Responder essa questão pode não ser tão fácil como parece. Porém, talvez possamos reconhecer as raízes dessa grande questão em nosso primórdios, tentando estabelecer alguns padrões pertinentes pra o que queremos pensar.
Mesmo assim, tenha em mente que nada aqui dito é definitivo. Muito pelo contrário, o mundo e seus mistérios está aberto a amplas e diversificadas interpretações, de acordo com os valores e pontos de vista de cada indivíduo ou sociedade.
Pré História
Durante a pré história, qual seria o maior mistério para o homem? Muitas pessoas diriam que quase tudo seria um grande mistério: o vento que sopra forte, os raios, as tempestuosas chuvas e talvez até a própria criação do mundo. Porém, essas dúvidas não necessariamente permeavam na mente dessas pessoas.
Apesar deles não terem uma explicação científica, os mitos produzidos em cima desses fenômenos os explicavam de modo convincente para todos, fato que na maioria das vezes era convincente e aceito como verdade, desconsiderando então, grandes possibilidades de dúvidas.
Se imaginarmos os primeiros grupos humanos, ainda por construir suas estruturas simbólicas e representativas sobre essas coisas, qual seria o primeiro grande mistério? Talvez o envelhecimento e a morte. Um ser que antes era jovem e forte agora adquire rugas e dificuldades em todos os afazeres e que um dia cai e nunca mais se levanta. O que aconteceu? Porque aquele sujeito não sobreviveu ao tempo? Porque somos corroídos pela efemeridade?
História Antiga
Várias culturas – talvez todas – superaram a questão da morte. Construíram uma série de mitos e esquemas religiosos que ditavam o que aconteceria depois que o indivíduo morresse, o que deveria ser feito e quais seriam as consequências. A morte então passa a ser uma espécie de passagem, e não mais um misterioso fim.
Apesar disso, alguns filósofos e pensadores de várias parte do mundo estavam se perguntando algo novo. De onde viemos? Para que viemos? O que faremos?
Os pensadores começam a se questionar sobre o papel do próprio ser humano no mundo, algo que legitime a experiência da vida, da intelectualidade, dos conflitos, das sociedades, entre outros. Apesar de grande parte das pessoas já o terem resolvido em suas mentes devido as visões religiosas, essas perguntas aparentemente sem resposta eram totalmente válidas.
Idade Média
Marcada principalmente na Europa por uma era extremamente religiosa e estamental, a Idade Média possui inúmeros atributos interessantes e fundamentais para a formação do mundo moderno séculos depois. Pois se a religião explica tudo o que os indivíduos precisam, qual seria então o grande mistério?
Talvez o grande conflito entre “a vontade de Deus” e o que acontecia ao redor das pessoas. Porque estamos morrendo? Estamos sendo punidos? Teremos perdão? A fragilidade do ser humano diante a grandes pragas como a peste negra por exemplo, que parecia estar vencendo a fé e as entidades católicas, a mistura de culpa, desespero, dor e dúvida, o sentimento de fim.
Idade Moderna
Durante a modernidade, duas coisas muitos importante aconteceram: as grandes navegações que permitiram a descoberta dos continentes americanos e o grande sisma religioso. Tendo em consideração esses fatores, podemos admitir dois grandes mistérios para os homens.
Quem são os diferentes de nós? São humanos? Animais? Estão salvos ou temos que levar a salvação a eles? Possuem alma? Talvez foram essas questões e mistérios que passavam na cabeça dos descobridores ao verem os povos indígenas nos continentes americanos. A existência dessas pessoas não faria sentido algum no plano espiritual e religioso dos europeus.
O protestantismo quebrou as barreiras católicas em vários países europeus, e consequentemente abriu novas portas para a inquietação espiritual e econômica desses povos. A liberdade momentânea de expressão acabou por permitir que muitas pessoas pensassem melhor sobre as questões espirituais. Porque afinal, quem está certo? Quem está do lado de Deus?
Idade Contemporânea
Iniciada logo após a Revolução Francesa, o espírito contemporâneo permitiu que Napoleão Bonaparte destronasse os reis absolutos – que até então ali estavam pela sacra vontade divina de Deus – e mostrou que somos apenas homens comandando homens. Ao mesmo tempo, cientistas e pensadores desenvolviam teses que elevavam o valor do saber científico acima do saber religioso.
Nesse aspecto, as explicações religiosas sobre as antigas questões e mistérios não mais eram suficientes e o discurso autorizado passara a ser o único competente e confiável. Nesse caso, as questões De onde viemos? Como tudo foi criado? Qual nosso papel? Evoluímos? Deus não existe? vieram a tona nessa época.
Com os avanços tecnológicos, as grandes guerras e as intensas novidades, o ser humanos começou a se perguntar se estamos sozinhos no universo. Se em milhões de astros e planetas, realmente só a Terra poderia ter vida. A pergunta do século talvez seja Estamos sozinhos? Vamos encontrar vida fora da Terra? Conseguiremos viajar para planetas mais distantes? Quanto tempo duraremos na Terra? Os recursos naturais irão acabar?