O povo maia viveu na região da Meso América e constituíram um dos impérios mais intrigantes e complexos da humanidade. Essas pessoas faziam parte de um sistema político religioso essencialmente burocrático e regido pelo mito e ritos culturais de alta influência sobre todas as camadas sociais. A intimidade com a astronomia que se mostrara anos luz a frente da astronomia europeia deu a esse povo a imagem exótica e científica.
A religião maia com relação aos mitos e deuses é muita parecida com a dos incas. Os maias admitiam vários deuses no panteão, um mito de criação do homem onde os deuses erraram várias vezes e um mundo metafísico chamado Xibalbá, cheio de perigos e passagens pelas quais as pessoas passariam após a morte.
Em base, os maias relacionavam os eventos astronômicos e a contagem dos dias, meses e anos ao poder dos deuses e suas influências. A elite sacerdotal utilizava a sabedoria astronômica também como forma convencimento do povo ao prever eclipses que para todos, eram recheados de significados religiosos. A prosperidade, guerras, plantações, morte, fome, epidemias eram relacionadas ao poder e vontade dos deuses que frequentemente necessitavam ser adorados e receber oferendas.
A vida do camponês era – além do trabalho para seu auto sustento e para os sustento das elites maias – voltada quase por inteira a crença e temor aos deuses. Tanto que em “dias de folga”, os camponeses juntavam-se para empreender as obras públicas encomendadas pelas elites, as quais teriam inúmeras relações religiosas, econômicas organizacionais. Os magníficos templos maias são resultado dessa espécie de trabalho pelo poder da palavra e do imaginário sobre o povo.
Além disso, as próprias elites estavam dispostas a cumprirem diversos rituais religiosos – embora menos trabalhosos do que as obrigações camponesas – que consistiam na maioria das vezes em consulta aos deuses através da ingestão de plantas e bebidas alucinógenas. O imperador ou rei maia também participava desses rituais e detinha rituais específicos a sua função e cargo. A exemplo, existia o ritual da sangria, onde o rei deveria perfurar – ou decepar em último caso – o órgão genital para o sangue escorresse para um tipo de papel que depois era queimado e da sua fumaça provinha revelação de divina ou agrado simbólico aos deuses.
Os famosos rituais de sacrifício humano baseavam-se não na maldade, mas na necessidade da conservação e continuidade da dinâmica de funcionamento do mundo. De acordo com a religião maia, a terra e o universo humano era regida mediante ao sangue do coração dos homens. Para os maias, evitar os sacrifícios era contribuir para o desmoronamento do mundo e de todo sistema natural existente. O sacrifício era a ferramenta para a manutenção do mundo e o cumprimento da vontade divina dos deuses.