Nos tempos da colônia, a vida para os moradores era muito difícil em quase todos os sentidos. Tudo faltava e o ambiente brasileiro ainda não muito interpretado pelos portugueses era por vezes, hostil e perigoso. Além disso, os ataques e conflitos indígenas enchiam a mente e o imaginário com o medo nos moradores.
Economicamente falando, a situação também não era das melhores. O pacto colonial imposto por Portugal restringia as possibilidades de mercado e ainda diminuía muito os lucros dos comerciantes e produtores de cana, por exemplo. O domínio real sobre os colonos também era visto com maus olhos por algumas parcelas da população que estava considerando a coroa como tirana e cerceadora do desenvolvimento brasileiro.
A Conjuração Baiana
Todos os problemas citados acima teriam sido suficientes para algum tipo de revolta na colônia portuguesa. Porém, um caso específico em Salvador, na Bahia, outros motivos além desses estavam em jogo.
Se a insatisfação popular já era comum entre a província, pior ficou depois que a capital do Brasil fora movida de Salvador para o Rio de Janeiro. A cidade deixou de ter a grande importância que tinha e não recebeu mais o mesmo investimento de antes. A situação começou a ficar caótica, baixos lucros, crises em alguns setores e saques a propriedades privadas aconteciam levianamente.
O ideias da então ainda recente revolução francesa começaram a fazer mais sentido para esses baianos. Os radicais começaram a se levantar e praguejar contra as políticas da coroa e a cada dia, o levante popular se inflava e reunia mais pessoas. Em 1798, essa situação se tornaria importante ao ponto de chamar atenção do monarca português.
Uma das figuras mais importantes, Cipriano Barata, organizou um levante popular que reunia soldados, religiosos, negros livres, escravos, comerciantes, artesãos e muitos alfaiates – o que caracterizou o nome Revolta dos Alfaiates.
Os motivos e o fim
Basicamente, os baianos queriam melhores condições de vida. Eram influenciados pelos ideias da Revolução Francesa e por isso, pregavam a igualdade, existindo até alguns polos abolicionistas. Queriam separação com a coroa portuguesa, abertura dos portos para comércio com outras nações, aumentos salariais e até mesmo a implantação de uma república.
A revolta estaria marcada, mas o movimento foi suprimido antes mesmo que ocorresse. Alguns infiltrados delataram as informações necessárias a coroa que rapidamente enviou forças militares para conter e prender os revoltosos. Muitos foram mortos como penalidade e outros, condenados ao exílio.
Apesar de fracassada, a Conjuração Baiana já mostrava a indignação dos colonos com a política real. Esse evento também foi de fundamental importância para os movimentos abolicionistas que viriam posteriormente.