O império brasileiro teria seu início – independente do império português – um tanto conturbado e nada pacífico. Dom Pedro I, considerado Defensor Perpétuo do Brasil, agora não mais representava as nuances políticas das correntes políticas mais fortes no Brasil. Dessa forma, o monarca é expulso do país, deixando seu filho, herdeiro do trono brasileiro. Mais tarde, Pedro I tornaria-se Pedro IV no trono português.
Com um país que ainda consolidava novas políticas em sua soberania e sem a figura de um rei, os representantes políticos mais fortes teriam de assumir uma espécie de governo provisório. Esse governo ficou conhecido como regência e era contemplado por liberais, conservadores e militares.
O clima regencial
A regência no império do Brasil não era vista com bons olhos pelo povo. Isso porque a figura de um rei era de fundamental importância para consolidação de uma unidade de poder representativa e coesa para o imaginário do século XIX em nosso país. A primeira regência ficou conhecida por dar concessões aos movimentos revoltosos que ocorriam no Brasil e teve como principal representando o Padre Feijó.
Com o desgaste da própria regência e o grande número de revoltas, uma nova regência assume com o caráter de repressão aos movimentos sociais contra o império, tendo como principal representante, Araújo Lima. Apesar disso, novas rebeliões aconteceram e a regência entrava cada vez mais em descrédito para com o povo, principalmente após 1835.
Golpe da maioridade
O clima tenso no Brasil devido as revoltas populares e o mudança de uma política mais descentralizadora – feita pela regência das concessões – para uma política mais centralizadora – feita pela regência repressora – deixou o cenário político cada vez mais instável. As correntes políticas liberais queriam que o jovem Pedro de Alcântara assumisse o trono antes de completar a maioridade.
Para isso, foi criado o Clube da Maioridade. Essa reunião de liberais e também alguns conservadores foi a responsável por arquitetar o plano do golpe que faria Pedro de Alcântara se tornar Dom Pedro II. Convencendo várias cadeiras no senado e impedindo que os conservadores se posicionassem contra – pois poderiam ser considerados traidores da soberania monárquica do herdeiro -, foi redigido um documento que legalizaria o processo.
Assim, no dia 23 de julho de 1840, é deixado de forma oficial que Pedro de Alcântara se tornara imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil com a idade de 14 anos. Acreditava-se que a figura do rei acabaria com as revoltas provinciais e se iniciaria uma nova era política no império. De fato, Dom Pedro II adotaria uma política conciliatória para estabilizar o império.