Entendimento sobre espiritismo

A crença em espíritos de diversas funções.

O espiritismo foi criado no século XIX pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, que usualmente é conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec. Há quem faça referência a essa religião usando termos como doutrina espírita, kardecismo ou espiritismo kardecista.

O Brasil é o país com a maior quantidade de adeptos da religião em todo o mundo. Outros países com uma grande gama de seguidores do espiritismo são Cuba e a Jamaica.

O espiritismo é uma doutrina que tem seu alicerce fundado em três pontos de partida: religião, ciência e filosofia. Utilizando desses três meios aliados ao mesmo tempo, essa doutrina busca compreender melhor questões relacionadas ao universo científico (ciência e filosofia) e ao universo que o transcende, momento o qual onde entra a questão religiosa.

O espiritismo é uma doutrina filosófica porque se propõe a responder as três questões fundamentais da filosofia: De onde viemos? O que fazemos no mundo? E, para onde vamos? Parte-se do pressuposto que qualquer doutrina que dê uma interpretação a respeito do sentido da vida, partindo de uma concepção própria do que é o mundo, é uma filosofia.

A crença em espíritos de diversas funções.
Representação do espiritismo.
(Foto: Reprodução)

É uma ciência porque estuda os fenômenos mediúnicos utilizando-se da razão e critérios absolutamente científicos para interpretar os fenômenos que os espíritos provocam alegando que estes não passam de fatos naturais. Assim, qualquer acontecimento, por mais esdruxulo que seja, não tem nenhum teor sobrenatural segundo o espiritismo, uma vez que tudo pode ser explicado cientificamente.

E tem caráter religioso por objetificar a transfiguração moral do ser humano. Para isso usa como arquétipo a ser seguido Jesus Cristo, pois acredita que ele é o espírito mais puro que já habitou na terra e demonstrou verdadeira expressão de amor, simplicidade e pureza. Entretanto, diferente das religiões cristãs, o espiritismo é uma doutrina que não tem sacerdotes, cerimoniais, cultos, rituais ou sacramentos.

Acreditam na existência de Deus como uma consciência criadora de todas as coisas, um ser inteligível que é eterno, imaterial, imutável, onipotente, justo e bondoso. Também creem na imortalidade da alma, afirmando que ela não morre, mas se reencarna em busca da evolução e aprimoração do seu próprio espírito.

Podemos notar que o espiritismo é uma doutrina que conseguiu a proeza de mesclar em uma única ideia pontos que concernem ao cristianismo, como a caridade, ao budismo, com a fé em reencarnações e até mesmo em questões referentes ao evolucionismo proposto por Darwin, além de outras séries de credos esotéricos.

Os ensinamentos dessa fé se baseiam na Codificação Espírita, um conjunto de cinco obras que foram escritas por Allan Kardec, sendo elas O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

O Livro dos Espíritos é o livro base de toda a Doutrina Espírita, pois nele está contido os princípios do Espiritismo em questões fundamentais, como por exemplo, a imortalidade da alma, qual a  natureza dos espíritos e como se dá as suas relações com os seres humanos, as leis sobre moral, a vida futura dos indivíduos isoladamente e o futuro da humanidade.

O Livro dos Médiuns é o que agrupa aclaramento sobre os diversos gêneros de manifestações mediúnicas, assim como os meios utilizados nos processos de comunicação e a relação com os espíritos, a educação da mediunidade e os obstáculos que podem surgir durante a prática.

O Evangelho Segundo o Espiritismo é um livro que se dedica à explicação das máximas da vida de Jesus Cristo, tendo como premissa os ensinamentos do Espiritismo e como sua aplicabilidade pode ser utilizada em diversas situações da vida.

O Céu e o Inferno, também conhecido como “A Justiça Divina Segundo o Espiritismo” é um livro que oferece o exame que faz uma comparação entre as doutrinas sobre o processo de passagem da vida espiritual à vida corporal.

A Gênese é um livro onde se destacam temas como a existência de Deus, qual a nascente do bem e do mal, o surgimento do Universo e da vida nele, a construção do planeta Terra, a criação inicial de todos os seres vivos, entre outros.

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O que são dogmas religiosos

O ser humano é sedento por conhecimento. Desde seus primórdios e em diferentes localidades do mundo, os agrupamentos humanos registraram (seja com desenhos, escrita alfabética, hieróglifos ou até mesmo pela oralidade) uma infinidade de atividades cotidianas, como também esquemas explicativos dos sentidos das coisas.

Muitas vezes, esses esquemas envolviam crenças que cogitavam a criação do mundo ou do povo em questão por obra de alguma (ou algumas) entidade divina, extraterrena ou metafísica. Essas histórias não apenas explicavam da onde vinham os ventos ou porque os trovões existem, por exemplo. Elas eram a própria verdade primordial, se revestiam de um poder retórico inflamante nas palavras dos líderes, guiavam e forneciam os princípios básicos da vivência do povo.

A essas histórias damos o nome de mitos. Os mitos possuem toda uma carga simbólica para os indivíduos que é para eles uma espécie de manual da vida, uma extensão do cotidiano. Mas tem algo mais que os mitos podem fornecer a uma sociedade.

Os dogmas religiosos

A existência de Jesus é considerada um dogma pelo cristianismo
A existência de Jesus é considerada um dogma pelo cristianismo. ( Foto:Reprodução)

Os grandes mitos religiosos sempre são acompanhados de heroísmo, sacrifícios, exemplos de conduta e demais ensinamentos. Esses ensinamentos demonstram de forma pedagógica, o estilo de conduta que um povo deve adotar, além de traçar princípios sobre amor, sexualidade, reverência ao divino, o trato nas finanças, amizades, ou seja, tudo o que está envolvido no cotidiano.

Esses princípios são chamados de dogmas. Teoricamente, os dogmas seriam princípios de conduta invioláveis que o religioso deve cumprir para garantir a proximidade com o divino. Os dogmas podem ser regras, rituais e até mesmo a verdade incontestável de uma história, como o gêneses cristão ou a existência de Maomé para os islâmicos.

O conceito de dogma foi muito associado a Igreja Católica. Isso porque, o catolicismo os expõe abertamente e os enaltece como verdades infalíveis, inquestionáveis e acima do poder dos humanos, onde nem mesmo o papa poderia se posicionar contrariamente. Com o tempo, o conceito caiu nos diálogos usuais e hoje em dia é também utilizado como figura de linguagem para expressar coisas que não podem ser contraditas.