Apesar de os chamados “ciclos econômicos” do Brasil não necessariamente se delimitarem entre eles – ou seja, a existência de um ciclo não interrompia a permanência de outro no mesmo tempo – o então denominado ciclo da borracha teve seu início de forma esplendorosa no país.
Com as técnicas de fabricação da borracha a partir do látex das seringueiras, a borracha brasileira passou a ser uma das mais requeridas para a fabricação dos pneus automobilísticos e de peças feitas do material para grandes e pequenas máquinas industriais. A demanda pela borracha experimentou grande crescimento e o território que hoje conhecemos como Acre acabou por ser visitado por muitos brasileiros.
Acre – pertencente a Bolívia
Por possuir grandes reservas de seringueiras, o território passou a ser utilizado ilegalmente por brasileiros em busca das riquezas do látex. O governo boliviano por sua vez não aceitou a entrada ilegal em suas terras e principalmente a extração de suas riquezas. Foi estabelecido a cidade de Puerto Alonso , numa tentativa de arrecadar impostos dos brasileiros já no final do século XIX.
A estratégia acabou não funcionando e os brasileiros continuaram boicotando o governo da Bolívia e extraindo as riquezas de suas terras. Vários motins acorreram e só em 1903, uma tentativa política de conciliar os dois países foi proposta pelo governo Brasileiro. O então chamado Tratado de Petrópolis passava ao Brasil mais de 200 mil quilômetros quadrados de território Boliviano.
As condições seriam o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas à Bolívia, além da construção de uma estrada de ferro para que o país pudesse ter uma saída portuária no oceano atlântico em território brasileiro, com o nome de Madeira – Mamoré.