História da bíblia sagrada

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Cânone, uma palavra que vem no grego kanon, é o nome que se dá um conjunto de regras e doutrinas para qualquer fim. Normalmente, atribuímos esse termo aos livros e escrituras religiosas de um povo. Nesse caso, analisaremos a relação histórica da bíblia como cânone judaico cristão numa perspectiva imparcial da medida do possível.

A Bíblia Sagrada é o livro mais impresso no mundo e também foi o livro que inaugurou a imprensa europeia em seus primórdios. Num total de 66 livros, a bíblia cristã compreende uma infinidade de conceitos e doutrinas com múltiplas interpretações diferentes, fato que permitiu a existência de variadas denominações ou vertentes religiosas evangélicas.

Estima-se que cerca de 2,3 bilhões de pessoas no mundo sejam cristãos católicos, protestantes ou ortodoxos, ou seja, cerca de 33% da população mundial, fazendo do cristianismo a maior religião do mundo em adeptos. No entanto, esse número vem caindo significativamente em países desenvolvidos e diminuindo o percentual em alguns países em desenvolvimento, inclusive o Brasil.

História da Bíblia

Acredita-se que a bíblia sagrada fora escrita em um período de aproximadamente 1600 anos entre 1445 a 450 a.C. para o Velho Testamento e 45 a 90 a.C. para o Novo Testamento. Estima-se que pelo menos 40 pessoas de diferentes regiões, épocas e condições sociais tenham escrito os 66 livros desse cânone em várias línguas.

Bíblia Sagrada
Bíblia Sagrada (Foto:Reprodução)

Apesar de geralmente se associar alguns nomes da bíblia como sendo autores dos livros, muitos estudos afirmam que os livros tenham sido escritos muito depois dos acontecimentos narrados, provavelmente por autores desconhecidos. Essa discrepância autoral também passa por uma análise crítica a respeito da linguagem empregada.

Muitos textos bíblicos foram escritos em grego, contrariando a linguagem judaica, o hebraico e evidenciando não só épocas diferentes, mas também regiões diferentes das quais ocorreram os fatos. Notoriamente, os livros do pentateuco associados a Moisés de fato não foram escritos por essa figura da bíblia. Historiadores confirmam que possivelmente foi escrito durante o exílio babilônico.

O Novo Testamento só foi escrito após a morte de Jesus e há também grande discrepância de autores. Estabelecendo-se inicialmente no império romano, o cristianismo não tinha uma bíblia organizada, e havia a existência de vários livros associados aos profetas do Novo Testamento. A montagem da bíblia só foi efetivamente feita no Concílio de Niceia do século IV d.C.

Nessa ocasião, os líderes católicos decidiram quais livros deveriam ser considerados sagrados e comporiam o cânone cristão. Também decidiram a ordem dos livros. No entanto, essa decisão só foi efetivada para toda a igreja no Concílio de Cartago em 419 d. C., estabelecendo a bíblia padrão reconhecida no Concílio de Trento em 1545 e utilizada até os dias de hoje.

A Bíblia foi dividia em capítulos para melhor leitura em 1250 d. C. Ao todo são 1189 capítulos dispostos no Velho e Novo Testamento. Durante 1445 a 1451, a bíblia foi subdividida em versículos por donos de editoras em Paris. Ao todo, existem 31173 versículos na bíblia cristã.