Dia da consciência indígena

Os indígenas foram de fundamental importância para formação de nosso país e hoje ainda vivem estigmatizados por preconceitos, pré julgamentos e abandono governamental e social. Saiba mais sobre o dia da consciência indígena.

Consciência Indígena

O dia 20 de Janeiro foi instituído para que possamos lembrar e tomar consciência desses povos diferentes que vivem no território brasileiro, que antes de nosso, é deles. Também nos serve para refletirmos sobre os séculos de lutas que esses povos enfrentaram para garantir sua permanência e sobrevivência no mundo.

População e formação indígena no Brasil

O Brasil foi um dos muitos países constituídos na América com uma relação entre indivíduos da Europa, da África e também dos indivíduos nativos dessas terras. As grandes diferenças culturais entre esses agentes sociais, resultou em diferentes níveis de integração e exclusão social em cada caso no continente.

Especificamente em nosso país, a relação dos portugueses e índios foi de conflito, escravidão, inserção e aldeamento. Devido ao pouco contingente populacional europeu que veio a colônia brasileira no século XVI, os portugueses por muitas vezes se casaram com índias e tiveram filhos mestiços para compor os quadros sociais.

Índios no Brasil
Índios no Brasil

Apesar disso, a relação de escravidão com os indígenas acabava por trazer inúmeros conflitos que acabam em muitas mortes. A resistência indígena dura até hoje e de lá para cá, milhares de etnias indígenas morreram e com elas, suas línguas, costumes, rituais e sabedoria.

Indígenas no Brasil atual

Faz pouco tempo que o Governo do Brasil resolveu reconhecer os povos indígenas com suas particularidades e dar-lhes também direitos. As etnias indígenas no Brasil podem se vincular a sociedade rural ou urbana, ou podem viver suas vidas nas reservas dos territórios indígenas concedidos pelo governo.

Apesar disso, o avanço agrícola nessas reservas, principalmente no Estado no Mato Grosso vem expulsando cada vez mais indígenas de suas terras, fazendo com que uma etnia se choque com a outra e diminuindo o espaço de convivência e atividades culturais desses povos.

Rebelião de Túpac Amaru

A rebelião liderada por Túpac Amaru é lembrada até os dias atuais na população peruana, e mais ainda dos indígenas e descendentes incas da América.

Quando a Espanha resolveu colonizar parte da América, suscitou uma série de atrocidades que acabaram marcando o processo de sua instalação na região. Para manterem a dominação do território, os hispânicos dizimaram milhares de povos indígenas, pois muitos deles negavam-se a obedecer as determinações e eram totalmente contra os colonizadores espanhóis.

Cientes da falta de capacidade em estipular uma ideia absoluta e impor ao indígenas, os colonizadores muitas vezes realizavam acordos com os caciques, já que estes eram os líderes indígenas locais. Era proposto a eles a condição de obter a dominação de qualquer população nativa e em troca recebiam parte dos impostos, além de ficarem isentos do trabalho deliberado pelos espanhóis.

Mas em 1780, José Gabriel Condorcanqui, líder curaca, se impôs fortemente contrário aos interesses da elite, dizendo até que seria descendente do lendário líder inca Túpac Amaru, executado em 1571 por resistir a dominação espanhola. Condorcanqui chegou a alterar seu nome para Túpac Amaru II, inspirado pelas ideias iluministas com as quais teve contato na Universidade de São Marcos. A partir daí decidiu lutar contra a opressão da coroa espanhola.

LIDER TUPAC AMARU
Os lendários feitos de Túpac Amaru influenciaram muitas gerações de revolucionários americanos, entre eles Bolívar a Che Guevara.

Com o apoio da elite criolla, Túpac Amaru II, organizou um movimento emancipacionista, gerando uma rebelião que resultou na execução de um dos chefes espanhóis. Logo conquistou a aliança de milhares indígenas, escravos e mestiços que também se encontravam insatisfeitos com a colonização.

Apesar do grande propósito, o movimento de Túpac Amaru II, não foi muito longe. Isso por que as suas intenções e ideias começaram a contrariar os objetivos de alguns colonos da elite criolla. Sendo assim, a revolta de libertação perdeu força e notoriedade política. O líder curaca foi preso e julgado pelas autoridades, e como forma de intimidar as demais populações indígenas, executaram Túpac Amaru II de forma violenta, arrancando-lhe a língua e seu corpo arrastado por uma tropa de cavalos.

Após esses acontecimentos muitas outras lutas demarcaram a colonização espanhola na América. Até os dias atuais, O líder peruano Túpac Amaru é considerado figura mítica e inspiração de movimentos revolucionários do Peru e propriamente da população indígena.