Revolta dos Cipaios. Data, local, causas, liderança, principais acontecimentos e desfecho

A Revolta dos Cipaios foi um importante marco para a história indiana, representando a resistências e luta do povo indiano contra o domínio inglês. Confira mais detalhes sobre esse importante cenário histórico neste artigo.

Desde a expansão marítima de Portugal e Espanha, os projetos coloniais foram levados mais a sério pelas nações europeias devido aos enormes lucros obtidos pela exploração dos recursos naturais e da mão de obra (barata ou escrava) nas colônias. Vários países entraram nessa corrida marítima para conseguir colônias fora do seu domínio.

A Inglaterra também utilizaria de sua força naval para chegar aos lugares distantes, tanto no Novo Mundo como em lugares já conhecidos como a África e Ásia. Nesse sentido, além das colônias africanas, os britânicos detinham controle sobre grande parte da Índia. Dessa forma, poderiam lucrar com especiarias e com exploração mineral.

Também utilizam da mão de obra indiana e estabelecia um controle comercial para expandir o mercado de seus produtos industrializados com a Companhia das Índias Orientais Britânica entre 1784 a 1858.

Revolta dos Cipaios – precedentes

A dominação inglesa foi um grande golpe a contra gosto para o indianos. As altas tarifas alfandegárias impostas pelos ingleses sufocou o mercado de panos indianos. Além disso, uma série de restrições afetavam a culturalidade e religiosidade do povo indiano, fator que causava indignação em várias camadas sociais locais.

Cipaios enforcados por tropas inglesas (foto: reprodução)
Cipaios enforcados por tropas inglesas (foto: reprodução)

A coroa inglesa pretendia ocidentalizar a Índia e pôs em prática esse plano. Uma série de proibições a diversos rituais culturais foi feita e diversos príncipes indianos tiveram suas dinastias interrompidas.

Os ingleses necessitavam de um grande contingente militar para assegurar a Companhia das Índias Orientais e todas as suas atividades. Para isso, oficiais britânicos recrutavam indianos nativos para comporem esse contingente que chegou a cerca de 200.000 soldados. Eram chamados de cipaios e seu número era superior ao dos próprios ingleses na Índia.

A instabilidade nesse contingente se iniciou pela iniciativa inglesa de juntar pessoas de diferentes castas nos mesmos postos militares. Isso era uma afronta à cultura indiana. Os altos impostos, baixos salários e as péssimas condições de trabalho favoreceram o descontentamento quase geral dos cipaios.

O golpe fatal aconteceu quando o exército inglês decidiu utilizar a gordura de gado para lubrificar os cartuchos das armas do contingente. Na religiosidade indiana, o gado é sagrado e portanto não pode ser morto, sua carne não pode ser consumida e muito menos tocada dessa forma com que os ingleses se atreveram. Instaurava-se a revolta dos cipaios.

A revolta

As revoltas ocorreram em meados de 1857, quando motins cipaios sitiaram oficiais e famílias inglesas e as executaram, inclusive mulheres e crianças, inciando-se em Meerut. Marcharam para Délhi, e lá  todos os ingleses e cristãos foram perseguidos e mortos.  Bahadur Shah foi convencido a tomar seu antigo trono pelos revoltosos, ficando a frente do movimento naquela região.

Em outras localizações como em Kanpur, revoltosos cipaios sitiaram também todos os cristãos europeus e os executaram a machadas, mesmo com a promessa de salvo conduto, liderados por Nana Sahib. Essas sucessivas punições fizeram com que os olhos da coroa inglesa se voltasse às Índias e enviasse contingentes britânicos para combater a revolta.

Delhi foi retomada pelo exército britânico e Bahadur Shar foi preso tendo seus filhos executados. Após sucessivas batalhas em Kanpur, os ingleses conseguiram tomar a região, onde quase todos os cipaios foram executados. Nana Sahib conseguiu escapar, mas estima-se que tenha morrido tentando se refugiar fora da Índia. Em outros lugares como Jhansi, Awadh e Gwalior, a repressão inglesa foi igualmente bem sucedida.

Fim do conflito

Com o fim das revoltas em 1858, os ingleses aboliram a Companhia das Índias Orientais Britânica e passou a chefiar diretamente o Estado indiano. Várias províncias foram tomadas politicamente, apesar de algumas ainda continuarem com seus príncipes e chefes locais.

Os ingleses procuraram integrar outros nativos para compor a administração e em cargos públicos em suas respectivas religiões. Foi declarada a tolerância religiosa e a Rainha Vitória assumiu o posto de Imperatriz da Índia em 1877 para assegurar o domínio político inglês.

 

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