Uma matéria importantíssima em seu caráter e responsabilidade social, a história tem como objetivo observar o passado a partir de inquietações provindas do tempo presente.
Como disciplina escolar e matéria cobrada nas principais provas do país, ter conhecimento de história na medida em que seja possível compreender os processos e as continuidades entre eles é algo fundamental para explorar os fatos, as culturas, os imaginários, a economia, entre outros assuntos.
As guerrilhas tiveram um papel muito importante durante a ditadura militar de 64 no Brasil. Saiba mais sobre o assunto, clicando no post.
O golpe militar da década de 60 mudou bastante o país. A princípio, o governo ainda se mantinha em bases já comuns aos cidadão, de forma com que grande parte dos brasileiros nem percebessem a diferença de um governo para o outro. A movimentação de ideologias e descontentamento com a ditadura se firmou quase sempre nos grandes centros urbanos do país.
As coisas viriam a se mostrar mais radicais com a aprovação do AI-5, que cerceava direitos pessoais, direitos de imprensa e várias proibições que acabaram por fomentar revolta em diversas entidades políticas já existentes no Brasil. Os demais partidos políticos como o Partido Comunista do Brasil ficaram atuando na ilegalidade e correntes de pensamento se divergiram desses blocos.
As Guerrilhas no Brasil
Dentro do próprio partido comunista e de outros partidos brasileiros (agindo na ilegalidade sob a ditadura), fragmentaram-se formas de pensamento. Existiam aqueles que defendiam as mudanças graduais, pelo voto e articulações políticas, como também aqueles que defendiam as mudanças pela luta armada.
A figura de Carlos Marighella foi de essencial importância na representatividade desses que defendiam a luta armada. Marighella fundou o que veio a se chamar de ALN (Aliança Nacional Libertadora) e deu início a uma série de lutas de guerrilha, atentados e assaltos a bancos para patrocinar as atividades revolucionárias.
As guerrilhas no Brasil, como também em vários outros lugares no mundo, foram influenciadas pelos exemplos históricos de Cuba, de Vietnã e da União Soviética, que também patrocinava vários grupos de libertação nos países sul americanos. Um dos lemas da ALN era o lema vietnamita “um, dois, três, mil Vietnãs”.
Apesar de bem dispostos, a organização a ALN não foi suficiente para conter os avanços militares, que em 1969, acabaram por assassinar Marighella em seu próprio apartamento. Após esse incidente, em 1971, surge o Movimento Popular de Libertação Nacional (Molipo).
Além desse, o Movimento Revolucionário de 8 de Outubro (MR-8), a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (Var- Palmares) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) foram os grupos de guerrilha criados contra o regime militar após a desistência da ALN.
Todos esses grupos acabaram por sofrer maiores repressões, principalmente durante o governo Médici. O governo militar se estruturaria melhor para combater os atentados e roubos cometidos pelos grupos revolucionários, como também para se infiltrar e capturar as lideranças. Além do Oban, tinha o Destacamento de Operações e Informações (DOIs), o Centro de Informação do Exército (CIE), Centro de Operações de Defesa Interna (CODIs).
Apesar de pouco expressiva se comparada a urbana, a guerrilha rural também teve seu peso e foi combatida com igual repressão pelo Exército Brasileiro.
A Guerra das Rosas é o exemplo de conflito familiar que elucida a importância de parentesco ainda latente ao fim da baixa idade média. Clique e saiba mais sobre esse episódio histórico.
Na idade média, os graus de parentescos entre nobres determinavam o futuro das relações econômicas, militares e de proximidade dos grandes e pequenos reinados. O sistema de suserania e vassalagem funcionava como uma imensa teia de parentescos, casamentos, alianças e proteção entre as centenas de reinos desse período.
O parentesco era a forma mais usual de se adquirir e demonstrar poder. Pertencer a uma determinava família já era motivo suficiente para ter status de nobreza, importância e participação política, mesmo que só por trás dos agentes oficiais dessas atividades. Da mesma, entre os reinos, as famílias poderosas disputava pelo trono em quase todos os casos europeus.
A Guerra das Rosas
O trono na Inglaterra sempre foi bastante disputado pelas “correntes políticas”, ou seja, as famílias mais poderosas daquele país. Os Lancaster, simbolizados por uma rosa vermelha, detinham o trono e os York, simbolizados por uma rosa branca, eram aspirantes a subir ao trono, fator de rivalidade entre as duas famílias.
O monarca inglês Henrique VI estava submetido a loucura e era considerado o monarca insano. Apesar de ser lancaster, Henrique VI também causava problemas a sua família e todo o reino inglês. Com os esforços concentrados na Guerra dos Cem Anos contra a França, as loucuras do monarca desencadearam revolta nos York, que representados pelo duque Ricardo, adentraram em Londres com um exército de aproximadamente 3 mil homens e aprisionaram Henrique VI em 1455.
Essa atitude iniciou o conflito familiar denominado Guerra das Rosas na Inglaterra. O conflito armado envolvia exércitos feudais das duas famílias em batalhas pela Inglaterra. Apesar de ter ganho algumas batalhas importantes, o duque Ricardo de York é morto na batalha Wakefield, deixando o trono para Eduardo IV, também dos York. Esse porém, não é agraciado pelo parlamento inglês, que o obriga a devolver o trono a Henrique VI.
Apesar disso, Eduardo consegue retomar o trono na batalha de Barnet e fica com o título real até 1483, onde Ricardo assume o trono supostamente após ter assassinado todos os possíveis herdeiros. É intitulado Ricardo III e reina até 1485, ano em que é derrotado na batalha de Bosworth por Henrique Tudor, representante lancaster. Henrique casa-se com Elizabeth de York para unir oficialmente as famílias e inicia a Dinastia Tudor, que durará até 1603.
Os espartanos e os atenienses foram, sem dúvida, os povos gregos mais emblemáticos da Grécia. Saiba mais sobre sua cultura, política e ordem social aqui no Dicas Free.
A região da Grécia é uma das mais importantes quando o assunto é história do ocidente. As civilizações gregas desenvolveram inúmeras invenções e estabeleceram uma filosofia que ficou sendo discutida por séculos e que está em nosso imaginário, mesmo em regiões do Novo Mundo, até hoje.
O mundo grego é imensamente distante do nosso. Mas também é assustadoramente próximo. As particularidades, coisas do quotidiano, representações imaginárias, conceitos filosóficos, gostos artísticos, influência política e ordenamento social das nossas repúblicas são influências diretamente transportadas na polis grega pelo percurso histórico.
Dois representantes simbólicos desse mundo antigo são as cidades de Esparta e Atenas. Essas duas cidades se rivalizaram por muito tempo e possuem culturas, apesar de muito parecidas, distantes uma da outra e que formaram principalmente a representação imagética que temos da Grécia atualmente.
Esparta
Os espartanos podem ser considerados como um povo guerreiro, no sentido literal da palavra. Todo o seu ordenamento social era baseado ou idealizado em combinações militares. Em tese, todo cidadão espartano era um soldado, ou deveria ser. Levemos em conta que um “cidadão espartano” não é qualquer pessoa que nasce em Esparta.
Os espartanos são descendentes dos Dórios, povo que já reconhecia por suas habilidades militares. Os dórios se estabeleceram na península do Peloponeso e fixaram outros povos que lá já existiam a seus domínios, fundando então a cidade estado de Esparta.
Ordenamento social em Esparta
Esparciatas– Os esparciatas eram os descendentes diretos dos antigos dórios. Eram os únicos “cidadãos espartanos” e também os únicos que poderiam participar da política em Esparta. Os homens esparciatas eram destinados ao serviço militar primeiramente e só depois a política. As mulheres deveriam cuidar da casa, do marido e da família, além de receberem treinamento físico para, segundo os espartanos, terem filhos fortes.
Periecos – Os periecos eram os descendentes dos povos que foram dominados pelos dórios sem a necessidade de batalhas. Eles exerciam serviços de artesanato e de comércio marítimo principalmente. Não participavam ativamente do exército espartano, porém, vão exercer essa função em tempos de crise em Esparta. Pagavam impostos.
Hilotas – Os Hilotas eram descendentes dos povos que foram dominados pelos dórios com a necessidade de batalhas. Eles eram responsáveis pelas plantações fora do espaçamento urbano, trabalhavam para os esparciatas, pagavam impostos e também poderiam ser escravos.
Política em Esparta
Diarquia – Esparta era governada por um diarquia, ou seja, possuía dois monarcas. Em tempos de guerra, um dos monarcas eram destinado apenas a questões militares e outro, para as questões políticas, religiosas e administrativas.
Éforos – 5 cidadãos que fiscalizavam e cuidavam da administração e manutenção do espaço público. Eram como se fosse os chefes de Estado.
Gerúsia – Composta por 28 cidadãos espartanos com mais de 60 anos e pelos dois reis. A Gerúsia criava os projetos de leis que seriam votados na Assembléia.
Assembléia – Evento onde todos os cidadãos espartanos maiores de 21 anos poderiam participar. A assembleia decidia inúmeras questões políticas e aprovava ou não os projetos de leis feitos na Gerúsia.
Educação espartana
A educação em espartana era voltada unicamente para o exercício militar. O cidadão (homem) esparciata ficava aos cuidados da mãe até os 7 anos de idade, onde era recolhido e tornava-se parte do Estado de Esparta. A ele eram ensinados conceitos da cidadania espartana, princípios militares, entre outros.
Aos 12 anos de idade, o menino era transferido para o treinamento militar, onde aprenderia a sobreviver em situações extremas, técnicas de luta, defesa pessoal, estratégias militares e a lógica de conduta do exército de Esparta. Aos 21 anos, o já então homem formado passaria por um último teste, e caso fosse aprovado, tornaria-se um Hoplita, ou seja, um soldado espartano.
Atenas
Atenas era uma das mais bem sucedidas cidades gregas. Fundada acerca de 3 mil anos, a cidade era um impostante polo comercial, filosófico e político. Essa cidade ficou conhecida por ter como pensadores Platão e Sócrates. Tinha também autores teatrais como Sófocles e Eurípedes.
Ordenamento social em Atenas
Eupátridas– Eram os cidadãos atenienses e a aristocracia. Eles eram os únicos que exerciam a política em Atenas.
Metecos – Os metecos eram os pequenos comerciantes em Atenas. Também eram considerados metecos os estrangeiros. Pagavam impostos.
Escravos – Os escravos eram destinados ao trabalho servil pelo não pagamento de dívidas ou por serem prisioneiros de guerra.
Política
A política ateniense foi mudando com o passar do tempo. Era inicialmente monárquica ou tirânica. Depois, com supressões das famílias eupátridas, foi se tornando no que conhecemos como democracia ateniense. A figura do rei foi fragmentada na figura dos arcontes.
Arconte Rei – tinha como principal função a liderança religiosa.
Arconte Epônimo – Era governante supremo juiz. Seu nome era utilizado para determinar eras ou períodos históricos.
Polemarco – Era responsável pela manutenção e liderança do exército atenien
A educação em Atenas era uma das áreas mais importantes para seu sucesso. As escolas geralmente eram nas casas dos professores ou ao ar livre. Os jovens se dedicavam a três cursos específicos para treinar e melhor suas potencialidades.
Grammata– Nesse curso, o jovem ateniense aprendia a noção da linguagem e códigos linguísticos de seu povo. Aprendia a ler e a escrever, e também aprendia a matemática. Os clássicos de Ilíada e Odisseia também eram ensinados nesse curso.
Música – Nesse curso, os alunos aprendiam noções musicais e a tocar instrumentos típicos de Atenas. Também aprendiam história, geografia, valores atenienses e outras culturalidades.
Educação Física– Nesse curso, os jovens atenienses aprendiam os esportes gregos como a corrida, o lançamento de peso e de dardos, o salto em distância, dentre outros, para modelarem o corpo e adquirirem força física.
Saiba como os antigos egípcios escreviam e qual planta permitia a fabricação do papel clicando no post.
Os egípcios são fonte de inspiração literária e cinematográfica até hoje para a indústria cultural. Sua cultura exótica e história marcante na África proporcionou um fascínio muito grande pelo Ocidente por essa antiga civilização que dominava técnicas de construção fascinantes e diversos outros conhecimentos.
Uma das principais características dos antigos egípcios, é o fato deles terem desenvolvido um sistema de escrita pictográfica, ou seja, hieróglifo. Esse sistema, apesar de um tanto complexo e conceitual, permitiu que essa civilização registra-se importantes momentos de sua história, sua cultura e seu dia a dia, facilitando principalmente os estudos sobre ela.
Papel Egípcio
As escrituras egípcias enfeitavam as paredes de tumbas, templos e palácios nas cidades do Nilo. Porém, não só nas paredes eram encontrados esses sistemas de linguagem pictográfico. Também em pergaminhos antigos era possível encontra-los e em boas condições de leitura.
Esses pergaminhos eram conhecidos como papiros, mesmo nome que se dá a planta da qual se faz essa espécie de papel. Os antigos egípcios aperfeiçoaram técnicas que utilizavam o papiro (planta com aspecto de bambu) para confeccionar um material flexível e tangível com tinta.
Para confeccionar o papel, era retirada a parte branca e esponjosa encontrada dentro do papiro. Essa era então cortada em tiras que eram sobrepostas de forma cruzada e prensadas várias vezes. O resultado, depois de seco, era uma folha relativamente flexível e que se enrolava facilmente.
O papiro foi utilizado para esse fim não só no Egito antigo, como também na Pérsia, Babilônia, na região do oriente médio, na Grécia e em Roma. Essa planta era facilmente encontrada nas margens do Rio Nilo.
Os sistemas de governo mudaram muito durante os períodos históricos e o nascimento de novas nações. Saiba as diferenças entre a monarquia e a república.
Os sistemas de governo sempre estiveram presentes na configuração social humana. Desde as primeiras tribos da pré história, as articulações do poder já podiam ser experimentadas e tinham fundamental importância para o futuro da tribo. Essas configurações foram mudando de acordo com as necessidades de cada povo, não significando status de superioridade em relação as outras.
As repúblicas foram o fruto de antigas monarquias ou colônias sob o comando monárquico. O conceito republicano invadiu os continentes americanos principalmente por influência iluminista, da revolução francesa e da independência dos Estados Unidos. As colônias em território americano não queriam ser livres de seus reinados na Europa, mas já abrigavam grupos separatistas e republicanos.
República x Monarquia
A monarquia é um sistema cerceador por natureza. Grande parte do poder estatal está sob a vontade de um monarca, um grande líder geralmente herdeiro do trono, pertencente a alguma família poderosa que detém as maiores influências políticas de uma nação. O monarca geralmente é investido de qualidades religiosas, militares e administrativas.
No caso das colônias portuguesas e espanholas, a figura do rei em Portugal e Espanha era de extrema importância. As coroas ibéricas triunfavam pela vontade do deus cristão e decidiam quase tudo o que podia ser feito nas colônias. Também tributavam produtos , limitavam relações comerciais e mandavam investimentos para o desenvolvimento de setores importantes para o império.
A vontade do rei é geralmente suprema. Essa é uma das principais diferenças entre monarquia e república. Na república, existe uma constituição, ou seja, um conjunto de leis e direitos que está acima de qualquer representatividade política. a constituição resguarda os direitos civis, os deveres e capacidades do Estado e não deve ser ignorada por absolutamente ninguém.
O direito a propriedade privada é característica também da república. O presidencialismo retira a figura tirânica e poderosa do monarca hereditário e dá ao conselho, senado ou ao povo (no caso de repúblicas democráticas) o poder de escolha por meio do voto.
As repúblicas também abarcam as ideias federalistas, que divide o país em estados independentes, mas que obedeçam a mesma constituição. Apesar de frequentemente associada a isso, as repúblicas não são obrigatoriamente abolicionistas. Os modelos republicanos podem variam de acordo com a necessidade, cultura ou corrente política do país.
A República Velha foi o primeiro período republicano no Brasil e guarda características únicas. Entenda clicando aqui.
O segundo império do Brasil havia passado por muita coisa. A Guerra do Paraguai acabou por tomar grande parte da atenção de Dom Pedro II, fato que pode tê-lo impedido de investir em outros setores e dar atenção ao desenvolvimento industrial trazido pela figura de Mauá, por exemplo.
A abolição da escravatura assinada pela princesa Isabel pode ter representado um avanço humanitário para o país, porém a não indenização dos fazendeiros pela perda de suas peças de trabalho (assim era chamados os escravos) fez com que essa importante classe deixasse de apoiar Pedro II.
Com as bases políticas saturadas e com o descontentamento militar (que vinha sido deixado de lado pelo império após a guerra do Paraguai), o golpe de 1889 foi a ação certeira para a dissolução da monarquia e a implementação da República no Brasil.
República Velha
Liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca, o contingente militar que deflagrou o golpe de 1889 reuniu-se com os republicanos para redigir o manifesto republicano no mesmo dia. Após isso, a primeira Constituição Republicana brasileira seria feita pelo governo de Fonseca.
Com o nome de República dos Estados Unidos do Brasil, o país entrou numa nova era. Foi separada a instituição religiosa do Estado, o casamento tornou-se direito civil, foi instituído o voto direito para o presidente e uma série de direitos civis. Novos programas para o incentivo industrial foram iniciados também.
Apesar disso, as elites paulistas e mineiras trataram de se articular para manter-se no poder e privilegiar o setor agroexportador no Brasil. Esse período da história ficou conhecido como República do Café com Leite, onde mineiros e paulistas se alternavam no poder presidencial e garantiam seus benefícios.
A República do Café com Leite acabaria em 1930 com um novo golpe que colocaria Getúlio Vargas no poder ditatorial. A partir daí, finda-se a República Velha e uma nova fase é iniciada no Brasil.
A imigração italiana no Brasil foi uma das maiores e até hoje é possível perceber as heranças culturais trazidas por esses indivíduos. Saiba mais sobre a vinda dos italianos para o Brasil clicando no post.
O Brasil é um país marcado até hoje pelos séculos de escravidão. Esse tipo de mão de obra pode ter ajudado no crescimento econômico na colônia e do império do Brasil, porém deixou resquícios de sua existência nas desigualdades sociais, no preconceito, no racismo e na pluralidade étnica em que vivemos.
Com o fim do tráfico negreiro em 1850 na Lei Eusébio de Queiroz, estava expressamente proibido trazer escravos de qualquer outra região do mundo para o Brasil. Essa lei foi aprovada para cumprir os tratados brasileiros com a Inglaterra desde o tempo da independência de nosso país. Nesses tratados, o fim da escravidão era um dos pontos mais importantes e que não estava sendo respeitado pelo império brasileiro.
A partir de 1850, várias províncias do Brasil já se preocupavam com a futura escassez de mão de obra escrava e por isso, se articularam para trazer imigrantes europeus para suprir as necessidades de produção. Para isso, o império brasileiro enviava agentes propagandistas para os países da Europa, onde se fazia a propaganda para atrair interessados em se mudar para o Brasil.
Imigração Italiana
As imigrações italianas começaram logo após o fim do tráfico negreiro. As primeiras levas de imigrantes se assentaram principalmente na região sul do país, onde o império tratou de atribuir colônias para que essas pessoas pudessem morar e com tempo, produzir. Exemplos de colônias italianas no sul podem ser citadas as cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul.
Nessas regiões, os italianos começaram a plantar uva e a produzir principalmente vinhos. É importante afirmar que essas regiões são produtoras de vinho até os dias de hoje e produzem os melhores vinhos do país. Mais tarde, em 1875, mais italianos vieram e ocuparam áreas também da província do Paraná.
Após a abolição da escravidão em 1888 assinada pela princesa Isabel, novas e mais pesadas levas de imigrantes italianos vieram ao país, pois toda a mão de obra havia sido perdida. Esses italianos se espalharam por São Paulo, Minas Gerais e outras regiões de grandes produções agrícolas para substituir a mão de obra escrava.
Apesar disso, muitos italianos conseguiram se estabelecer nos grandes centros urbanos do Brasil, iniciando negócios como lojas, restaurantes, etc. As notícias das condições de trabalho quase escravo nas fazendas do Brasil, como também dos constantes ataques indígenas fez com que a vinda de italianos diminuísse. Apesar disso, esses imigrantes continuaram a vir até a década de 20, quando Mussolini assume o controle total da saída de italianos de seu país.
A situação ficaria ainda mais decadente quando o Brasil declara guerra contra as forças do Eixo e envia tropas para enfrentar os italianos. Esse marco é entendido como o fim da imigração italiana para no Brasil. Mesmo após a guerra, vários italianos ainda tentam a sorte em nosso país, porém em um número muito menor que em tempos de outrora.
Entender tanto as mudanças como as continuidades históricas são um dos exercícios mais complexos dentro da disciplina. Saiba como compreender esses assuntos de forma mais abrangente clicando no post.
A história é uma disciplina milenar desenvolvida primordialmente por heródoto, na Grécia. A ambição do historiador grego em narrar os fatos nas grandes praças era simples: ele queria que os grandes atos dos homens não fossem esquecidos. Dessa forma, a tradição historiográfica dos grandes atos se estendeu por muito tempo.
Porém, como toda ciência na modernidade, a história passou por muitas mudanças teóricas que mudariam bastante as narrativas. A visão unicamente política – onde eram contada a história por meio dos grandes atos de monarcas -, econômica militar foi tendo menos importância. As fontes, antes só aceitas como os documentos oficiais, foram problematizadas e um universo de novas fontes começou a ser aceito.
A Nova História
A história que produzimos agora tem outras pretensões, bem diferentes da história que era produzida antigamente. Hoje, temos a tendência culturalista, olhamos os mesmos fatos em diferentes pontos de vista, levamos em consideração os contextos históricos, as mentalidades, os imaginários e a vida privada.
Além disso tudo, quase todo material pode ser utilizado como fonte histórica, dependendo do que almeja o historiador. Não só os documentos oficiais, mas objetos pessoais, obras literárias, filmes, peças teatrais, revistas, quadros, etc. Os horizontes de pesquisa e estudo se estenderam além da ordem cronológica e passaram a um novo patamar.
Como entender a mudanças históricas
Em primeiro lugar, é importante desmistificar a histórica. O passado não deve ser visto nem como algo “ideal” nem como algo “inferior”. As ideias de progresso são positivistas e a historiografia já superou com intensos debates qualquer forma de alegação de superioridade ou predestinação – no caso, os positivistas acreditavam que todas as sociedades deveriam evoluir da mesma forma e alcançarem a civilidade tal qual a europeia.
Depois, é importante entender que o passado está mais próximo de nós do que imaginamos. Nós somos fruto de uma montante de tradições e fatos ocorridos. Carregamos costumes, língua, rituais e preferências que são essencialmente culturais e que nos diferenciam de outros povos.
Tendo esses dois primeiros princípios em mãos, é provável que você, ao olhar para os fatos históricos, perceba que cada povo é diferente do restante e que nada é “óbvio”. A história é humana e cada época possui seus determinados valores, estes bem diferentes dos que temos hoje. Enxergar a Igreja Católica como a “grande enganadora de fiéis” é um dos erros clássicos no ensino da história, por exemplo.
Em último lugar, para entender as mudanças históricas, temos que ter em mente que tudo é resultado de longos processos. As coisas não acontecem da noite pro dia. A Revolução Francesa não ocorreu após uma reunião de pensantes, nem por um surto momentâneo. Ela se deu como um longo processo de descontentamento com a política absolutista daquele local, entre outros.
Do mesmo caso no Brasil são os ciclos econômicos. Dizer que o ciclo do Café vem após o ciclo da cana, não significa que a produção de cana tenha parado no país. Muito pelo contrário, esse tipo de produção continuou e continua até hoje. A nomenclatura de ciclos apenas nos serve que entendamos as principais atividades econômicas que estavam acontecendo em cada época.
Você pode aplicar esse princípio a quase todas as mudanças históricas. Isso porque temos em mente que a história envolve processos graduais de transformação e mudanças na sociedade, política, cultura, preferências, religião e etc.
A escravidão está presente na humanidade desde que se tem notícia da existência humana. Saiba mais sobre esse assunto clicando no post.
Algo que para a sociedade ocidental contemporânea pode parecer inconcebível, a escravidão fez parte da vivência humana desde os primórdios de nossa existência no mundo. É considerada uma das formas mais básicas de imposição de poder, e também uma das mais complexas de se compreender.
Não se sabe ao certo quando o homem começou a escravizar outro homem. Há registros desse tipo de trabalho muito antigos e apesar disso, não é possível não pensar que antes mesmo do registros não existia a escravidão. Para reflexão, será mais importante perceber como essa prática se perpetuou perante a história e ainda continua em nosso mundo atual.
Características escravocratas
A escravidão não é simples. Tanto no modo como alguém se torna escravo, como na relação entre escravo e senhor, nas formas de sair da escravidão, na relação desse indivíduo com a sociedade a qual está inserido, entre outras muitas questões que poderão variar consideravelmente entre uma cultura e outra.
Basicamente, o que há de comum em todo o trabalho escravo é o serviço prestado sem remuneração e perca do direito da liberdade na relação de pertencimento a alguém. Nesse sentido, podemos dizer que não existe escravo livre e que não existe escravo que esteja desvinculado as questões de trabalho.
As pessoas podem se tornar escravas de várias formas. Na região da mesopotâmia e na Europa, há registros de pessoas que optavam pela escravidão para pagar suas dívidas. Nesse caso, a pessoa passaria um período de tempo como escravo de seu cobrador e retornaria a ser livre assim que pagasse todo o tempo.
Há também como se tornar escravo mediante ao sequestro ou captura em guerra. Em Esparta, por exemplo, os escravos hilotas eram muitas vezes prisioneiros de guerra que trabalhavam na agricultura e na criação dos animais. Em diversas regiões na África, o sequestro era uma forma de conseguir mão de obra escrava, como também as próprias guerras.
As questões sociais também podem ser determinantes nesse tipo de relação. Há lugares onde a condição de escravo é eterna e hereditária. Isso determina que o indivíduo já nasce nessa situação e que não existe possibilidade de ascensão ou mudança no estamento social. Esse tipo de escravidão é mais comum em sociedades onde existe a divisão por castas.
Escravidão moderna
A modernidade – iniciada após a revolução francesa – abriu caminhos para várias formas de pensar, de fazer política, de comércio – principalmente o comércio ultramarino – de guerrear e também de escravizar. Apesar dos ideias iluministas, a escravidão estava presente na modernidade como um importante pilar, principalmente nas colônias.
Nesse caso, a escravidão era mantida por um preconceito racial. Eram escravos todos os negros africanos transportados para as colônias nos continentes americanos, e também a condição escravocrata era passada hereditariamente aos filhos dessas pessoas.
Arraigados ao sistema agroexportador, os escravos em sua maioria trabalhavam nas fazendas sem remuneração. Apesar disso, existiam outros tipos de trabalho, como os serviços domésticos, o trabalho nas minas e os chamados “escravos de ganho”, principalmente no Brasil. Os escravos de ganho geralmente pertenciam aos comerciantes e ganhavam porcentagens dos lucros obtidos em suas vendas. Dessa forma, era comum que um escravo de ganho pudesse comprar sua alforria.
O Comércio de Escravos
Na modernidade, o navio era o que havia de mais impactante, novo e gerador de horizontes de expectativas que havia. Os navios traziam produtos, notícias e um mundo novo a cada viagem. E mais: os navios traziam os escravos.
A coisificação do ser humano é uma das maiores características da escravidão nos séculos XVI, XVII, XVII e XIX. Troca-se pessoas como se fossem produtos. Os escravos eram expostos em praças de vendas, banhados a óleo e enfileirados para que o vendedor pudesse obter seus lucros.
A maior rede de comércio de escravos foi feita pelos Negreiros durante séculos. O tráfico negreiro foi transcontinental e levou aproximadamente 200 milhões de escravos durante o tempo e funcionamento. Esses escravos eram comprados nos países africanos – onde a cultura da escravidão já existia há milênios e ainda se perdurava – por produtos variados, em geral o tabaco, o açúcar, ferramentas e armas, por exemplo.
No Brasil, o comércio de escravos talvez tenha sido o mais intenso do ocidente. A grande demanda de escravos para os mais variados serviços era comum entre as províncias brasileiras. Os escravos eram catalogados como “tipos” de acordo com a etnia que provinham. Cada tipo de escravo era considerado apto ou inapto a determinados serviços e isso influenciava diretamente no seu preço.
O preço dos escravos era um tanto alto para os padrões econômicos da época. Era uma “peça de trabalho” viva e com transporte ultramarino para encarecer no preço final. Há indícios de escravos que valiam o peso em ouro e em geral, ter um escravo era algo para poucos.
Escravidão contemporânea
Ainda existe escravidão no mundo. Em vários lugares da Ásia, da África e da América do Sul, ainda há pessoas que trabalham em condições desumanas e sem receber salário. Até mesmo no Brasil, existem regiões onde anda se podem encontrar escravos no trabalho agricultor.
As formas de escravidão contemporânea em geral podem ser encontradas quase no mundo inteiro. Podemos dizer que exploração do trabalho desregrada é uma forma nova se escravidão e que atinge principalmente os países de terceiro mundo. Trabalhadores sem condições de segurança, saúde, sem direitos trabalhistas e com cargas horárias enormes são os escravos pós-modernos, escondidos sob o signo da palavra “trabalho”, que como sabemos, sempre esteve ligada a própria escravidão.