Cidades planejadas não são um assunto novo no Brasil. Desde as épocas da colônia e do império brasileiro, algumas cidades foram construídas de forma que atendessem as exigências ou necessidades da província e dos patrocinadores. Como exemplo, podemos citar a cidade de Goiânia e até mesmo a capital do país, Brasília.
As mudanças de capitais também sempre foi algo comum. Como sabemos, o Brasil teve até hoje três capitais diferentes e oficiais durante a sua história, iniciando-se na cidade de Salvador na Bahia, depois na cidade do Rio de Janeiro e na atual Brasília, no planalto central de nosso país.
Alguns Estados também tiveram essa experiência de troca de capitais por diversos motivos. O Sergipe é com certeza um dos melhores exemplos de como a necessidade de mudança e as vantagens geográficas podem ser determinantes para o processo de transferência de cidades.
Aracaju – Um acerto da Geografia`
Com a mudança de colônia para o império, o Brasil vivia uma nova era. Os ideais que moviam a colônia começaram a ir por água abaixo e a modernização era o passo a ser seguido pela maioria das províncias brasileiras. A efeito disso, as cidades “fortaleza” geralmente localizadas em grandes morros como Salvador, tiveram de ser substituídas por cidades modernas e portuárias para melhor escoação da produção.
O cenário político de Sergipe – de um lado os conservadores e do outro os liberais – defendiam diferentes perspectivas para com essa questão de mudança de capital. Os conservadores sempre refletiam esse ideia e ocorreu que em 1853, esse partido ganhou as eleições e Inácio Barbosa foi consagrado a presidência da província.
Como principal argumento, a região do Cotinguiba era a que mais escoava produção para fora. A mudança da capital deveria dialogar diretamente com essa região, pois assim evitariam-se gastos desnecessários com transporte e o produto poderia ser levado em navios maiores no porto.
Com investimentos na região, Inácio fez dela o lugar perfeito para essa mudança. A pequeno vilarejo de Santo Antônio do Aracaju oferecia as condições mais chamativas para ser a nova capital. Em reuniões no próprio vilarejo, foi decidida a mudança de São Cristóvão para Aracaju, que foi promovida a categoria de cidade e de capital da província.