A economia na Ásia é bastante plural, devido aos percursos históricos tomados pelos países asiáticos, principalmente após a segunda guerra mundial. Alguns conseguiram se manter economicamente, outros alcançaram níveis de desenvolvimento econômico invejável até para grandes países ocidentais como os Estados Unidos.
Devido a diferença de cultura oriental para com a ocidental, esses países tiveram que se adaptar aos modelos econômicos do capitalismo do Ocidente e também a mecânica e dinâmica de trabalho desenvolvida na Europa durante a modernidade. Isso fez com que muito de seus costumes mudassem na globalização vivida no século XX e XXI.
Economia Asiática
Os principais representantes na economia asiática são os Tigres Asiáticos, um conjunto de países que se mostraram fortemente ativos ao crescimento econômico e industrial. Esses países são Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong.
Os Tigres Asiáticos receberam e ainda recebem grandes investimentos estrangeiros por oferecerem mão de obra barata e qualificada, leis trabalhistas flexíveis e recursos disponíveis para utilização industrial. Isso assegurou em alguns casos, uma maior qualidade de vida para os habitantes, como na Coreia do Sul, por exemplo.
Além dos Tigres, o Japão é uma das principais economias do mundo, principalmente depois da Segunda Guerra mundial. O avanço industrial e o investimento em tecnologia tornou o pequeno país na maior potência tecnológica do mundo, apesar de estar perdendo espaço atualmente nesse ramo.
A China é o país que mais cresce no mundo. Estima-se que o PIB chinês cresça cerca de 10% ao ano e a produção industrial se iguala a dos Estados Unidos. A Índia vem alcançando enorme desenvolvimento econômico e científico. Os indianos já possuem, por exemplo, um programa espacial bem sucedido e também fazem parte dos países emergentes.
Uma coisa é inegável atualmente. Todo brasileiro sabe bem que a politicagem no país é visível e não é necessário muita análise para conseguir identifica-la. Apesar disso, quais seriam as raízes que possam explicar essa tendência corrupta na política brasileira?
Para responder essa questão, é necessário remontar os contextos históricos brasileiros desde os tempos de colônia e talvez até redefinir o que de fato pode ser considerado corrupção e até onde esse fato pode ser necessariamente ruim.
Num processo de desconstrução conceitual e edificação de novos sentidos e problemáticas, talvez seja possível entendermos as questões que possam ter ligações com o presente, como também compreender mais sobre o próprio povo brasileiro.
Raízes históricas – sobrevivência na colônia
É difícil imaginar o cenário colonial brasileiro. Simplesmente porque não havia nada nessas terras e tudo teve de ser construído do zero. Os primeiros portugueses que vieram aqui se estabelecer, tiveram que construir as primeiras edificações com os materiais que lhes eram disponíveis, visto que pouco se conhecia sobre os recursos minerais brasileiros.
Sendo assim, todo o suporte que uma cidade europeia poderia dar como hospitais, artigos para higiene, artesanatos, móveis, roupas, armas, ferramentas diversas, produtos de todo o tipo e até mesmo mão de obra disponível para trabalhar, eram ausentes na colônia que mais parecia um deserto repleto de mata.
Por esse motivo, viver na colônia era imensamente difícil. Não era tarefa nem situação para qualquer pessoa, fato que acabou por transformar as pessoas que vinham para a colônia do Brasil em seres de “grossa ventura” e que buscavam em todos os meios a sobrevivência.
Ao mesmo tempo que a maioria das pessoas não queriam botar os pés por aqui, muitos enxergavam justamente nesse início de tudo uma forma de recomeço de vida. Os aventureiros vinham para cá para encontrar um mundo novo, amores e explorações, porém muitas pessoas vinham pela esperança que tinham de mudar de vida. Dessa forma, é perfeitamente compreensível que o famoso “jeitinho” tenha surgido por clara necessidade. Ou será que um europeu urbano conseguiria viver em um lugar assim do mesmo jeito que em seu continente?
O Degredo
Apesar da vinda de muitas pessoas para o Brasil, seja para encontrar aventuras, seja para mudar de vida ou para evangelizar os nativos – no caso de padres e monges católicos -, o contingente ainda assim era pequeno e insuficiente para as atividades coloniais darem lucro a Portugal. A colônia precisava de mais pessoas.
Dessa forma, a coroa portuguesa passou a usar o degredo como uma das formas de enviar pessoas ao Brasil. Como pena de alguns crimes, o degredo poderia ser para sempre ou apenas por um período de tempo onde o a pessoa teria que cumprir estabelecendo moradia e trabalhando na colônia.
Apesar de muitas pessoas dizerem que “para o Brasil só vinha bandido” exatamente por esse fato, não era bem assim que acontecia. Para que mais pessoas viessem à colônia, a coroa instituiu que o degredo valeria como pena para uma grande quantidade de crimes ou ilegalidades pequenas. Ou seja, grande parte das pessoas que vieram ao Brasil podem ter apenas traído seu cônjuge ou deixado de pagar algum imposto.
De certa forma, não era interessante para a coroa ter pessoas ruins na colônia, tendo em vista o fato de que a lealdade dos colonos garantia os lucros e o repasse correto das taxas imperiais. Apesar de não totalmente “criminosos”, os degredados eram largados no Brasil a própria sorte e por isso tinham de dar um jeito de sobreviver temporariamente no Brasil até que pudesse voltar. Talvez por isso os olhos de grande parte da população esteja voltado para fora, pois grande parte de suas raízes vinham com o desejo de voltar para a Europa.
Ordem e Política
Apesar de tudo indicar que sim, realmente não havia muita organização na colônia. Isso porque não existia governo, nem guarda imperial, nem algum histórico de identidade e valores, nada. Simplesmente nada. Quem vinha para a colônia, experimentava um mundo onde as regras europeias não os mastigava bravamente.
Dessa forma, o Brasil foi espaço para muita liberdade em todos os sentidos. O contato com os povos indígenas acabou por ajudar ainda mais nesse novo modo de vida. Pouca roupa, sexualidade mais acentuada e livre, o desgarro parcial para com a religiosidade, a política coronelista, entre outros.
Como por aqui as coisas eram no estilo sobrevivência, é normal que os mais poderosos que aqui se estabeleciam exerciam sua dominação muitas vezes de forma violenta e repressiva. Por ser donos de pessoas (escravos índios e africanos) e donos da produção colonial como os engenhos por exemplo, os coronéis eram a principal autoridade nas províncias.
Como é possível perceber, isso permitiu que o colaboracionismo, o nepotismo, entre outros fossem práticas comuns entre essas pessoas de poder. Até mesmo os cargos públicos poderiam ter seus privilégios no recolhimento dos tributos para a coroa, visto que esse era o tipo mais comum de “salário” para essas pessoas.
Cenário Atual
Tendo as reflexões acima levadas em consideração, o povo brasileiro sempre foi amplamente ligado ao trabalho, a sobrevivência, aos mandos e desmandos, a deriva da sorte, aos tempos de boas e más colheitas e ao jeito de permanecer na terra. Por excelência, o brasileiro é aventureiro e batalhador.
O cenário de sobrevivência e a autoridade exagerada dos cargos públicos e dos coronéis transformou o poder em objetivo de vida de muitas pessoas por aqui. Tendo as práticas políticas hoje proibidas, na época permitidas, vistas como normais, por muitos séculos ser político no Brasil era ser dono de um pedaço do país, misturando o público ao privado.
As principais personalidades da política atual brasileira ainda está ligada a terra e ao coronelismo. Tendo em vista que são herdeiros de imensos latifúndios e meios de produção, a visão política de seus pais ainda é hegemônica, onde o ser político pode se aproveitar dos recursos públicos para suprir suas necessidades e ganâncias.
A elite política brasileira ainda é herdeira de todas essas práticas. Com frases e atitudes carismáticas, conseguem arrancar o voto do povo de massa que ainda hoje luta pela sobrevivência e vive do trabalho árduo, típico do brasileiro. Em uma cenário onde nada parece dar muito certo, garantir a sua parte pode até ser a melhor escolha.
Mesmo assim, as características do povo não são de todo assim. Na verdade, o povo brasileiro coleciona qualidades festeiras, alegres, hospedeiras, caridosa, entre muitas outras dependendo da região do país. Os bordões que afirmam que nossa gente é preguiçosa, corrupta, malandra e ladra, perdem o sentido quando colocados lado a lado com as necessidades históricas e o Brasil de hoje.
O que temos? Sim, uma elite caçadora e dominadora, presa aos valores coronelistas que se reconfigura em corrupção como a lavagem de dinheiro, desvios, mensalão, superfaturamento, nepotismo, entre muitos outros, de forma como sempre foi.