toda a visão do mundo individual de cada uma delas. Essas histórias são em quase todo caso, narrativas de grande peso no imaginário de um povo e podem ser tomadas como verdades independentemente de sua viabilidade factual.
Mito ou Lenda?
Primeiramente, é importante estabelecer a diferença entre mitos e lendas. Essas duas categorias podem até ser consideradas parecidas em certos aspectos, mas na prática, são diferentes.
As lendas, que talvez sejam as mais faladas, tratam-se de formas encontradas para explicar eventos sobrenaturais ou fenômenos estranhos para determinado povo. Além disso, as lendas também tem o objetivo de permear narrativas que influem diretamente na cultura e no dia a dia, apossando-se de fatos reais e eventos sobrenaturais para evidenciar a conjuntura mística ou religiosa que rege o mundo para determinado povo.
Os mitos são diferentes, eles se assemelham por também explicarem coisas até então estranhas ou inexplicáveis para determinado povo, porém possui um caráter simbólico e representativo. Geralmente, o mito é vinculado às origens, atos heroicos ou atitudes das divindades que permitiram a existência ou alguma determinada situação de certo povo.
Rômulo e Remo
Baseado no que vimos acima, podemos afirmar que a história de Rômulo e Remo se trata do mito da fundação de Roma. Segundo o mito, Rômulo e Remo eram filhos do deus Ares com uma mortal chamada Sílvia, filha do rei Numitor, de Alba Longa. Isso aconteceu durante o cárcere do próprio rei e o estado de castidade imposto à sua filha devido ao golpe de estado dado pelo irmão de Numitor, Amúlio.
O tirano Amúlio assim que soube no nascimento dos herdeiros de Alba Longa, decidiu atira-los no Rio Tibre, afim de que morressem e não atrapalhassem seu reinado. Rômulo e Remo teriam parado em uma costa do rio onde foram achados por uma loba que amamentou e cuidou dos dois até que o pastor Fáustulo os achassem o os criasse como filhos.
Depois de crescidos, os irmãos enfrentariam novos impasses em suas vidas. Remo adquiriu desavenças entre os pastores locais e devido a isso, foi levado ao rei Amúlio que o declarou culpado e o prendeu. Fáustulo, nessa ocasião, conta à Rômulo as circunstâncias de como foram achados e este vai ao palácio para libertar o irmão. Depois de fazer, o jovem assassina Amúlio e liberta Numitor, que os recompensa com o direito de fundarem uma cidade nas proximidades do Rio Tibre.
Ao consultarem oráculos, os dois foram até o local onde fundariam a cidade. Remo avista 4 abutres em uma montanha e Rômulo avista 12 aves sobrevoando outro local, o que confirmava o presságio dos oráculos. Depois de fazer o sulco entorno do lugar que seria o Pomerium, lugar sagrado, Remo sente-se enciumado do ato e salta sobre o sulco e zomba do local. Este então é morto pelo próprio irmão, Rômulo.
Tendo fundado a cidade, Rômulo procurou povoa-la e criou o primeiro capitólio. Vários povos latinos migraram para o local e o novo monarca negociou com o rei Tito Tácio para reinarem hegemonicamente a grande cidade de Roma.