Determinismo literatura brasileira

Determinismo

O determinismo é exatamente o que o próprio nome já diz. Tudo aquilo que não possui liberdade para diferentes opiniões ou não aceita o contrário do que a obra expressa. Esse prega três pontos característicos: comportamento, raça e o momento.

Tal movimento tem como tese central o homem, fazendo parte de uma projeção em todo cenário. Dessa linha não é possível sair ou transgredir. A descrição do meio deve ser feita de forma que sempre traga a não liberdade de expressão e forma de pensamento diferente do que está empregada a obra.

O cortiço

Um bom exemplo de Obra Determinista na Literatura Brasileira é O cortiço. O mesmo representa parte de um romance naturalista e envolto ao século XIX. As teorias cientificistas são as principais responsáveis pela elaboração dos enredos, tendo também como embasamento o determinismo.

O cortiço é uma obra determinista criada por Aluísio de Azevedo.
O cortiço, obra de Aluízio de Azevedo, é um bom exemplo de determinismo no Brasil. (Foto: Reprodução)

A Obra é de Aluísio Azevedo, que representou diretamente o naturalismo no Brasil. Um aspecto especialmente experimental é responsável pela desenvoltura expressa. Sendo assim o homem analisado somente como um produto em específico e nada mais do espaço em que vive e reside.

Aluísio possui traços de uma escrita minuciosa dos ambientes e cuidados extremos com os elementos biográficos. Em momento algum faz menção aos aspectos psicológicos ou de pensamento de suas personagens. Uma narrativa friamente precisa. Fazendo com que o homem haja conforme seu meio.

Ele apenas processa o comportamento de quem reside no cortiço, generalizando suas atitudes como uma crítica a sociedade e a marginalidade integrada ao espaço. Os fatos não apresentam sonhos e nem irrealidades, voltados à dura e cruel existência daqueles que fazem parte do local.

As classes mostradas são de necessidade em confronto quando se relacionam, deixando evidências dos “tipos” de pessoas que fazem parte do mal falado cortiço, como: operários, trabalhadores, mestiços e plebeus de toda categoria. Traços de pessoas naturais e com dificuldades de sobrevivência.

A Obra é um bom parâmetro para a escrita na literatura brasileira, faz parte direta do processo de movimento criado para diferentes tipos de escrita e expressão. Trecho do livro:

“As casinhas eram alugadas por mês e as tinas por dia, tudo pago adiantado.”

C. Página 26. 

O Cortiço resumo do livro

O Cortiço é uma importante obra literária do Brasil e expõe as tendências naturalistas e os ideários do autor Aluísio de Azevedo como romancista. Em uma grande trama articulada entorno no Cortiço e do dono do mesmo, a história se reflete num grande jogo de influências do meio em que os personagens vivem e dialogam e as consequências dessas influências em suas vidas.

Aluísio de Azevedo nasceu no dia 14 de abril de 1957 em São Luis no Estado do Maranhão. Ainda na época do império, Aluísio se muda para o Rio de Janeiro, onde conclui seus estudos na Academia das Belas Artes. Retornando a sua terra natal, Aluísio produz obras de caráter a complementar os contextos abolicionistas recorrentes no Brasil.

O cortiço
O cortiço

Sua fama e o sucesso de suas obras até mesmo na corte imperial foram suficientes para que uma volta ao Rio de Janeiro fosse bancada pelo império, onde o autor passou a ser escritor tanto de romances como de peças teatrais. Aluísio de Azevedo faleceu no dia 21 de janeiro de 1913 em Buenos Aires, capital da Argentina.

Resumo da Obra

Visando enriquecer e ascender socialmente, João Romão, o dono do cortiço é com certeza um dos mais importante personagens da trama. Português, taverneiro e dono de pedreira, Romão também assume as características de capitalista explorador não só de sua escrava cafuza, Bertoleza.

O capitalista português ao longo da trama possui um comerciante bem sucedido antagonista chamado Miranda, que em ocasião oportuna disputa alguns braços de terra com Romão e os ganha. Além disso, Miranda recebe o título de Barão, influência que causaria ainda mais o desejo não só de enriquecer em Romão, mas também de superar o rival no status social.

No cortiço, os moradores representam várias entidades culturais que convivem no Brasil. Jerônimo é o português trabalhador da pedreira de Romão e casado com a mulher que representa as características europeias, Piedade. O mulato Capoeira Firmo representa muito da identidade brasileira e também se envolve com a representante feminina brasileira, Rita Baiana. Sensual e sempre provocante nos pagodes do cortiço, Rita Baiana acaba por transformar os hábitos de Jerônimo com suas influências.

Com Miranda em status de barão, Romão procura ao máximo melhorar as instalações do cortiço, compra roupas novas e requintadas e demonstra mais nobreza. Para melhorar a relação entre os dois e ascender socialmente, Romão acaba por pedir a filha de Miranda em casamento. Esse ato é visto com maus olhos pela cafuza Bertoleza, que tenta ao máximo atrapalhar os planos do amante.

Para resolver esse problema, Romão denuncia Bertoleza a seus donos, indicando-a como possível escrava fugida. Sendo perseguida arduamente, Bertoleza acaba por cometer suicídio antes de ser capturada. Dessa forma, João Romão se vê livre para continuar os preparativos de seu casamento com a filha de Miranda.