A Igreja Católica foi a primeira grande instituição cristã a se organizar no mundo. Tendo seu início em Roma com o nome de Igreja Católica Apostólica Romana, um enorme processo histórico pode ser atribuído a essa instituição que teve imenso papel na Idade Média e na era Moderna.
Por ter inicialmente uma grande expansão entre diversas culturas diferentes, sobre tudo no império Franco durante a Idade Média e no Novo Mundo durante as colonizações, a Igreja Católica assumiu uma postura conciliatória, canonizando obras, santificando homens e mulheres e promovendo uma série de ritos religiosos, muitas vezes simplesmente aceitando-os em seu calendário.
Foi uma forma de se adequar a grande diversidade cultural e de suprir as necessidades espirituais desses indivíduos plurais. Mas afinal, como foi e como é que a igreja Católica entende a complexidade da salvação da alma, fator de extrema importância para esses homens dos séculos passados e de grande valia para contemporaneidade?
Salvação no Catolicismo
A salvação no catolicismo não funciona do mesmo modo como funciona nas igrejas protestantes. Construídos durante os séculos, os conceitos de engrandecimento espiritual foram associados ao mérito proveniente das obras humanas.
Para que um católico alcance o reino dos céus, ele precisa ser justificado divinamente. Para isso, as boas obras feitas pelo crente são o meio que o espírito santo tem de justifica-lo e garantir sua salvação, tudo isso disponível nos cânones do Conselho de Trento.
Porém, o homem não é aceito simplesmente por ter feito as boas ações, mas pelo o que o espírito santo fez nele. Por merecimento, o espírito santo faz uma infusão no cristão, tornando-o adequado para adentrar o reino espiritual após sua morte.
Entende-se também que a infusão acontece por meio da santa justiça divina. Quando infundido, o crente recebe a justiça que flui diretamente de Cristo, tornando sua natureza justa, e portanto, tornando-o agradável a Deus.
A Índia é considerada por muitos estudiosos como o lugar mais incrível para se explorar o pensamento humano. Nesse país milenar, a tradição da meditação e da problemática do pensamento sempre esteve presente e passou suas influências pelo Velho Mundo inteiro. Até hoje, visitar a Índia é um exercício de entender a diferença e as questões existenciais que tanto nos aflige.
Essa tradição também proporcionou o nascimento de diversas religiões milenares na região. Assim como o hinduísmo e o budismo, o jainismo é uma das mais antigas, tendo sido fundada aproximadamente em meados do século V a.C. pela personalidade espiritual Mahariva, reconhecido pelos jainistas.
Aspectos gerais do Jainismo
O Jainismo pode nos acometer a profundas reflexões sobre o valor da vida, o respeito e aos princípios básicos da convivência. Os seguidores dessa religião se concentram quase por inteiro na Índia, a não ser por algumas comunidades na América do Norte e Europa que se estabeleceram por migração. Não é comum que os jainistas tenham um espírito missionário.
Apesar de ser uma das religiões mais antigas da Índia, a falta – ou a não necessidade – do espírito missionário evitou que essa religião fosse mais difundida. Atualmente, estima-se que existam aproximadamente 4 milhões de seguidores, o que representa pouco em comparação ao hinduísmo, com cerca de 800 milhões.
Apesar de Mahavira ter sido o fundador, ele é para os jainistas o 24º dos Tirthankaras, ou seja, seres que alcançaram a perfeição espiritual. Assim, essse sujeito teria recebido uma herança ideológica dos 23 anteriores. Com isso, Mahavira pôde estabelecer outros pilares e fundar a religião.
Ideais jainistas
Os jainistas respeitam a vida acima de tudo. Não só a vida humana, mas qualquer outro tipo de vida. É comum que os adeptos dessa religião não matem insetos ou pequenos animais sem necessidade. Como parte de suas poucas vestimentas, há um pano que é colocado em frente a boca, para evitar que algum inseto voador seja engolido e morto por acidente.
Os princípios mais importantes foram ditados pelos 23º Tirthankara, a quem os jainistas chamam de Parshva. Os princípios estabelecidos foram: Princípio da não violência, da evitação da mentira, não apropriação do que é alheio e da falta de apego aos bens materiais.
Dessa forma, os jainistas em sua maioria decidem viver a vida monástica, se afastando do mundo e do consumismo. Os adeptos que não escolhem esse tipo de vida tentam seguir os ideias da melhor forma possível. Em uma das divisões radicais dessa religião, os adeptos não possuem até mesmo vestimentas.
Questões essenciais
Os jainismo vê o tempo como eterno e cíclico. Para eles, existe o tempo ascendente e descendente, sendo que, segundo o cânone do pensamento jainista, estaríamos no tempo descendente, na chamada “Era de Infelicidade”. Esse teria se iniciado a mais de 2500 e durará por aproximadamente 21 mil anos.
Para eles, não existe nenhum tipo de ser criador ou mantenedor do universo. Os jainistas acreditam que o universo sempre existiu e não houve a necessidade de ser criado pelo fato de ser eterno, assim como a própria religião é considerada eterna. É interessante saber que os jainistas utilizam a suástica como símbolo sagrado em quase todos os cultos.
O Karma é bem parecido com o ideal budista e hinduísta. A diferença fundamental se prolonga na materialização do karma feita pelos jainistas. Para eles, todo o karma é configurado em matéria física que é afixada a alma do indivíduo. Sendo a matéria boa ou ruim, isso será determinante para o nível de felicidade ou infelicidade do indivíduo.
Só é possível conseguir o nível de perfeição espiritual quando o indivíduo consegue abstrair toda a matéria de Karma afixada em sua alma. Para isso, os jainistas utilizam o jejum, a meditação e o isolamento para se purificarem e alcançarem níveis de espírito mais altos e próximos a perfeição. A alma estaria mais próxima quando as ações do adepto serviriam a favor da vida e ao bem dos outros indivíduos.
A tradição cristã que condiz e relata o nascimento de cristo por meio das escrituras sagradas da bíblia e também pelo imaginário e interpretação popular dos textos, afirma que durante o duro nascimento de Jesus na manjedoura, alguns visitantes que vieram de longe trouxeram presentes ao menino nazareno, para adora-lo e engrandece-lo.
Como Jesus Cristo seria o principal profeta e próprio filho de Deus esperado pelo povo judeu para liberta-lo dos domínios romanos e macedônicos, a tradição afirma que em seu nascimento, três grandes reis magos vindos do leste e guiando-se por uma estrela, chegaram até o filho do próprio Deus que nascera de Maria com oferendas ao mesmo.
Essa passagem só encontra-se no evangelho de Mateus e apesar de não especificar qual o número de reis magos que foram visitar a Cristo, o imaginário popular os tem como três devido ao número de presentes que foram três. Teólogos atuais afirmam que os reis magos citados no texto não eram de fato reis, e sim importantes sacerdotes ligados a estudos astronômicos.
Porém, a presença dessas personagens reforça o mito judeu de que ao nascimento do filho de Deus, todos os reis da Terra se prostrarão a ele. Os presentes também possuem um grande simbolismo, como o Ouro que era presente comum que agradara a qualquer rei – referência a Rei dos Judeus -, o incenso de olíbano, geralmente dado a sacerdotes para representar a espiritualidade de Cristo e a Mirra, material utilizado para embalsamar corpos, que nesse caso representou a preservação e imortalidade do nome de Jesus na Terra.
Os reis magos são personagens essenciais para legitimidade da vinda e identidade de Jesus Cristo como principal profeta de uma das religiões mais influentes no mundo atual. Certamente, estão incrustados no imaginário coletivo da comunidade cristã mundial.
O povo maia viveu na região da Meso América e constituíram um dos impérios mais intrigantes e complexos da humanidade. Essas pessoas faziam parte de um sistema político religioso essencialmente burocrático e regido pelo mito e ritos culturais de alta influência sobre todas as camadas sociais. A intimidade com a astronomia que se mostrara anos luz a frente da astronomia europeia deu a esse povo a imagem exótica e científica.
A religião maia com relação aos mitos e deuses é muita parecida com a dos incas. Os maias admitiam vários deuses no panteão, um mito de criação do homem onde os deuses erraram várias vezes e um mundo metafísico chamado Xibalbá, cheio de perigos e passagens pelas quais as pessoas passariam após a morte.
Em base, os maias relacionavam os eventos astronômicos e a contagem dos dias, meses e anos ao poder dos deuses e suas influências. A elite sacerdotal utilizava a sabedoria astronômica também como forma convencimento do povo ao prever eclipses que para todos, eram recheados de significados religiosos. A prosperidade, guerras, plantações, morte, fome, epidemias eram relacionadas ao poder e vontade dos deuses que frequentemente necessitavam ser adorados e receber oferendas.
A vida do camponês era – além do trabalho para seu auto sustento e para os sustento das elites maias – voltada quase por inteira a crença e temor aos deuses. Tanto que em “dias de folga”, os camponeses juntavam-se para empreender as obras públicas encomendadas pelas elites, as quais teriam inúmeras relações religiosas, econômicas organizacionais. Os magníficos templos maias são resultado dessa espécie de trabalho pelo poder da palavra e do imaginário sobre o povo.
Além disso, as próprias elites estavam dispostas a cumprirem diversos rituais religiosos – embora menos trabalhosos do que as obrigações camponesas – que consistiam na maioria das vezes em consulta aos deuses através da ingestão de plantas e bebidas alucinógenas. O imperador ou rei maia também participava desses rituais e detinha rituais específicos a sua função e cargo. A exemplo, existia o ritual da sangria, onde o rei deveria perfurar – ou decepar em último caso – o órgão genital para o sangue escorresse para um tipo de papel que depois era queimado e da sua fumaça provinha revelação de divina ou agrado simbólico aos deuses.
Os famosos rituais de sacrifício humano baseavam-se não na maldade, mas na necessidade da conservação e continuidade da dinâmica de funcionamento do mundo. De acordo com a religião maia, a terra e o universo humano era regida mediante ao sangue do coração dos homens. Para os maias, evitar os sacrifícios era contribuir para o desmoronamento do mundo e de todo sistema natural existente. O sacrifício era a ferramenta para a manutenção do mundo e o cumprimento da vontade divina dos deuses.
O capítulo 19, versículo 28 do livro de Levítico no Velho Testamento da Bíblia faz referência sobre as possíveis marcas que os seres humanos poderião por vezes fazer em seus corpos, tal como tatuagens. Veja a seguir como este assunto foi propriamente mencionado no livro de Levítico.
(Levítico 19:28)
“Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor”
Através desse mencionamento descrito no Velho Testamento da Bíblia, pode-se perceber que houve uma espécime ordenação contra qualquer tipo de marca sobre a pele, e sobre todo o corpo de uma maneira geral, sendo que as tatuagens se enquadram neste caso.
O livro de I Coríntios, no capítulo 6, do versículo 19 ao versículo 20 faz a seguinte menção: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”