Zumbi dos Palmares história

A história de Zumbi dos Palmares é essencial para entender as relações entre coronéis e escravos no Brasil em sua época. Confira os detalhes desse importante capítulo de nossa história.

Marcas de Zumbi na História do Brasil

A história do Brasil foi marcada quase que obrigatoriamente pela escravidão tanto indígena como africana como propulsor da economia e dos ofícios de trabalho dos mais variados. A venda de pessoas como escravos existe desde os primórdios da humanidade e aqui, podemos ver sua larga utilização.

Principalmente nos tempos da colônia, o Brasil sob o comando da coroa portuguesa tinha como principal objetivo produzir riquezas para Portugal, pois era dono desse território. A concepção religiosa católica tomista assegurava o direito e legitimava a escravidão africana pelos europeus, e por isso com o tempo a escravidão indígena foi sendo ceifada do território.

Tráfico de Escravos

O tráfico negreiro importou milhares de africanos para colônias de toda o Novo Mundo, desde a América do Norte até a América do Sul. A cada dia, o número de africanos confinados e sujeitos a exploração de trabalho nos engenhos brasileiros aumentava e essa grande massificação aparentemente impotente se manifestava de diversas formas.

Zumbi

As rebeliões de escravos aconteciam com mais frequência do que se imagina. Grande parte dos donos de engenho tiveram que aprender a lidar com esse tipo de situação para que seus negócios pudessem prosperar. O cárcere dos escravos, os maus tratos e muitas vezes as proibições de exercer elementos da cultura africana eram os principais motivos para as rebeliões.

Principalmente no Nordeste brasileiro (porém, podem ser encontrados em quase todos os Estados no país), os escravos fugidos conseguiam se exilar em lugares de difícil acesso e construírem pequenos vilarejos chamados quilombos. Alguns quilombos tiveram tanto sucesso que até hoje existem em território nacional.

PalmaresPalmares

No atual Estado do Alagoas, um evento acabou tomando repercussão nacional e acabou estampado nos livros de história. O Quilombo de Palmares em 1655, oriundo de negros fugidos de diversas fazendas foi talvez o mais bem sucedido quilombo de sua época em diversas questões. Localizava-se na Serra da Barriga, provavelmente na região em que hoje existe o município União de Palmares.

Zumbi nasceu livre no quilombo mas em um episódio acabou sendo levado para os domínios portugueses com aproximadamente 7 anos, onde foi batizado em fé católica com o nome de Francisco. Nesse período, Zumbi aprendeu sobre o catolicismo e a língua portuguesa, além da cultura alagoense. Com 15 anos, Zumbi consegue retornar a Palmares e em 1675, se destaca como grande líder e guerreiro em uma batalha contra tropas portuguesas.

Após esse episódio, outros enfrentamentos com tropas portuguesas, principalmente patrocinadas pelos fazendeiros da região acabam falhando contra as forças de Palmares. Para garantir a paz entre os dois mundos, o Governador da Província de Pernambuco começa um processo de negociação com o líder de Palmares, Ganga Zumba. Essa negociação é duramente criticada por Zumbi, devido aos objetivos de resgatar todos os negros possíveis das fazendas que inflamava seus discursos. Antes que as negociações fossem aceitas, Ganga Zumba acaba falecendo por volta de 1680 – talvez de envenenamento pelo próprio Zumbi – e o poder de Palmares é passado a Zumbi, que nega os preceitos da negociação.

Conquistas de zumbi dos palmaresconquistas de zumbi dos palmares

Zumbi conseguiu grandes conquistas ao quilombo. A população aumentou com o resgate de negros de diversas fazendas alagoenses e o poderio militar ganhou uma atenção maior e um grande fortalecimento. A organização de todo o complexo de Palmares também foi remodelada, de modo que estima-se que aproximadamente 30 mil pessoas habitavam todo o complexo durante a gestão de Zumbi.

Por volta de 1694, uma grande expedição é organizada para derrotar Palmares. No comando da expedição, o bandeirante Domingos Jorge Velho reúne tropas estratégicas para derrotas as forças de Zumbi. Após algumas batalhas, um dos complexos de Palmares é destruído e, apesar de conseguir fugir, Zumbi é capturado pelos soldados e degolado no dia 20 de novembro do mesmo ano.

Atualmente o dia de sua morte virou data de referência no país, conhecido como Dia da Consciência Negra. Zumbi é considerado um dos maiores líderes contra a escravidão na colônia e é sem dúvidas, símbolo da resistência e militância.

Resumo da construção da usina de Belo Monte

A polêmica construção da Usina Hidroelétrica Belo Monte é um assunto recorrente no país e de grandes dimensões. Saiba mais sobre toda essa situação aqui no Dicas Free.

O Brasil é um dos maiores países do mundo e também um dos países que mais possui grandes cidades. Devido as grandes riquezas naturais de nosso território, o meio mais eficiente de produção energética para suprir as demandas urbanas é o das usinas hidroelétricas, que utiliza a força das águas dos rios para produzir energia.

Graças a isso, o país já detém a maior usina hidroelétrica do mundo, a chamada Usina de Itaipu, que foi construída em uma parceria também com o Paraguai. Fora essa, o Brasil possui dezenas de usinas espalhadas pelo território para suprir as demandas que só crescem. Devido a isso, novas usinas estão sendo requisitadas com o tempo para estimular o consumo e a economia.

Usina de Belo Monte

Uma das construções mais polêmicas no Brasil atualmente diz respeito a uma usina hidroelétrica que o Governo pretende construir em ponto específico do Rio Xingu, no Estado do Pará. De acordo com o projeto, a hidroelétrica será a terceira maior do mundo e a maior feita apenas com recursos brasileiros.

Usina de Belo Monte

Projeto da construção

Os projetos para a construção dessa usina fazem parte de um longo processo que começa em 1975, quando os estudos para a instalação no rio fosse possível se iniciaram. Desde então, muitas polêmicas foram lançadas na mídia sobre o projeto. Em especial, os impactos ambientais produzidos pelo alagamento da usina prejudicaria tanto a fauna e flora local, como também removeria comunidades indígenas e ribeirinhas de suas terras.

Problemas, Solução e Debates

Debates com representantes indígenas acabaram em ameaças e investidas indígenas contra os engenheiros e executivos dos projetos. Da mesma forma, várias pessoas que se manifestavam contra a construção da usina testemunharam ameaças contra sua integridade, situação que talvez tenha tido relação com o assassinato de Ademir Federicci, um dos coordenadores do Movimento pelo Xingu e Transamazônica.

Em 2011 o IBAMA cedeu uma autorização de 360 dias para que as obras de que compõem a infraestrutura da usina fossem iniciadas. De lá pra cá foram descobertos esquemas de aliciamento e tráfico de garotas para a prostituição na cidade de Altamira, mais afetada pela construção, onde os criminosos prometiam altos cargos e bons salários nas construções de Belo Monte.

Além disso, o tráfico de drogas em Altamira cresceu rapidamente durante o início das obras. Foram apreendidas toneladas de crack e cocaína pela Polícia Federal que afirma a ligação com direta com o aumento populacional causado pela construção da usina.

Ainda que autorizada, as obras da usina de Belo Monte enfrentam grandes dificuldades pelas pressões de entidades nacionais e internacionais que não apoiam a construção. Protestos do Greenpeace por exemplo, já foram realizados no local e tudo indica que isso continuará por algum tempo. O Governo Federal diz que as obras devem terminar por volta de 2015.

Guerra dos Farrapos Resumo completo

A Revolução Farroupilha foi um dos movimentos separatistas mais importantes ocorridos em território brasileiro na história. Saiba mais sobre esse movimento clicando no post.

O que chamamos hoje em dia como Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, foi um movimento separatista rio grandense ocorrido durante o Brasil Império na província do Rio Grande do Sul, atual Estado da República Federativa Brasileira com o mesmo nome.

Tropas Farroupilhas
Tropas Farroupilhas

Esse movimento separatista teve como principal influência as independências das províncias da América Espanhola próximas a Região Sul do país, onde normalmente tornavam-se Repúblicas Federativas. Apesar disso, o pensamento republicano não estaria presente em todas as articulações políticas rio grandenses. Nem todos eram separatistas.

Os movimentos políticos da província brasileira sulista não se limitavam apenas a uma ideia. Era possível encontrar indivíduos com ideais abolicionistas, republicanos, imperialistas libertários, entre outras articulações, independentemente de serem farrapos ou estancieiros.

Motivos da Revolução

Apesar das intensas diferenças de pensamentos e idealismos entre as articulações políticas do Rio Grande do Sul, havia um pensamento em comum de descontentamento com o império brasileiro. Com a economia sulista baseada no comércio de charque, couro e na produção de gado, os estancieiros não conseguiam exportar sua produção e podiam apenas lucrar com o comércio interno brasileiro e uma singela relação com o Uruguai.

Apesar de ser vendido quase exclusivamente no Brasil, o charque sulista, destinado principalmente aos mineiros e nordestinos, recebia altas tributações por parte do império para chegar até as outras províncias brasileiras, fato que encarecia o produto. O charque sulista era tratado com mais tributos que um produto estrangeiro em terras imperiais, o que motivava cada vez mais aos compradores optarem pelo charque mais barato da Argentina e Paraguai.

A Revolução – passos importantes

Por mais que as personalidades políticas rio grandenses se articulassem, o império brasileiro não se manifestava a favor da melhoria do comércio gaúcho e os deixava cada vez com lucros mais baixos. A ineficiência do império enalteceu o fervor farroupilha com ideias separatistas e libertárias.

Nesse ponto, tanto os farroupilhos como os fazendeiros da região compactuaram em iniciar o movimento revolucionário. Lutando a favor da liberdade das guarras imperiais, do com comércio e de melhores condições, as milícias rio grandenses marcham até Porto Alegre e tomam a cidade no dia 20 de setembro de 1835, derrubando o então governante Antônio Rodrigues Fernandes Braga.

Já nesse estágio da Revolução, Bento Gonçalves instaura a República Piratini, fato que desafiava ferreamente a autoridade do império do Brasil para com os movimentos sulistas. Os rio grandenses agora faziam parte de um novo país e os farroupilhas, de um exército libertário.

O movimento continuaria avançando ao norte, e chegando em Santa Catarina, os sulistas da República Piratini dominariam a província que em 22 de julho de 1839 proclama-se como República Juliana. Apesar da força do movimento separatista, o império brasileiro não reconheceu nenhuma das independências e tratou de nomear o Duque de Caxias para ser o governados da província do Rio Grande do Sul.

Dessa forma, Duque de Caxias trata de iniciar suas campanhas militares para o restabelecimento da ordem na província e aquietar a agitação sulista. Após muitas batalhas e perdas de ambos os lados, no ano de 1845 os comandantes farroupilhos aceitam o tratado de paz proposto pelo império.

Esse tratado mencionava a obrigatoriedade da libertação dos escravos participantes dos conflitos armados sulistas, a anistia para os rebeldes farroupilhos, a devolução das terras perdidas durante o conflito, a incorporação dos comandantes farroupilhos ao exército imperial e a manutenção das taxas imperiais para com o comércio gaúcho.

Lei aurea resumo

A Lei áurea garantiu a liberdade aos povos afrobrasileiros em território nacional, considerada uma das maiores vitórias históricas de nosso país. Entenda mais clicando no post.

A escravidão no Brasil ocorreu de forma semelhante a todos os outros países formados a partir de colonização europeia no Novo Mundo. Com a falta de mão de obra necessária ao plantio e outras atividades econômicas, os colonizadores encontraram no elemento indígena primeiramente, uma possibilidade de servidão compulsória.

Lei Imperial Áurea
Lei Imperial Áurea

Devido a problemas religiosos que se faziam de fato importantíssimos a vida dos europeus, além de outros elementos econômicos, a escravidão indígena foi sendo substituída pela escravidão negra. Tanto o catolicismo como o protestantismo acabou por apoiar a iniciativa, tendo em vista o discurso neotomista que legitimava a escravidão africana como correta aos olhos de Deus.

A extensão alcançada pelo tráfico negreiro pode até fugir-nos a compreensão. Navios carregados de africanos cruzaram o atlântico inúmeras vezes para chegar ao Brasil. Além daqui, países como os Estados Unidos, Haiti, entre outros eram também alimentados com a mão de obra escravocrata.

O início da abolição

As correntes abolicionistas tinham vários motivos para compreender seus discursos. O discurso religioso que mais uma vez se reformulava eram intrinsecamente presente, sendo um dos mais importantes. Na medida em que o fervor religiosos protestante ia crescendo, mais pessoas enxergavam a escravidão como um empecilho ao crescimento da sociedade cristã.

A Inglaterra, já tomada por esse discurso religioso e também de sua procura por consumidores de seus produtos, incentiva que todos os países independentes da América abolissem seus sistemas escravocratas. Com o Brasil não foi diferente.

Após a independência do Brasil em 1822, Dom Pedro I precisava  oficializar a independência para que o cenário mundial reconhece o Brasil como nação independente. Para isso, necessitava do reconhecimento de Portugal e da potência mundial da época, a Inglaterra. Para isso, Dom Pedro I teve que acatar uma série de exigências inglesas, sendo uma delas a abolição gradual da escravidão no país.

Apesar de nada ter sido para que isso começasse no país, já era um passo dado, pois os fazendeiros e toda a população brasileira ficaria sabendo dessa decisão política do imperador.

A Abolição por definitivo

As correntes abolicionistas no Brasil ganhavam cada vez mais força. Os discursos humanitários e religiosos contra essa prática permeavam tanto o cenário das tavernas quanto o cenário político brasileiro. As pressões inglesas para que a decisão definitiva do império quanto isso fosse tomada também acatava em mais um motivo para isso.

Em 1850, o império brasileiro aprova a Lei Eusébio de Queirós, que proibia expressamente o tráfico negreiro no país foi o primeiro passo para legal para a abolição. Logo em 1871, a Lei do Ventre Livre garantia  liberdade dos filhos de homens negros no país e a Lei dos Sexagenários, liberdade aos homens escravos de 60 anos ou mais.

Em 1888, a decisão final do império Brasileiro fora tomada pela Lei Imperial Áurea, assinada no dia 13 de Maio do mesmo ano pela princesa Isabel. A lei aplicava a extinção total da escravidão negra no país, garantindo a liberdade em todo o território nacional. Essa decisão pois fim a séculos de trabalho escravocrata em nosso território.

Capitanias Hereditárias Resumo Completo

As Capitanias Hereditárias foi uma das medidas tomadas pela Coroa Portuguesa mais importante para nossa história desde o descobrimento do Brasil. Clique e confira.

As grandes navegações ibéricas, ou mais conhecidas como navegações portuguesas e espanholas, tinham como objetivo principal traçar um caminho para as índias e restabelecer o comércio sem a necessidade de pagar as taxas aos turcos otomanos.

Toda a tecnologia reunida das mais diversas áreas do mundo conhecido foram utilizadas para aperfeiçoar os barcos, os sistemas de navegação, o mapeamento e a orientação dos marinheiros em alto mar com a ajuda de instrumentos como o astrolábio.

Representação de Navios Portugueses
Representação de Navios Portugueses

Apesar de descoberta de novas terras pelo espanhol Cristóvão Colombo em 1492, o foco principal tanto de espanhóis como portugueses era o de chegar as índias. Isso continuo evidenciado até 1498, quando finalmente o navegador português Vasco da Gama faz o traçado e a rota correta e chega nos territórios indianos.

Apesar da descoberta oficial de outras terras continentais pelos portugueses, as quais mais tarde será denominada Brasil, a atenção da coroa se focou no comércio das especiarias, que era a atividade mais lucrativa naquele momento. Somente em 1534, o rei Dom João III decide por em prática um tipo de administração para colonizar e explorar as riquezas de seu imensa colônia.

As Capitanias Hereditárias

Do contrário ao que muitos pensam, o sistema de capitanias hereditárias não foi algo novo em Portugal. O monarca português utilizava dessa ferramenta tanto para promover a utilização das terras conquistadas seja em Portugal (nas batalhas da Reconquista), nas colônias africanas ou no Brasil, como também para se manter no poder.

A distribuição das terras era a forma que o monarca tinha de conquistar e presentear as elites de seu reinado e portanto, manter-se absoluto. Pode-se dizer que o território do rei português eram as fronteiras imperiais por excelência. Não gerando surpresa alguma, assim também foi com os territórios do Brasil.

Capitanias Hereditárias
Capitanias Hereditárias

Como sabemos, o Brasil é um país imenso, muito maior que Portugal. Apesar de naquela época a colônia brasileira não ter o tamanho que o país tem hoje, ainda assim os portugueses estavam lidando com pedaços gigantescos de terra. Dessa forma, Dom João III dividiu a colônia em 13 grandes faixas territoriais com o nome de capitanias hereditárias, e como de costume, deu cada uma delas a um nobre de seu império.

Assim era o nome porque as terras seriam passadas dos pais para os filhos normalmente. Os donos das capitanias eram chamados de donatários ou capitães. Os capitães tinham o dever de administrar, proteger de ataques tanto indígenas como de outras nações do Velho Mundo e colonizar sua capitania. Em troca disso, eles poderiam explorar todas as riquezas encontradas.

Eram as 13 capitanias:

Capitania do Maranhão, Ceará, Rio Grande, Itamaracá, Pernambuco, Baía de Todos os Santos, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, São Tomé, São Vicente, Santo Amaro e Santana.

Extinção do Sistema

Apesar de parecer uma boa ideia, o sistema de capitanias não deu muito certo. Isso porque a falta de pessoas do império para colonizar as áreas imensas era visível, o despreparo de muitos dos capitães acabaram por dificultar as finanças do que era produzido, os territórios eram muito grandes e os constantes conflitos com os povos indígenas custavam muitas vidas e saques.

Dessa forma, o sistema das Capitanias Hereditárias foi extinto em 1759 por Marquês de Pombal. Apesar disso, duas das capitanias haviam dado certo e adquirido prestígio, a de Pernambuco e a de São Vicente. Sendo extintas, as faixas de terras foram cortas em pedaços menores e distribuídas para mais pessoas de acordo com o interesse da corte como sesmarias, condados e etc.

Esse tipo de administração gerou a enorme desproporção na distribuição das terras no Brasil atual, onde se luta pela Reforma Agrária até hoje. Imensos latifúndios ainda estão nas mãos de pouquíssimas pessoas em relação a quantidade populacional brasileira.

Arte Egípcia

Em cada sociedade, as expressões artísticas tinham seus devidos papéis em diferentes padrões. Saiba a importância da arte egípcia nos tempos desse grande império da África.

Em todas as sociedades humanas existentes no mundo, a arte sempre foi utilizada para algum fim ou para vários. A importância, seja de desenhos, música, poemas, histórias e adereços, marcavam aquele grupo específico de particularidades culturais e identitárias.

Os grandiosos vitrais das igrejas católicas góticas na idade média, por exemplo, foram uma forma de transferir o conhecimento divino aos milhares de fiéis iletrados na Europa. Os desenhos coloridos nas grandes janelas ajudavam nos sermões pedagógicos dos padres para ensinar os preceitos da igreja.

De toda a forma, o estilo dos vitrais apenas representava a maneira de se desenhar daquela época e daquelas sociedades feudais. Eram formas que faziam sentido e que eram apreciadas. E isso, poderemos ver em muitas culturas pelo globo.

A arte no Egito

O império egípcio talvez tenha sido um dos mais intrigantes que já existiu em nosso planeta. Numa alternação entre grandiosidade e fragilidade, o Egito dependia basicamente da naturalidade do Rio Nilo e de tudo que dele provinha ou que poderia utilizar.

A economia e base de todo império estava nesse rio, que também era uma representação divina em seu panteão.

Pintura egípcia
Pintura egípcia

Como em outras culturas, a forma de escrita egípcia se baseava em desenhos, símbolos elaborados e conceituais, que quando juntos formavam uma espécie de linguagem compreensível e complexa. Dessa forma, na cultura egípcia a arte era muitas vezes a própria escrita ornamentada e carregada de importância.

O que poucos sabem, é que a maneira como as pessoas e símbolos eram pintados – sempre um pouco de lado, com alguns detalhes – não é uma particularidade de artistas que não possuíam a famosa “perspectiva”, mas sim o modelo que a sociedade pregava ser o mais correto para as representações.

Os artistas e artesões egípcios tinham um árduo e longo trabalho em suas obras. Cada detalhe do desenho, cada posição de braços humanos, partes dos deuses e outros indivíduos obedecia a uma simetria e angulação minuciosamente seguida por quem estivesse fazendo.

arte egipcias

Quanto mais perfeito esses detalhes simétricos ficavam, mais importante e vistosa a obra seria. Toda essa exigência nas artes era cobrada pelo fato de que a própria linguagem proferia uma relação séria com o mundo e com o indivíduo que pagava por ela. As mensagens e a própria relação dos símbolos linguísticos eram vivos no imaginário daquelas pessoas.

Agora, da próxima vez que se deparar com alguma imagem ou retrato de arte egípcia, tente imaginar os conceitos e toda a minuciosidade empregada naqueles lindos desenhos dotados de simbolismo.

Ilha das Flores

: Confira nesse texto um pouco do que conta o documentário Ilha das Flores. Saiba informações sobre a curta metragem e alguns conceitos de reflexão que ele impõe a sociedade em meios de desigualdade, miséria e pobreza.

A Ilha das Flores é um documentário com cerca de 13 minutos, produzido por Mônica Schmiedt, Giba Assis Brasil, Nôra Gulart, com roteiro de Jorge Furtado. Todas as cenas foram gravadas na região de Porto Alegre e representa um depósito de lixo onde várias pessoas que vivem na miséria se destinam até lá – muitos moram pelas redondezas do lixão – para pegar todos os restos de alimentos possíveis para o seu sustento e o de sua família.ILHA DAS FLORES

A história em si, ao ser visualizada em primeira dimensão, tem um ar sarcástico, pois mostra a vida de um tomate, desde o seu plantio até chegar no lixão. Ele passa pela colheita, é transportado e vendido para um mercado onde uma senhora o compra e o leva para casa. Ao preparar a refeição para sua família, ela nota que ele está estragado e o joga no lixo pois não serve para o seu consumo.

Após esse processo, começa então a ser visualizado como a necessidade, a pobreza e a miséria faz com que os seres humanos procure qualquer forma de sobrevivência.

O lixo da senhora é colocado na porta de sua casa, onde o caminhão passa e o leva para o depósito Ilha das Flores. Chegando lá, é descartado como qualquer produto. Os alimentos começam a ser separados pelas pessoas e famílias que ali estão e que acabam formando uma pequena comunidade onde todos se ajudam.

Em meio as pessoas no lixão, também é possível visualizar porcos e outros animais tentando comer aqueles restos de alimentos que foram descartados por várias pessoas da cidade. E o tomate que a senhora jogou no lixo também. Mas pode-se ver, que nem mesmo os porcos conseguem o consumir, mas aí vem um indivíduo e o separa para seu consumo. Sendo esse o grande momento da reflexão.

Podemos observar que os principais aspectos relacionam as desigualdades sociais, a ausência de políticas públicas em projetos contra a miséria dessa comunidade e os moldes que o sistema capitalista gera com seu exército industrial de reserva, com esse peso excedente, que aumenta ainda mais a precarização de sobrevivência.

Esse documentário ainda nos faz raciocinar para pensar o porque os porcos vem primeiro que os humanos? Porque eles escolhem o que querem consumir para somente depois a comunidade da Ilha das Flores pegarem o que restar para se alimentarem?

A Ilha das Flores é um projeto criado para colocar todos os cidadãos de qualquer classe social para raciocinar os problemas que toda a sociedade ainda vive, mesmo estando em um “mundo moderno”. Além de despertar a curiosidade e uma reflexão, ele ainda faz críticas a esse modelo de sistema capitalista em que vivemos e o porque nos encontramos tão presos a eles.

“Talvez os porcos sejam livres de desigualdades por não possuírem dono ou dinheiro!”