Farroupilhas resumo

A guerra dos farrapos foi um capítulo muito importante da história de nosso país envolvendo as províncias do Sul e o governo central. Clique e saiba mais.

O Brasil, desde sua época colonial, sempre foi um país de revoltas e inquietações políticas. Ao contrário do que a mídia e os discursos políticos inflamados tentam nos dizer, o povo brasileiro nunca foi nada “cordial” quando o assunto era política. Desde sempre, nosso Estado foi construído a base de mandos e desmandos nem sempre aceitos pela população e pelas elites.

Várias revoluções geralmente de caráter republicano e radical eclodiram durante toda a trajetória política e histórica do país. Os mais exaltados se articulavam com aliados e tentavam romper com o autoritarismo principalmente do governo imperial após a independência.

A Guerra dos Farrapos

Em 1845, o Brasil vivia seus tempos de império, onde toda a política e poder estavam reunidos e concentrados no Rio de Janeiro. Esse caráter centralizador e monopolizador dos poderes desagradava e muito as províncias do império brasileiro, tendo em vista a imensa extensão territorial de nosso país.

Farrapos
Farrapos

Uma das revoltas mais marcantes contra esse governo (na época o governo regencial após Dom Pedro I) foi a Revolta ou Guerra dos Farrapos que eclodiu no Rio Grande do Sul. Com o total descontentamento com o império e com as práticas políticas e burocráticas, vários poderosos sulistas se voltaram contra a sede do império.

Os estancieiros e outros fazendeiros sulistas se uniram aos radicais republicanos numa tentativa de se separar do país. O principal motivo era a alta tributação imposta pelo Estado aos produtos sulistas como o couro e o charque, que era produzidos quase totalmente para consumo nacional.

As altas taxas inviabilizava a compra desses produtos pelos fazendeiros de outras regiões que acabavam preferindo comprar do Paraguai e outros países por um preço menor. Por isso, os crescentes prejuízos e descontentamento com a política imperial só esquentaram os ânimos.

A Revolução viu-se intensificada quando a República Rio Grandense ou República Paratini foi proclamada na província do Rio Grande do Sul pelos radicais farrapos. As milícias marcharam até Santa Catarina, onde tomando a capital, fundaram também por lá a República Juliana, constituindo dois Estados separados do império Brasileiro.

Nomeando Duque de Caxias para conter a revolução, as tropas brasileiras entraram em choque contra as milícias sulistas, gerando muitas baixas na repressão. Ao fim, os dois exércitos entraram com um tratado de paz que garantia a anistia dos rebeldes envolvidos no movimento, a incorporação dos oficiais farroupilhos no exército imperial, as mudanças tributárias no comércio dos produtos sulistas no país, a devolução das terras perdidas no conflito e a liberdade dos escravos que participaram das batalhas.

A Revolução Farroupilha foi apenas uma das muitas revoluções radicais acontecidas nesses período conturbado do Brasil. Além dela, revoltas como a Sabinada, a Revolta dos Malês, a Cabanagem, entre muitas outras assombraram o governo regencial brasileiro.