O Cortiço é uma importante obra literária do Brasil e expõe as tendências naturalistas e os ideários do autor Aluísio de Azevedo como romancista. Em uma grande trama articulada entorno no Cortiço e do dono do mesmo, a história se reflete num grande jogo de influências do meio em que os personagens vivem e dialogam e as consequências dessas influências em suas vidas.
Aluísio de Azevedo nasceu no dia 14 de abril de 1957 em São Luis no Estado do Maranhão. Ainda na época do império, Aluísio se muda para o Rio de Janeiro, onde conclui seus estudos na Academia das Belas Artes. Retornando a sua terra natal, Aluísio produz obras de caráter a complementar os contextos abolicionistas recorrentes no Brasil.
Sua fama e o sucesso de suas obras até mesmo na corte imperial foram suficientes para que uma volta ao Rio de Janeiro fosse bancada pelo império, onde o autor passou a ser escritor tanto de romances como de peças teatrais. Aluísio de Azevedo faleceu no dia 21 de janeiro de 1913 em Buenos Aires, capital da Argentina.
Resumo da Obra
Visando enriquecer e ascender socialmente, João Romão, o dono do cortiço é com certeza um dos mais importante personagens da trama. Português, taverneiro e dono de pedreira, Romão também assume as características de capitalista explorador não só de sua escrava cafuza, Bertoleza.
O capitalista português ao longo da trama possui um comerciante bem sucedido antagonista chamado Miranda, que em ocasião oportuna disputa alguns braços de terra com Romão e os ganha. Além disso, Miranda recebe o título de Barão, influência que causaria ainda mais o desejo não só de enriquecer em Romão, mas também de superar o rival no status social.
No cortiço, os moradores representam várias entidades culturais que convivem no Brasil. Jerônimo é o português trabalhador da pedreira de Romão e casado com a mulher que representa as características europeias, Piedade. O mulato Capoeira Firmo representa muito da identidade brasileira e também se envolve com a representante feminina brasileira, Rita Baiana. Sensual e sempre provocante nos pagodes do cortiço, Rita Baiana acaba por transformar os hábitos de Jerônimo com suas influências.
Com Miranda em status de barão, Romão procura ao máximo melhorar as instalações do cortiço, compra roupas novas e requintadas e demonstra mais nobreza. Para melhorar a relação entre os dois e ascender socialmente, Romão acaba por pedir a filha de Miranda em casamento. Esse ato é visto com maus olhos pela cafuza Bertoleza, que tenta ao máximo atrapalhar os planos do amante.
Para resolver esse problema, Romão denuncia Bertoleza a seus donos, indicando-a como possível escrava fugida. Sendo perseguida arduamente, Bertoleza acaba por cometer suicídio antes de ser capturada. Dessa forma, João Romão se vê livre para continuar os preparativos de seu casamento com a filha de Miranda.