Tendência pedagógica progressista

A pedagogia progressista se manifesta em três correntes: libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. Acesse esse artigo e conheça um pouco mais sobre cada uma delas.

Hoje, as tendências pedagógicas são recursos educacionais que servem e devem ser utilizados para que os professores e educadores se inspirem para reformular a sua práxis pedagógica, não devendo utilizar uma só corrente isoladamente, mas incorporando o que cada uma tem de melhor aos seus métodos na docência.

As tendências pedagógicas se dividem em dois grupos: liberais e progressista, a segunda qual abordaremos neste texto. Progressista é um termo utilizado para denominar  teorias que afirmam que educação deve ter uma finalidade voltada para a formação política do cidadão levando em consideração a sua realidade social.

Contra as ideias impostas pelo sistema capitalista, essa tendência tem como enunciação a teoria marxista, a qual faz uma análise das relações econômicas da sociedade, sustentando então que a educação deve ter caráter político e crítico que parte da análise das realidades do indivíduo.

A tendência progressista se manifesta em três correntes:

Libertadora

Essa corrente não costuma abordar o termo ensino escolar, uma vez que sua ação é pautada na educação “não-formal”. No entanto, alguns professores e educadores que trabalham com o ensino escolar têm adotado conceitos dessa teoria em sua prática pedagógica.

Livros que auxiliam no aprendizado.
Livros.
(Foto: Reprodução)

Neste sentido, a educação é pensada como uma atividade na qual todos envolvidos no processo educativo aprendem com a realidade, extraindo dela conteúdos para aprendizagem, de modo a buscar atingir um nível de criticidade que lhes permita não só compreender tal realidade, mas atuar dentro dela com um intuito de transformação.

Na educação libertadora, ao contrário da educação tradicional e renovada, o sujeito não é mais domesticado, ele passa a perceber como funcionam os mecanismos de opressão presentes em sua realidade.

Os conteúdos de ensino são intitulados como “temas geradores”, os quais são retirados de uma problemática advinda do cotidiano dos educandos, recusando dessa forma qualquer conteúdo tradicional, uma vez que cada pessoa envolvida no processo educativo já contém dentro de si mesma o que é necessário para se começar a práxis pedagógica.

A difusão de conteúdos que tenham caráter estruturado é considerado como invasão cultural, pois não afloram do saber popular. Se for necessário utilizar textos para leituras, os mesmos devem ser elaborados pelos educandos sob a instrução e orientação do educador.

Libertária

A pedagogia libertária atesta que é a escola quem deve exercer uma mudança na personalidade do sujeito com um sentido libertário e autogestionário. Assim, a ideia inicial é que sejam introduzidas mudanças institucionais nos níveis mais inferiores para que todo o sistema seja afetado no processo.

Neste modelo de ensino os conteúdos, bem como as matérias são dispostos aos alunos, mas não com caráter obrigatório. No caso, são um instrumento que apenas acrescenta, uma vez que o conhecimento que deflui é resultado de experiências que foram gozadas pelos próprios grupos.

Seguindo um modelo de autogestão, o método de ensino se trata da vivência experienciada pelo grupo, o qual tem iniciativa e nenhuma forma de poder ou hierarquia. Os alunos escolhem se desejam trabalhar ou não, o que faz com que o seu interesse se baseie nas suas próprias vontades e necessidades.

Em outras palavras, podemos chamar essa corrente de pedagogia institucional, pois tem como objetivo tornar a relação de ensino aprendizagem, bem como as partes envolvidas no processo em uma ação não-diretiva.

Crítico-social dos conteúdos

O propósito fundamental dessa corrente é difundir os conteúdos, os quais devem ser vivos e concretos, sendo desta forma inerente a realidade social do educando. Os interesses populares se voltam para a eliminação da seletividade social em busca de uma comunidade mais democrática, assim a escola é o agente primordial de apropriação do saber que se busca.

Para escolar servir aos interesses públicos é preciso que um ensino de qualidade seja garantido a todos, ou seja, que os conteúdos nela ensinados tenham ressonância na realidade social prática dos indivíduos. Assim, o papel da escola é preparar o aluno para o futuro, para o mundo adulto e suas discrepâncias, dando a ele capacidade de participar na construção de uma sociedade democrática.

O foco desta corrente se pauta em favorecer a aquisição de saberes que tenham vínculo com a realidade social, deste modo é necessário que os métodos utilizados para o ensino propiciem aos alunos compreender os conteúdos como um auxílio na percepção da realidade.

O conhecimento é resultado da interação do sujeito com o meio através da mediação do educador, assim sua construção se dá através de trocas procedentes da experiência de cada um envolvido no processo, não somente o adulto é importante e insubstituível, mas deve-se acentuar também o valor do aluno.