Os Estados Unidos também foram uma colônia que utilizou do trabalho escravo africano. Após a abolição, o preconceito discriminatório gerado por séculos de regime escravagista, de pensamento religioso colaboracionista e do próprio sentido da pessoa negra introduzida no imaginário como sinônimo de trabalho e indivíduo desprovido de direitos e humanidade garantiu de certa forma, a segregação e negação da pessoa negra dos espaços públicos.
O estados do Sul do país eram (e são) os mais conservadores em questão do posicionamento contra a liberdade negra. Esse tradicionalismo gerou a grande guerra civil dos Estados Unidos, ou a Guerra de Secessão, a disputa dos estados do Norte contra os estados do Sul. Com a vitória do Norte, os negros conseguiram a liberdade, porém, não conseguiram igualdade.
Os movimentos negros americanos iniciaram-se pela indignação das famílias afro descendentes ao universo norte americano que estava sendo criado. O país vivia em uma espécie de apartheid, onde tudo era preferencialmente aproveitado pela elite branca, os lugares detinham divisão entre negros e brancos e a segregação racial só aumentava.
O famoso nome de Martin Luther King surge já nos esquentes do sentimento revolucionário. Após a prisão de uma mulher negra por não ter cedido o lugar no ônibus para um branco, King propõe um série de ações não violentas com protesto, uma delas, o famoso boicote dos ônibus que durou cerca de ano e quase levou a empresa de transporte a falência.
A sucessão de protestos do movimento negro gerou resultados políticos e conquistas civis. Foi elaborada a Lei dos Direitos Civis que proibia a segregação racial em lanchonetes, restaurantes, teatro, cinemas, hotéis, lojas e em lugares públicos. Proibia também a discriminação pelo empregador com relação ao sexo, cor, etnia, nacionalidade e foi criada a Comissão de Direitos Iguais de Emprego para inserir as famílias negras no trabalho e na participação econômica significativa.