Inconfidencia mineira resumo escolar completo

A Inconfidência Mineira foi um dos movimentos conspiratórios mais importantes da História do Brasil. Compreenda mais sobre o fato histórico neste artigo.

A descoberta da existência do ouro no Brasil botou em cheque os destinos da colônia no final do século XVII. A importância das províncias brasileiras exportadoras de ouro estava nas alturas e Portugal mais que nunca tinha a intensão de explorar os recursos naturais dos locais e obter lucros para cumprir com seus pactos econômicos.

Com o vigor das minas brasileiras, era fácil pagar o quinto sobre o ouro (20% sobre todo ouro encontrado) e cumprir a demanda anual de impostos a Portugal. Várias cidades auríferas prosperaram economicamente, tiveram acesso a teatros, prédios públicos, ruas pavimentadas e demais processos urbanizadores, e tornaram-se grandes centros urbanos de importância na colônia.

O herói da República

A história da Inconfidência Mineira foi utilizada pela República brasileira recém criada em 1889 para legitimar a mudança do sistema governamental. Um dos heróis da República foi Tiradentes, eleito pelos intelectuais do período por ter defendido ideais de liberdade contra a coroa mesmo que mais de um século antes dos republicanos.

Praça Tiradentes - local onde provavelmente a cabeça de Tiradentes foi exposta em Vila Rica, atual Ouro Preto. (foto: Samir Negreiros)
Praça Tiradentes – local onde provavelmente a cabeça de Tiradentes foi exposta em Vila Rica, atual Ouro Preto. (foto: Samir Negreiros)

Fato é que Tiradentes ou Joaquim José de Silva Xavier, não lutava pela liberdade total do país, muito menos pela instauração da República Nacional. Ele estava envolto de interesses de crescimento regionais que estavam sendo prejudicados pela ação da coroa portuguesa em Minas Gerais, portanto, sua luta e a luta dos inconfidentes era somente em favor daquela província.

A república acabou por transforma-lo em mártir e herói nacional, até mesmo mudando a sua forma física (colocando-lhe longos cabelos e barba para assemelhar-se ao Jesus cristão e passar a sensação de salvador do país). Vale ressaltar que, apesar de utilizado dessa forma pela república, a luta de Tiradentes teve grande valor para o todo país e serviu de inspiração para inúmeras revoltas e lutas desde a colônia até os dias de hoje.

Os fatores da Inconfidência

Como já dito, as regiões auríferas da província de Minas Gerais gozavam de grande prosperidade econômica. Como o Brasil era colônia de Portugal, impostos eram atribuídos a extração do ouro para que o Estado português tivesse caixa com essa atividade e cumprisse com suas obrigações econômicas internacionais.

O imposto tinha o nome de “quinto”, pois era a quinta parte de todo o ouro minerado, ou seja, 20%. Era cobrado nas casas de fundição, onde todo o ouro era derretido e transformado em barras. 20% das barras seriam de Portugal e os outros 20% receberiam um selo real que provava não só o pagamento do quinto sobre aquele ouro, mas também atestava sua legalidade. Dessa forma, era ilegal portar ouro sem que esse tivesse o selo real.

Além dos 20%, havia uma meta a ser batida anualmente para cada região aurífera. Os impostos cobrados deveriam chegar ao piso de 1500 quilos de ouro para Portugal. O principal motivo da inconfidência foi que, em 1785, com a já eminente queda de produção aurífera dessas regiões, ficaria impossível garantir esse piso pré estabelecido.

Centro de Vila Rica, atual Ouro Preto, MG. Foi a cidade onde Tiradentes exerceu mais influência. (foto: Samir Negreiros)
Centro de Vila Rica, atual Ouro Preto, MG. Foi a cidade onde Tiradentes exerceu mais influência. (foto: Samir Negreiros)

Para garantir seus ganhos, Portugal estabelece a Derrama. Essa prática consistia na invasão das casas e demais propriedades dos colonos para o confisco de suas posses, afim de garantir o piso de 1500 quilos anuais. Dessa forma, grande parte da elite intelectual mineira se posicionou contrariamente aos atos da coroa e iniciou um movimento conspiratório.

Os inconfidentes desejam a total liberdade da província de Minas Gerais para com Portugal, ou seja, sua independência, e implantar a República no país que surgiria após essa empreita. Também tinham planos de estabelecer a capital em São João Del Rey e armar a população para essa compusesse a milícia militar quando necessário. Até mesmo o projeto da bandeira estaria pronto.

O ocorrido

Além dos planos políticos, os inconfidentes necessitavam do apoio da população para seus feitos. O plano era sair as ruas declarando a República e incorporando cidadãos a causa durante a Derrama, dia em que a grande maioria estaria revoltada com a coroa portuguesa. Tudo funcionaria perfeitamente.

Porém, um dos inconfidentes delatou o movimento e a conspiração para as autoridades coloniais em troca do perdão de suas dívidas com a coroa. Dessa forma, os inconfidentes foram surpreendidos e presos, levados ao Rio de Janeiro e julgados. A grande maioria, por se tratar de elite e detentora de posses, foi exilada ou presa.

Tiradentes, na época alferes (titulação militar ao posto de tenente) e detentor do ofício de dentista, declarou-se líder do movimento e foi condenado a morte por enforcamento em praça pública no dia 21 de 1792 na praça da Lampodosa, Rio de Janeiro. Sua morte foi um espetáculo, com direito a leitura de sua sentença por dezoito horas, banda real e a tropa portuguesa presente. O objetivo era de mostrar a força de Portugal na colonia e intimidar a população. Alguns historiadores dizem que o efeito foi contrário: a cerimônia exacerbada para a execução de Tiradentes acabou com munir ódio no povo e contribui para a memória não só do revoltoso, mas de todo movimento revolucionário.

Depois de enforcado e esquartejado, as partes de seu corpo foram distribuídas entre as cidades mineiras onde seu discurso fora inflamado e expostas em praça pública. A cabeça de Tiradentes foi exposta em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto.

Historia de Brasília Distrito Federal

Brasília, além de patrimônio cultural da humanidade, possui uma longa de história de fundação como Capital Federal. Saiba neste artigo um pouco mais sobre Brasília.

A cidade de Brasília, capital do Brasil, hoje constitui-se como Distrito Federal e atribui-se importância administrativa ao Estado brasileiro. Não apenas uma mudança geográfica da capital, a transferência da capital para o interior do país foi marco de descoberta e ocupação do Brasil pelos próprios brasileiros, levando o desenvolvimento das regiões costeiras para o grande cerrado.

Símbolo de modernidade e grandiosidade de nosso país, a cidade tem como seus primórdios, uma idealização que vinha desde a colônia brasileira, quando a capital do país situava-se em Salvador, na Bahia. A história de Brasília perpassa no tempo apenas como uma ideia ousada, mas encontra, no século XX, a época mais propícia para sua fundação.

Em um passado distante

As primeiras ideias de mudança da capital do Brasil que se tem notícia podem ter surgido por volta de 1750. Nessa época, o território brasileiro era

Marques de Pombal (fonte: wikipedia)
Marques de Pombal (fonte: wikipedia) (Foto:Reprodução)

parte do Reino de Portugal, assim como todas as pessoas que moravam na colônia eram – apesar de brasileiros – portugueses, fiéis a coroa de Portugal. Enquanto muitos brasileiros se aventuravam no interior da colônia em busca de ouro, o cartógrafo Francisco Tosi Colombina que mapeava parte daprovíncia de Goiás propunha a ideia de mudança da capital.

Mas talvez tenha sido o famoso Marques de Pombal que tenha dado o primeiro ar de ousadia na idealização da futura capital. Não apenas a capital da colônia, Pombal propunha a mudança da capital de todo o reino para o sertão da colônia em 1761. Apesar disso, dois anos mais tarde a capital da colônia até então situada na cidade de Salvador mudaria para o Rio de Janeiro, no sudeste.

Em 1789, o marco histórico conhecido como Inconfidência Mineira lutava pela independência da colônia e associavam uma mudança de capital do Rio de Janeiro para São João Del Rey, em Minas Gerais. Porém, como é de conhecimento de todos, o movimento fracassa e é sufocado pelas tropas portuguesas.

Novos ares da Unidão dos Reinos

Em um jogo político entre Inglaterra e França, o rei Dom João VI de Portugal deu sua cartada final, revelando seu apoio a Inglaterra perante o Bloqueio Continental proposto por Napoleão Bonaparte para sufocar a rainha dos mares. Para evitar a retaliação francesa e perda de seu império, Dom João VI – juntamente a família real e nobreza – decide migrar para a capital mais bem estruturada de suas colônias, a cidade do Rio de Janeiro em 1808.

Feito isso, a colônia do Brasil deixa de ser colônia sem ao menos precisar de uma independência. O rei unifica o império que no ano de 1815 assume o nome de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. Durante todo esse percurso histórico, um jornalista em Londres chamado Hipólito José da Costa funda o jornal Correio Braziliense, que de forma clandestina chegava ao Brasil.

Primeira edição do Correio Braziliense (Acervo digital do Correio Braziliense disponível em objdigital.bn.br/)
Primeira edição do Correio Braziliense (Acervo digital do Correio Braziliense disponível em objdigital.bn.br/)  ( Foto:Reprodução)

Estampada em suas páginas, pela primeira vez de forma pública e alarmante, o jornalista proclamava a mudança da capital do império do Brasil para o interior, desbancando até mesmo a cidade do Rio de Janeiro como merecedora de tal título. O jornal fechou pouco antes da unificação dos impérios, em 1813.

Antes mesmo da independência do Brasil, o ministro do império, José Bonifácio já se tornava conhecido por defender uma interiorização da capital. Depois da independência, em 1823, Bonifácio apresentou a ideia durante a Assembléia Constituinte e Legislativa daquele ano. Chegou até mesmo a sugerir dois nomes: Petrópole ou Brasília. O nome Brasília havia sido proposto por uma publicação anônima no Rio de Janeiro.

 O império do Brasil estava se acostumando e se organizando fora dos domínio de Portugal. O historiador e diplomata Francisco Adolfo de Varnhagem, encaminha por correspondência ao Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB) a necessidade de se interiorizar a capital do Império. Pela primeira vez, a mudança da capital tornou-se um dos objetivos políticos do país, tendo o seu primeiro projeto bem estruturado e fundamentado apresentado pelo senador Antônio Franscisco de Paula de Holanda Cavalcante de Albuquerque.

Os horizontes da República

Com o desgaste do reinado de Dom Pedro II, o império do Brasil sofreu um golpe militar que instaurou a República e expulsou a família real das terras

Mapa do Brasil feito pela Missão Cruls. (foto retirada de http://www.cultura.df.gov.br/)
Mapa do Brasil feito pela Missão Cruls. (foto retirada de http://www.cultura.df.gov)

brasileiras em 1889. A então República dos Estados Unidos do Brasil redige sua constituição em 1891. Nela, é expresso de forma clara que o Rio de Janeiro seria o Distrito Federal de forma provisória, que no planalto central uma área de 14.400 km² ainda a ser demarcada ficaria pertencente a União para estabelecer-se a futura capital federal.

Um ano depois, o presidente da república Marechal Floriano de Peixoto funda a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, que atuaria sob a chefia do astrônomo Luiz Cruls para estudar o planalto central e demarcar o local da futura Capital Federal. Até 1894, a Missão Cruls enviaria o relatório geral oficial dos estudos e demarcações a União que propiciou a impressão do primeiro mapa do Brasil já com a futura capital demarcada. Ela ficaria conhecida como o Quadrilátero Cruls.

Equipe da Missão Cruls (Acervo Público disponível em http://www.senado.gov.br/)
Equipe da Missão Cruls (Acervo Público disponível em http://www.senado.gov.br/) ( Foto:Reprodução)

Em 1922, uma pedra fundamental é erguida aos arredores de Planaltina para comemorar o primeiro centenário da independência do Brasil. Um pouco mais tarde, em 1937, Getúlio Vargas deflagra o golpe que institui o Estado Novo. A nova constituição não menciona a mudança da capital. O projeto da Marcha para o Oeste também não via a mudança da capital como objetivo. Após a redemocratização do país em 1846, uma nova missão, chefiada pelo General Djalma Polli Coelho, é enviada para averiguar os trabalhos da Missão Cruls e retorna com o aval de que o quadrilátero é o melhor lugar para construção da futura capital.

Pedra Fundamental em Planaltina (disponível em http://doc.brazilia.jor.br/)
Pedra Fundamental em Planaltina (disponível em http://doc.brazilia.jor.br/) (Foto:Reprodução)

Uma promessa ousada

No dia 4 de abril de 1955, o candidato a presidência Juscelino Kubitschek de Oliveira foi inquirido pelo jovem Antônio Soares Neto em seu primeiro comício político, na cidade de Jataí em Goiás, a respeito da mudança da capital. O candidato responde que se eleito, faria cumprir a constituição e construiria a nova capital do Brasil.

Em 1956, Juscelino é empossado presidente da República e cumpriria um mandato de 5 anos. Junto a seus companheiros políticos, elabora projetos para cumprimento de suas metas, dentre elas, a construção da nova capital. Envia ao congresso um projeto de lei – chamada de Mensagem de Anápolis – para a construção da cidade que mais tarde faria se oficial na Lei nº. 2874, de 19 de setembro de 1956, que delimitava oficialmente o espaço da futura capital, assim como o Sítio Castanho e a criação da NOVACAP, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital, definindo o nome de Brasília para o Distrito Federal.

NOVACAP (Acervo Público disponível em fotospublicas.com)
NOVACAP (Acervo Público disponível em fotospublicas.com) (Foto:Reprodução)

Após algumas visitas do presidente ao local onde seria construída a cidade de Brasília e a criação de diversas comissões para inciar a obra, é fixada a data de 21 de abril de 1960 para a mudança definitiva da capital para o planalto central. Dessa forma cerca de 60 mil trabalhadores foram empregados para a construção da capital. Após 41 meses de construção, exatamente no dia previsto a capital é transferida. A cerimônia contou com uma missa de inauguração e uma mensagem do Papa João XXIII por radiofone, recebida com grande emoção pelos presentes.

Construção do Palácio da Alvorada (Acervo Público disponível em fotospublicas.com)
Construção do Palácio da Alvorada (Acervo Público disponível em fotospublicas.com)  (Foto:Reprodução)

Apesar de oficialmente Capital Federal do Brasil, a cidade de Brasília ainda não estava totalmente pronta. Nos anos seguintes, foram construídas a Universidade de Brasília, a Orquestra Sinfônica, a Catedral. A partir da década de 80, Brasília é visita pelo Papa João Paulo II. O Memorial JK é construído em homenagem ao ex-presidente da república, o Panteão da Pátria Tancredo Neves em homenagem aos heróis nacionais e a Pira da Pátria, para completar o complexo.

Vista noturna de Brasília (fotógrafo: Mariano Frazão)
Vista noturna de Brasília (fotógrafo: Mariano Frazão) (Foto:Reprodução)

No dia 07 de dezembro de 1987, após 27 anos da construção da capital, Brasília é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. Esse título atribui Brasília como centro cultural universal, de valor essencial à humanidade.

Revolução Francesa resumo

A revolução é considerada uma dos eventos mais importantes do mundo ocidental. Saiba mais sobre esse marco histórico neste artigo.

A Revolução Francesa foi um evento que mudou claramente o pensamento ocidental acerca de muitos assuntos culturais, políticos, religiosos e econômicos. Seguida como exemplo em diversas situações, esse fato histórico serviu como inspiração para dezenas de lutas por direitos laicos e independência, sobretudo nos continentes americanos.

Apesar de muito simbólica e com um efeito devastador no campo ideológico e cultural de sua época, a Revolução Francesa não aconteceu somente por motivos intelectuais. Foi de fato, um grande movimento que abrangeu diferentes motivações e reivindicações junto a população que compunha o Terceiro Estado naquela país.

A França da Nobreza e do Catolicismo

Como continuidade histórica do sistema feudal da Idade Média, a França do século XVIII ostentava uma poderosa nobreza que detinha inúmeros privilégios dentre as demais pessoas. Além de não pagarem impostos para o país, a nobreza detinha grandes quantidades de terra e era responsável por todas as questões políticas da França, tendo em vista que só os nobres poderiam exercer tais cargos, inclusive a própria coroa.

Famoso quadro retratando a Revolução Francesa (foto: reprodução)
Famoso quadro retratando a Revolução Francesa (Foto: Reprodução)

O clero francês também carregava parte de privilégios. Apesar da igreja permitir que pessoas do Terceiro Estado entrassem para o clero, somente os nobres que dedicavam suas vidas ao catolicismo poderiam alcançar os mais altos cargos na igreja. Essa poderosa instituição também era sustentada pelo pagamento de impostos da população e declara o próprio rei como representante divino de Deus na terra.

Como um agente divinamente escolhido por Deus, com amplos poderes sobre o exército, economia e sobre a própria igreja, o rei Luis XVI governava o Estado francês de forma absoluta (absolutismo).

O Terceiro Estado francês

A sociedade francesa tinha a nobreza e o clero como agentes mais privilegiados. Nenhuma pessoa poderia ser nobre se não nascesse em uma família de sangue nobre, portante, baseava-se em uma sociedade estamental e intransponível. A maior classe, também a mais pobre, compunha o Terceiro Estado, apesar de abranger ricos comerciantes burgueses.

O Terceiro Estado era composto por comerciantes, trabalhadores e camponeses, tendo como principal obrigação a produção do país e o pagamento dos impostos para sustentar a igreja e a nobreza. Baseados nos novos ideais iluministas, os burgueses buscavam acabar com os privilégios da nobreza.

A revolta

A insatisfação popular era visível e amplamente compartilhada entre o Terceiro Estado. Enquanto a grande parte dos trabalhadores encontravam imensas dificuldades para pagar os impostos e comprar alimentos que estavam cada vez mais caros, a nobreza ostentava festas de luxo e imensos banquetes nos salões reais.

Intelectuais e burgueses pregavam um mundo novo contra as garras de Luis XVI e toda a nobreza. Insatisfeitos pelo tratamento recebido do Estado francês, os burgueses e intelectuais planejavam uma reviravolta contra a monarquia do país. Logo, teriam o apoio de grande parte da população menos afortunada devido a um capricho da natureza.

Um rigoroso inverno do ano de 1789 viria a comprometer as plantações de trigo. Devido a falta de matéria prima para fazer pão, o preço desse e de outros alimentos subiu demasiadamente, causando a fome e aumentando ainda mais o descontentamento da população. No dia 14 de Julho daquele ano, a aglomeração populacional em Paris tornou-se uma legião de revoltosos. Intelectuais carregavam os ideias de “liberdade, igualdade e fraternidade”, enquanto a grande massa partia para a Bastilha (prisão onde estavam os presos políticos), episódio conhecido como a Queda da Bastilha.

Muitos nobres conseguiram fugir da França durante a revolução, porém, grande parte de família real e o próprio rei foram capturados pelo movimento revolucionário. Aconteceu então a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, algo que serviria de exemplo para a maioria dos países europeus e americanos anos depois.

A guilhotina foi utilizada para a execução de centenas de nobres em Paris. O próprio rei Luis XVI foi executado em 1793, juntamente a sua família. Os bens do clero foram confiscados, além de todos os direitos feudais serem cancelados.

O terror na Europa e independências na América

O acontecimento da França gerou grande terror tanto na igreja como nos outros países europeus (monarquias). As monarquias europeias temeram as influências da Revolução Francesa em seus povos e tomaram medidas contra França, como embargos econômicos, por exemplo.

Apesar disso, com a subida de Napoleão Bonaparte ao poder na França em 1799, o projeto expansionista francês entrou em vigor. Napoleão tirou várias monarquias europeias de seus tronos pelo poder das armas. Esse fato foi suficiente para motivas os projetos de independência de vários países americanos nas décadas seguintes.

Motivos que levaram a Primeira Guerra mundial

A Primeira Guerra Mundial remodelou a Europa e causou impacto no mundo inteiro, sendo também o principal motivo para a Segunda grande guerra. Confira os motivos desse conflito, aqui no Dicas Free!

A Primeira Guerra Mundial pode ter sido o evento mais importante da pós modernidade. A quantidade de transformações que as sociedades de todo o mundo experimentaram como resultante desse trágico, porém avassalador evento, estão presentes até hoje, em nossa geração, certamente adentrando na geração de nossos filhos.

Muitos dizem que a Primeira Guerra inaugurou o século XX, apesar de ter seu início em 1914. Em um ponto de vista histórico e cultural, essa afirmação detém grande sentido. Para entender melhor essa situação e outras motivações que levaram ao início desse grande conflito, o DicasFree preparou uma pequena, porém expressiva lista, contendo os principais tópicos para entender a Grande Guerra. Confira!

O eterno século XIX e uma Alemanha sedenta por espaço

Pensar no século XIX pode te fazer lembrar de várias invenções, acontecimentos e marcos históricos. No Brasil, podemos lembrar da Guerra do Paraguai, da abolição da escravidão, do início da República, dentro outras. Porém, não há como não pensar na aristocracia, no modo de vida burguês, nas grandes capitas do mundo (Paris e Londres) e no mundo do trabalho.

Propaganda modernista alemã (foto: reprodução)
Propaganda modernista alemã (foto: reprodução)

Justamente esse modo de vida aristocrático da tradicional família burguesa, as regras de etiqueta, as roupas de época e toda uma infinidade de costumes que a Europa não queria largar, formavam o longo século XIX. As artes e inovações centravam-se em Paris que florescia como a capital do charme, da arte, do progresso. Tanto a França como a Inglaterra também detinham mais recursos, mais terras neocoloniais, dentre outros.

Contrapondo esse estilo de vida, estava a recente Alemanha, que a largos passos se industrializava, aumentava sua produção, produzia um ritmo de vida menos aristocrático e burguês. A Alemanha foi a representação progressista, a vanguarda que buscava inaugurar o século XX com uma pesada dose de nacionalismo. Isso pode ser visto também pela própria arte modernista, longe dos padrões franceses.

Além do campo cultural, a Alemanha avançava no campo científico e econômico. Os alemães desejam o espaço que, segundo eles, era de seu direito na Europa. Os nervos se intensificaram com a partilha neocolonial da África, situação em que a Alemanha se viu “injustiçada” pelos demais países europeus.

Motivações antigas e uma gota d’água

A partilha neocolonial da África e da Ásia foi uma dos grandes motivos. França e Inglaterra detiveram uma grande parte de terras com muitos recursos para se explorar. Já Alemanha e Itália tiveram pequenas quantidades de terras menos importantes, na visão deles. Essas decisões acabaram por fomentar uma grande tensão que só aumentava na Europa, com o aumento da fabricação de armamentos bélicos.

Os movimentos nacionalistas clamavam por mudanças e ampliavam as rivalidades preexistentes. Uma delas era o revanchismo francês, adquirido na derrota contra a Alemanha no conflito Franco Prussiano. Nessa ocasião, a França tinha perdido a região de Alsácia Lorena, disputada entre as duas nações.

Grande parte da primeira guerra se deu nas trincheiras (foto: reprodução)
Grande parte da primeira guerra se deu nas trincheiras (Foto: Reprodução)

A gota d’água para o início da guerra foi o assassinado do Arquiduque Francisco Ferdinando do Império Austro-Húngaro por uma associação nacionalista de estudantes sérvios conhecida como Mão Negra. Imediatamente, a Austro Hungria declarou a Sérvia como culpada e exigiu que investigadores austríacos participassem da investigação para capturar os culpados.

Essa exigência não foi aceita pela Sérvia por se tratar de um ato contra a soberania nacional. Os sérvios tinham confiança de que a Rússia estaria do lado deles caso houvesse algum conflito. Mediante isso, o Império Austro Húngaro declara guerra a Sérvia em 28 de julho de 1914.

A política de alianças europeia

Como uma herança das alianças da Idade Média, esse sistema ainda perdurava na Europa para garantir paz por mais tempo. A lógica era que um país não entraria em guerra contra outro que tivesse fortes aliados militares a seu favor. Porém, foi exatamente essa política que favoreceu a participação de dezenas de países na Grande Guerra.

Em resposta a isso, a Rússia iniciou uma movimentação de tropas em direção a Austro Hungria, mas sem declarar guerras. A política as alianças fez com a Alemanha declarasse guerra contra a Rússia no dia primeira de agosto daquele ano e a França no dia 3, invadindo imediatamente a Bélgica para chegar na fronteira francesa mais rapidamente. A invasão da Bélgica fez com que a Inglaterra declarasse guerra a Alemanha no dia 4 de agosto. Logo, a maioria dos países europeus estariam dentro do conflito.

 Por que”Guerra Mundial”?

Apesar de, visto por esse ângulo, esse conflito parecer algo interno da Europa, não podemos esquecer que os países europeus eram imperialistas envolveram todos os países de seus domínios no contexto da guerra. Logo, países do oriente médio, da Ásia e da África já estavam envolvidos. Além disso, os problemas econômicos gerados pelo início do conflito fez com que outros países entrassem na guerra.

Para defender esses interesses, Estados Unidos e Canadá entraram no conflito. O Brasil entraria após um trem que transportava café brasileiro ser abatido por forças alemães, fato que fez com que as relações diplomáticas fossem desfeitas entre os dois países. Envolvidos não só os países europeus, mas diversos países da Ásia, da África e das Américas, o conflito entrou em uma escala global.

O conceito de “guerra total” também foi empregado no conflito. O motivo era que não só os militares eram alvos, mas também os civis, por estarem participando intensamente na fabricação e no transporte de mantimentos.

Historiador pode trabalhar como

O curso de licenciatura ou bacharelado em História pode oferecer muitas escolhas para quem opta em se formar na área. Conheça mais sobre essa profissão, aqui no DicasFree.

No Brasil, existe uma boa quantidade de curso de licenciatura mas que não necessariamente são usados unicamente para esse fim. O curso de Licenciatura Plena em História ou até mesmo Bacharelado oferecem outras opções de atuação além das salas de aula do ensino médio e superior

Mais sobre História

Apesar das diferentes opiniões, a disciplina de História é uma ciência por possuir método científico de pesquisa e confecção de construções textuais históricos. Estima-se que o primeiro historiador tenha sido Heródoto, um grego que se propunha a escrever os grandes feitos humanos a fim de que não se perdessem na oralidade.

Principalmente na Europa, o ofício do historiador passou por diversas revisões e modificações de acordo com a visão de mundo em cada tempo. As várias escolas historiográficas também mostravam diferentes concepções de métodos e pesquisas científicas. Atualmente, o historiador deve saber grande dessas escolas e suas principais diferenças.

Saiba mais sobre o ofício do historiador (foto: reprodução)
Saiba mais sobre o ofício do historiador (Foto:Reprodução)

Para fazer um texto sobre história, o historiador deve obedecer as regras da produção historiográfica com respeito as fontes e um objetivo claro de sua pesquisa, como também a serventia. O profissional da área de História deve ser também bom pesquisador, a fim de poder encontrar registros, obras de arte, músicas, literaturas, documentos históricos, entre outros materiais que possam somar para assiduidade e fecundidade do texto em produção.

Opções para os formandos

Quem está formando ou pretende ingressar no curso de história, deve saber as opções que um profissional dessa área pode encontrar no mercado de trabalho. No Brasil, não existe a profissão do Historiador propriamente dita, mas por enquanto, há propostas sendo votadas para regulamentação dessa profissão em cargo público.

Os formandos em História podem atuar no ensino médio ou em faculdades mesmo apenas sendo especialistas (no caso das faculdades, é comum que exijam títulos de Mestrado). Além disso, podem trabalhar em instituições governamentais ou privadas como museus, bibliotecas, centros de pesquisa e estudo, etc.

Hoje em dia, muitas empresas procuram os serviços do historiador para pesquisas históricas sobre produtos e o consumo dos mesmos (para lançamentos ou relançamentos), para escrever um histórico de algum produto ou da própria empresa para publicidade, fornecer dados históricos para planejamentos, etc.

Também na indústria cinematográfica, os historiadores são requisitados para ajudar, por meio de pesquisas, a compor figurinos, cenários e roteiros de novelas, filmes e produções de época.

Frases de William Shakespeare de amor

Conheça um pouco mais sobre Willian Shakespeare, escritor e dramaturgo que ganhou milhares de seguidores desde os séculos passados, também confira suas principais citações.

William Shakespeare

William Shakespeare ou conhecido somente por Shakespeare, foi um escritor e dramaturgo muito importante para a história mundial da literatura. Seus trechos e textos se transformaram em obras de arte e até hoje fazem sucesso entre os leitores assíduos e fãs apaixonados.

Ele possui influência no teatro, no cinema e até mesmo na televisão. O ano de seu nascimento fora 1564, no dia 23 do mês de Abril. Era inglês da cidade de Stratford-Avon, lá iniciaram seus primeiros estudos e o grande interesse pela escrita de forma geral. Aos 18 anos, casou-se.

Sua mulher era Anne Hathaway, com quem teve 3 filhos. Um tempo depois, no ano de 1591 mudou-se para Londres e começou sua busca por oportunidades culturais. Sua primeira peça fora A Comédia dos Erros, que terminou cerca de 4 anos mais tarde. Nesse período, foram escritos 150 sonetos por ele.

Imagem ilustrativo do grande escritor.
William Shakespeare (Foto: Reprodução)

Embora tenha sido destacado pelos sonetos e poemas, foi de maneira dramática que ganhou seus maiores reconhecimentos. Em 1594 uma companhia de teatro muito famosa, resolveu montar seu palco na cidade de Londres. Foi então que Shakespeare obteve sucesso total com seus dramas, comédias e tragédias.

Ele baseava-se em assuntos que rodeiam o cotidiano e a vida de todos os seres humanos, como:  

  • Amor
  • Relacionamentos afetivos
  • Sentimentos
  • Questões sociais
  • Temas políticos

Quando mais velho, retornou a sua cidade natal onde passou o resto de sua vida e escreveu sua última peça, A Tempestade. No ano de 1616 veio a óbito, a causa de sua morte nunca foi identificada.

Obras principais

Comédias

  • O Mercador de Veneza
  • Sonho de uma noite de verão
  • A Comédia dos Erros
  • Os dois fidalgos de Verona
  • Muito barulho por coisa nenhuma
  • Noite de reis
  • Medida por medida
  • Conto do Inverno
  • Cimbelino
  • Megera Domada
  • A Tempestade

Tragédias

  • Tito Andrônico
  • Romeu e Julieta
  • Julio César
  • Macbeth
  • Antônio e Cleópatra
  • Coriolano
  • Timon de Atenas
  • O Rei Lear
  • Otelo
  • Hamlet

Dramas

  • Henrique IV
  • Ricardo III
  • Henrique V
  • Henrique VIII

Há várias editoras que se empenharam em escrever a biografia de Shakespeare.

Frases e citações

“A suspeita sempre persegue a consciência culpada, o ladrão vê em cada sombra um policial.”

“Aquele que gosta de ser adulado é digno do adulador.”

“Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.”

“Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te.”

“É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada.”

“Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor.”

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”

“Ó beleza! Onde está tua verdade?”

“Os miseráveis não têm outro remédio a não ser a esperança.”

“Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia.”

“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.”

“É um péssimo cozinheiro aquele que não pode lamber os próprios dedos.”

“O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém.”

“Esta consciência, que faz de todos nós covardes.”

“Os homens de poucas palavras são os melhores.”

“A cólera é um cavalo fogoso; se lhe largamos o freio, o seu ardor exagerado em breve a deixa esgotada.”

“É preferível suportar os males que temos do que voar para aqueles que não conhecemos.”

“Ó doçura da vida: Agonizar a toda a hora sob a pena da morte, em vez de morrer de um só golpe.”

“A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe.”

“A alegria evita mil males e prolonga a vida.”

“Se fiz alguma coisa boa em toda a minha vida, dela me arrependo do fundo do coração.”

“A gratidão é o único tesouro dos humildes.”

“O amor é como a criança: deseja tudo o que vê.”

“Só os mendigos conseguem contar as suas riquezas.”

“O mal da grandeza é quando ela separa a consciência do poder.”

“Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.”

William Shakespeare

Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)

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Revolta da Vacina resumo completo como ocorreu e terminou

A revolta da vacina foi uma das revoltas populares que ocorreram na capital Rio de Janeiro durante a primeira república brasileira. Saiba através deste artigo esse fato histórico.

Com o fim do Império no Brasil em 1889, a política brasileira passou por diversas mudanças e novas tendências escoaram sobre as elites mais ligadas a estes nichos. Debruçando-se sobre modelos de fora como Londres e Paris, por exemplo, os políticos brasileiros iniciaram um processo de urbanização da capital, a então cidade do Rio de Janeiro.

Esse processo tinha como objetivo melhorar a infraestrutura da cidade e embeleza-la de acordo com os modelos das grandes capitais do mundo. Cortiços e outros tipos de prédios de habitações pobres foram derrubados, milhares de pessoas foram afastadas para as periferias, jardins e novos prédios modernos foram construídos, praças, grandes ruas, até mesmo pardais foram importados e soltos na cidade (pássaro muito comum em Paris).

Situação da Saúde

Não só para melhorar a aparência da capital federal, como também melhorar a saúde em todo o país, época em que haviam grandes surtos de varíola, doença que já estava se tornando uma verdadeira praga, além de outras complicações. A Varíola está presente nos continentes americanos desde a colonização portuguesa e espanhola.

Bonde depredado no dia 14 de novembro (foto: reprodução)
Bonde depredado no dia 14 de novembro de 1904 (Foto:Reprodução)

Estima-se que a varíola tenha matado cerca de 500 milhões de pessoas no mundo, dando a ela o posto de maior praga da humanidade. O processo de erradicação da varíola havia começado em muitos países da Europa e da América, sendo que o Brasil também tomaria as mediadas para combatera praga, lançando a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola.

Campanha de Vacinação e Revolta

Grande parte do povo do Rio de Janeiro não era letrado e não tinha conhecimento evidentemente científicos do mundo. Essas pessoas não sabiam o que era uma vacina e a aplicação obrigatória (por vezes, a força) gerou grande medo entre elas que há pouco tempo haviam sido despejadas de suas casas e não sabiam o que poderia acontecer com essa nova medida governamental.

Não só essas razões já seriam suficientes, como também outras razões culturais que diziam respeito ao toque alheio, ao levantar as roupas, principalmente das mulheres, além do próprio cenário de desemprego e alto custo de vida. Essa grande pedra de descontentamento desceu a ladeira e uma grande mobilização popular se intensificou no dia 10 e perdurou até o dia 16 de novembro de 1904.

Durante a mobilização, dezenas de prédios públicos foram depredados, trilhos dos bondes foram retirados do lugar e os próprios bondes foram virados pela imensa massa populacional que ocupava o centro do Rio de Janeiro. Para controlar a situação, o governo declarou estado de sitio na cidade do Rio de Janeiro.

Com o apoio das forças policiais e militares nas ruas, a população foi dispersada. Houveram cerca de 30 pessoas mortas e outras dezenas feridas. Além disso, várias pessoas foram enviadas a outros estados brasileiros e a vacinação obrigatória foi temporariamente revogada. Após os ânimos tendo se acalmado, a vacinação prosseguiu normalmente e o Rio de Janeiro pôde erradicar a praga de suas terras.

Descobridor das impressões digitais

Confira aqui a matéria sobre a história do descobrimento das impressões digitais e sua influência na julgamentos. Não perca!

Nas primeiras sociedades humanas, os agrupamentos se organizavam e compunham uma série de ditames e regras sociais de acordo com suas crenças e visões de mundo. O conceito de justiça e de julgamentos sempre estava presente de alguma forma, afinal, algo deveria frear o desejo de desobedecer as regras estabelecidas.

Apesar de tudo parecer funcionar bem, sempre foi difícil provar que uma pessoa cometeu tal crime, quando não era pega em flagrante. Os métodos não eram seguros e os resultados certamente poderiam ser muito equivocados. Atualmente, possuímos uma grande variedade de métodos para comprovar a ação de um criminoso, entre eles, a impressão digital.

Impressões digitais na história

Para resolver esses problemas, as pessoas recorriam a muitos métodos, dependendo do lugar, da cultura e costumes. Durante a Idade Média, por exemplo, algumas acusações só poderiam ser refutadas caso houvesse alguma intervenção divina, um sinal metafísico que provasse a inocência do réu. Mais tarde, métodos como a mensuração de partes do corpo por exemplo, serviriam para provar que um homem não era outro.

Henry Faulds - o pai da datiloscopia (foto: reprodução)
Henry Faulds – o pai da datiloscopia (Foto: Reprodução)

Porém, evidentemente esses métodos eram falhos. Com o avanço das correntes filosóficas e científicas, o homem passou a se enxergar como indivíduo único e isso em vários aspectos contribuiu para a gama de estudos do corpo e da mente humana. Desde 1858, o império britânico utilizava as linhas das mãos e pés (molhava-se na tinta e aplicava no papel) como assinatura e identificação de trabalhadores.

Porém, de maneira científica e oficial, somente em 1880 um estudioso médico inglês chamado Henry Faulds publicou uma maneira de identificar pessoas por meio das marcas encontradas nas pontas dos dedos da mão. Ele é considerado o pai da chamada datiloscopia, que só foi aceita pela ciência de fato pela ajuda de outro cientista, Francis Galton.

Galton padronizou e estudou mais afundo as digitais. Identificou diversos padrões e o mais importante, identificou características nos traços que não se repetiam em humanos diferentes. Algumas dessas minúcias seriam necessárias para ligar uma impressão digital a um ser humano específico. Em 1911, a justiça da França propôs 12 minúcias idênticas seriam suficientes para fazer a associação em um crime.

Atualmente, as digitais ajudam a descobrir qual dos suspeitos estavam na cena de algum crime. Isso porque, as impressões digitais podem ser deixadas no local em qualquer descuido do criminoso, acusando sua presença. É uma espécie de assinatura quase irrefutável em um tribunal.

Corrida pelo ouro no Brasil

A corrida ou febre do ouro foi um importante marco na história do Brasil desde os tempos da colônia. Acompanhe o artigo para saber mais detalhes sobre o assunto.

Desde que Pedro Álvares Cabral pisou nas terras que futuramente seriam brasílicas, a intenção de obter riquezas naturais já se fazia presente. Na carta de Pero Vaz de Caminha sobre o primeiro contato dos portugueses em nosso continente registra uma diálogo com povos indígenas que, por meio de gestos indicaram a presença de metais preciosos em sua terra.

Apesar disso, os esforços de Portugal estavam concentrados em outras províncias além mar e as primeiras expedições ao Brasil viriam anos mais tarde. Inicialmente com a extração do pau-brasil (origem do nome da colônia e gentílico brasileiro) e posteriormente com o plantio do açúcar, Portugal conseguiu assegurar lucros no comércio marítimo com a Europa.

A febre do ouro – um início bem-vindo

A descoberta do ouro se deu em um momento muito oportuno. O açúcar da colônia brasileira que antes assegurava um comércio praticamente de monopólio para Portugal, agora encontrava um concorrente a altura. Os canaviais holandeses cultivados nas Antilhas acabaram tendo qualidade similar ao da América, porém com preço baixo devido a proximidade com a Europa.

Mineração no Brasil (foto: reprodução)
Mineração no Brasil (Foto: Reprodução)

O monopólio chegava a  fim e a força dos grandes canaviais brasileiros entrava em decadência. A colônia entrara numa crise e outra fonte de renda deveria surgir para restabelecer a economia. Nesse contexto em pleno fim do século XVII, os primeiros indícios de ouro são encontrados por bandeirantes numa região pertencente a província de São Paulo, mais tarde conhecida como Minas Gerais.

Antes mesmo de lucros surgirem, a notícia da descoberta do ouro na colônia se espalhou e cruzou o atlântico. Portugueses de todos os cantos da colônia e de Portugal se aventuraram à região aurífera que mais tarde se tornaria Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), e outras como Mariana e São João Del Rei.

A Febre do Ouro teria um importante papel para a extração desse metal precioso. Uma vez que muitas pessoas dispostas a investir tudo o que tinham na coleta do ouro, maior quantidade seria retirada e Portugal teria mais lucros na cobrança de impostos. Assim começava a corrida pelo ouro brasileiro.

A vida aurífera

No século XVII, a quantidade de metais preciosos no tesouro de um país determinava sua força, seu prestígio e sua economia. Tratava-se no metalismo, onde praticamente a melhor moeda internacional não se tratava de libras, mas sim de ouro e prata. A importância e o valor desses metais atraíram milhares de pessoas ao Brasil e a Potosí, por exemplo.

Enriquecimento fácil era o que os aventureiros buscavam. Porém, a realidade nas minas era dura. Devido a distância das principais cidades coloniais, o preço de todo material, alimentação e mão de obra era bem acima da média. Para ter um bom lucro, o investidor deveria ter uma grande quantidade de escravos e muito capital para continuar a compra desses, pois o falecimento de escravos era muito frequentes. As péssimas condições de trabalho contribuíam largamente para isso.

Ladeira tortuosa na atual Ouro Preto - MG (foto: reprodução)
Ladeira tortuosa na atual Ouro Preto – MG (Foto: Reprodução)

Quem visita a atual cidade de Ouro Preto faz uma viagem no tempo. Tudo é belo, antigo e imponente. Mas os lindos casarões, a ruas tortas e cansativas ladeiras de pedrinhas denunciam uma difícil vida na antiga Vila Rica, frequentemente narrada pelos guias turísticos do local. Escravos que subiam e desciam as cansativas ladeiras carregando barris de água e ouro todos os dias, a escassez de alimentos, os preços absurdos, o alto risco no garimpo e a sensação de estar preso em um mundo de horrores é altamente perturbadora. Um guia diria: houveram pessoas que morreram de fome, porém com potes abarrotados de ouro em suas residências.

Administração do Ouro

Apesar de muitas dificuldades, o enriquecimento de fato veio para muitas pessoas e os lucros de Portugal nunca foram tão altos. O Brasil exportou toneladas de ouro e as cidades auríferas desfrutaram de muito renome e prosperidade econômica e estrutural. Melhorias na qualidade de vida, aquecimento do comércio, construção de escolas, igrejas, teatros e órgãos públicos marcaram esse rico período.

Isso foi possível porque grande parte do ouro ficava no Brasil. As casas de fundição determinavam de 20% (um quinto) de todo e qualquer ouro minerado deveria ser destinado ao pagamento de impostos a Portugal. Dessa forma, os dois lados saíam ganhando no comércio de ouro, apesar das coisas serem mais difíceis no Brasil.

Além do imposto do quinto, Portugal estipulava uma quantia base a ser recolhida anualmente nos impostos. Caso a arrecadação não atingisse esse número, as tropas portuguesas iniciavam o processo de derrama. Consistia em tomar a força os bens preciosos dos habitantes das cidades auríferas a fim de bater a meta anual.

Tanto os impostos como a derrama foram motivos para diversas revoltas nesse período. A mais famosa, Inconfidência Mineira ocorreu em 1789 e foi sufocada pelas tropas portuguesas. Durante aproximadamente oitenta anos, a colônia brasileira foi a mais importante no setor aurífero mundial.