A Ilha das Flores é um documentário com cerca de 13 minutos, produzido por Mônica Schmiedt, Giba Assis Brasil, Nôra Gulart, com roteiro de Jorge Furtado. Todas as cenas foram gravadas na região de Porto Alegre e representa um depósito de lixo onde várias pessoas que vivem na miséria se destinam até lá – muitos moram pelas redondezas do lixão – para pegar todos os restos de alimentos possíveis para o seu sustento e o de sua família.
A história em si, ao ser visualizada em primeira dimensão, tem um ar sarcástico, pois mostra a vida de um tomate, desde o seu plantio até chegar no lixão. Ele passa pela colheita, é transportado e vendido para um mercado onde uma senhora o compra e o leva para casa. Ao preparar a refeição para sua família, ela nota que ele está estragado e o joga no lixo pois não serve para o seu consumo.
Após esse processo, começa então a ser visualizado como a necessidade, a pobreza e a miséria faz com que os seres humanos procure qualquer forma de sobrevivência.
O lixo da senhora é colocado na porta de sua casa, onde o caminhão passa e o leva para o depósito Ilha das Flores. Chegando lá, é descartado como qualquer produto. Os alimentos começam a ser separados pelas pessoas e famílias que ali estão e que acabam formando uma pequena comunidade onde todos se ajudam.
Em meio as pessoas no lixão, também é possível visualizar porcos e outros animais tentando comer aqueles restos de alimentos que foram descartados por várias pessoas da cidade. E o tomate que a senhora jogou no lixo também. Mas pode-se ver, que nem mesmo os porcos conseguem o consumir, mas aí vem um indivíduo e o separa para seu consumo. Sendo esse o grande momento da reflexão.
Podemos observar que os principais aspectos relacionam as desigualdades sociais, a ausência de políticas públicas em projetos contra a miséria dessa comunidade e os moldes que o sistema capitalista gera com seu exército industrial de reserva, com esse peso excedente, que aumenta ainda mais a precarização de sobrevivência.
Esse documentário ainda nos faz raciocinar para pensar o porque os porcos vem primeiro que os humanos? Porque eles escolhem o que querem consumir para somente depois a comunidade da Ilha das Flores pegarem o que restar para se alimentarem?
A Ilha das Flores é um projeto criado para colocar todos os cidadãos de qualquer classe social para raciocinar os problemas que toda a sociedade ainda vive, mesmo estando em um “mundo moderno”. Além de despertar a curiosidade e uma reflexão, ele ainda faz críticas a esse modelo de sistema capitalista em que vivemos e o porque nos encontramos tão presos a eles.
“Talvez os porcos sejam livres de desigualdades por não possuírem dono ou dinheiro!”