Há quem diga que o mundo sempre foi o mesmo desde seus primórdios, que homens sempre mandaram em homens, que as guerras sempre assolaram imensas populações, as doenças matavam, que parentes se enfrentavam e que o dinheiro sempre fora um instrumento de poder e corrupção.
Por mais convincente que esse discurso possa parecer, grande parte dele faz parte de uma análise equivocada e anacrônica de nossa existência no planeta, sem levar em consideração as diferenças culturais e históricas das diversas civilizações e sociedades. O quero dizer é quede fato, grande parte das dificuldades que enfrentamos hoje são exclusividades de nossa era.
O dinheiro na vida humana
Um dos grandes problemas na vida contemporânea é o dinheiro. Homens e mulheres trabalham dias e noites intensamente, esquecem seus lares e suas famílias, humanificam as coisas e coisificam as pessoas, tudo para alcançar o dinheiro. Mas será mesmo que sempre foi assim?
O dinheiro surgiu da necessidade de trocar uma produção por outra. Facilitar coisas. Ou seja, se você quer trocar dois litros de leite por uma cabra, tanto você como o seu comprador teriam que levar os materiais e trocar. Para que isso fosse facilitado, a moeda estipulava o valor de cada material, fazendo com que você pudesse comprar a cabra com algumas moedas e o dono da cabra pudesse comprar o leite com as moedas que você havia lhe dado.
Porém, a relação do homem com o dinheiro era quase de arbitrariedade. A produção sempre tinha um peso maior, mesmo com a facilidade do dinheiro. O consumismo não justificava o trabalho, visto que sobreviver era o principal. A solidariedade também existia, visto que a religião era levada mais a sério que o próprio dinheiro, apesar de algumas diferenças entre culturas.
Mal do Século ?
Talvez o mal do século XX e XXI seja a troca do divino pelo dinheiro. Uma vez que a sociedade capitalista se concretiza e o consumismo passa a ser a base de realização pessoal, o dinheiro torna-se elemento fundamental para se sentir realizado e objetivado. Dessa forma, a busca pelo dinheiro se intensifica e a esse é atribuído a principal importância.
As revoluções industriais do século XVII permitiram que o homem que nada produzia pudesse vender sua força de trabalho. Até hoje, o trabalho é a principal fonte de renda do homem. As obrigações dos funcionários, as metas, os horários que devem ser minuciosamente utilizados pela rotina trabalhista, tudo isso conta como lucro ou perda. O homem é refém do dinheiro, do trabalho e do tempo.
Stress – a doença do século
A rotina trabalhista atormenta a quase todas as pessoas. Desde os pequenos aos grandes cargos, as responsabilidades e a cobrança são pontos que rondam as mentes desses seres. Do serviço bem realizado, do tempo bem aproveitado, da correria para fechar um bom negócio, da família para alimentar.
Atualmente, o homem trabalha mais e vive menos. A busca pela estabilidade financeira acaba tomando grande parte ou a vida inteira de uma pessoa. Trabalhando 8 horas por dia, com duas horas para o almoço e dormindo 8 horas por dia, as seis horas que nos sobram acabam sendo consumidas pelo tempo de transporte, problemas da casa e das horas sentados a frente da TV.
Vivemos mais para o trabalho que para nós mesmos. O stress se acumula entre uma saída e outra, um negócio mau fechado, uma briga no trabalho, um desentendimento em casa, as contas para a se pagar e toda a rotina diária.
O stress afeta todas as áreas da vida. Como resultado da exaustão diária, compromete toda a saúde de um ser humano. Alterações no humor, distúrbios psicológicos, dores de cabeça, insônias, espasmos musculares, cansaço, ansiedade, depressão, aumento na dependência de todo o tipo de droga ou substância viciante, entre muitas outras.
Tratamento
A melhor forma de tratar esse quadro, é mudando de vida. Praticando exercícios físicos diariamente ou dia sim dia não. Libertar-se do consumismo crônico, utilizar o dinheiro com bons momentos, viajar e curtir o que o mundo tem a oferecer. Descansar longe dos equipamentos eletrônicos como TV, celular e computadores, apegar-se as artes, ouvir a boa música, aproveitar do refugo das religiões, entre outras atividades parecidas.