Estruturalismo antropologia resumo

O estruturalismo é uma corrente antropológica que estipula um método de análise cultural nas mais diferentes sociedades. Saiba mais sobre o assunto neste artigo.

Principalmente após a segunda guerra mundial, os estudos sobre etnias e culturas foram aprofundados sob um olhar diferenciado do passado. Devido ao fim causado pelos sistemas baseados em ideologias raciais (como o nazismo) e xenofóbicas, e o grande rastro de terror que o impacto da guerra causou na Europa, vários pensadores buscaram diferentes abordagens para os assuntos culturais e raciais.

Um desses estudos, idealizado em meados de 1960 principalmente por Levi Strauss, atribui-se o nome de estruturalismo francês. Esse estudo é uma espécie de método científico que tem como objeto as estruturas ocultas que determinam as harmonias culturais entre etnias.

Estruturas

As diversas expressões de uma cultura, segundo o estruturalismo, não dependem de acontecimentos e fatos isolados, mas fazem parte de estruturas inter-relacionadas que definem o dinamismo dessas ações. Ou seja, o modo como nos vestimos, como nos comportamos a mesa, entre outros, são definidos por essas estruturas e não por fatos isolados.

Levi Strauss - pai do estruturalismo (foto: reprodução)
Levi Strauss – pai do estruturalismo (foto: reprodução)

Para entender as estruturas, precisamos compreender alguns conceitos de inspiração dos estruturalistas, como a linguagem. Proposta em um trabalho de Ferdinand de Saussure, a linguagem seria um conjunto de códigos comum em um povo, mas que, além do que é propriamente dito, há uma conjuntura de sentidos abstratos que são comuns a quem fala e a quem escuta e que atribui uma maior carga de sentido na frase proferida.

Assim, para um melhor entendimento, Saussure dividiu a linguagem em langue e parole. Langue seria o sistema de linguagem formal em seus sentidos, e a parole, seria o discurso ou eventos de discurso.

Dessa forma, os estruturalistas podiam perceber semelhanças na análise das culturas e principalmente das sociedades que não tinham história escrita. A valorização dos mitos e lendas, esses descartados pela ciência racionalista do século XIX, é agora admitida pelos estruturalistas. Por meio do mito, os estudiosos puderam compreender uma série de manifestações, desejos e características ocultas, entendendo o mito como ferramenta para o resgate dessa memória tribal.

Com isso, os estruturalistas ao associarem o mito a memória e o cotidiano, puderam também encontrar base para a formulação de sua tese de que as estruturas dos mitos vistos em diferentes culturas pelo globo eram muito semelhantes e que por isso, as estruturas mentais dos seres humanos eram as mesmas, independente do clima, da cor da pele ou nacionalidade.

Os procedimentos básicos estruturais

O primeiro procedimento para os estudos estruturais parte do princípio da análise dos fenômenos sociais de uma etnia e suas infraestruturas. O segundo passo é separar nessas infraestruturas os elementos relacionados.

O terceiro passo é, munido de toda a pesquisa cultural compreendida, procurar apreender a forma como o sistema cultural funciona, seus ordenamentos que sustentem a coerência estrutural. E por último, contabilizar as regras gerais para o entendimento dos padrões organizacionais.