A vinda da família real portuguesa ao Brasil em 1808 marcou o início de uma nova era cultural, econômica e política na colônia. Numa tentativa bem sucedida de fuga dos ataques de Napoleão Bonaparte naquele mesmo ano, o rei Dom João VI deixa Portugal e faz do Rio de Janeiro a sede do império unificado de Portugal, Brasil e Algarves.
Dessa forma, o território brasileiro deixa de ser colônia, agora sendo parte integrante e sede do império português. Além das reformas para o recebimento da família real no Brasil, a abertura dos portos para as nações amigas permitiu uma maior rotatividade e prosperidade econômica.
Foram anos de conservação no cenário político do império e de estabilidade econômica especificamente no Brasil. No entanto, quando as hordas de guerra da expansão imperialista de Napoleão ruíram ao vento, o desejo das cortes de Lisboa chegou aos ouvidos do monarca no Brasil.
O desejo das Cortes de Lisboa
As cortes de Lisboa almejavam o retorno do rei a Portugal e mais uma série de exigências. Uma dessas exigências seria que o Brasil regressasse a situação de colônia, fechando os portos as nações amigas e restaurando o pacto colonial.
Devido as pressões portuguesas, o Rei Dom João VI retorna a Portugal mas deixa seu filho, Dom Pedro como príncipe regente no território brasileiro.
Logo viriam as notícias de Portugal e o rei exigiria que o príncipe retornasse ao país para que as exigências das cortes de Lisboa fossem atendidas. Porém, as elites paulistas e cariocas (principalmente do partido brasileiro) se organizaram num levante popular, colhendo mais de 8 mil assinaturas que exigiam a permanência do príncipe em terras brasileiras.
Cedendo as pressões brasileiras, o futuro imperador e protetor perpétuo do Brasil na independência, declara na seguinte frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. Declarada no dia 9 de Janeiro de 1822, esse dia foi conhecido como o Dia do Fico, onde o príncipe regente desobedeceu as exigências imperiais em prol dos interesses brasileiros.